F1 - Villeneuve: Liderança em 2025 deixou Piastri acomodado

A forma como Oscar Piastri perdeu a liderança do campeonato mundial de Fórmula 1 significa que ele pode ter se tornado "complacente", sugeriu Jacques Villeneuve, campeão em 1997 e hoje comentarista da categoria máxima do automobilismo.

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Piastri liderou a classificação por 15 etapas consecutivas, com sua vantagem chegando a 34 pontos sobre seu companheiro de equipe na McLaren, Lando Norris, e 104 pontos sobre Max Verstappen após a vitória no GP da Holanda.

Desde então, o australiano vem sofrendo uma série de resultados abaixo do esperado, com o México marcando a quarta corrida consecutiva sem pódio. Consequentemente, Norris arrebatou a liderança por um ponto, com Verstappen apenas 35 pontos atrás.

Embora a vitória dominante de Norris no GP do México tenha sido aclamada como um sinal de que o desempenho do britânico atingiu o nível de Piastri, o campeão de 1997 vê as coisas de forma diferente.

"Você vê isso em todos os esportes", disse Villeneuve ao podcast F1 Show da Sky Sports. "Você tem equipes que terão uma temporada mediana. Você se aproxima cada vez mais das finais, dos playoffs, e, de repente, elas se tornam a melhor equipe. Por que, por qual motivo? Eles foram medianos durante toda a temporada. E as equipes que vinham vencendo todos os jogos, entram em colapso. Isso acontece o tempo todo".

Jacques Villeneuve

Foto de: Jakub Porzycki / NurPhoto / Getty Images

"Não tivemos um Lando extremamente fantástico no início da temporada. Não foi o Lando que tivemos no final do ano passado. E continuamos dizendo: 'Ah, isso é porque, você sabe, Piastri deu um passo à frente. Ele agora está no mesmo ritmo de Lando, e até mais rápido'. Mas será que foi Piastri que deu um passo à frente ou Lando que simplesmente não estava no ritmo?"

"Ele [Norris] continuou dizendo que não estava muito confortável com o carro. E talvez isso tenha deixado Piastri um pouco complacente. Quando tudo o que você tem para lutar é o seu companheiro de equipe, talvez você não se esforce até o último limite, até o último décimo de segundo".

"De repente, chegamos a Baku e temos Max, que está ganhando tudo. E Lando deu um passo à frente. Lando está correndo mais rápido e melhor do que em toda a temporada. E Piastri não está se preparando. Ele já estava em seu limite".

"E quando você faz isso, quando você tem que ir dois décimos a mais, de repente você encontra problemas nos carros que não existiam. Sabe, quando você corre dentro do limite, o carro é perfeito. É fácil, você pilota, economiza os pneus".

"E, de repente, você precisa ir alguns décimos mais rápido. Você não consegue mais pilotar o carro. Tudo está errado, você não sabe por que, porque agora temos o mesmo carro. Ele não evoluiu muito, então não há motivo para ser pilotado de forma diferente. Os pneus são os mesmos, são Pirellis. Eles não mudam. Às vezes, eles são mais macios, às vezes, não. A pista está mais quente, e assim por diante. Mas não há uma diferença tão grande".

Lando Norris, McLaren, Oscar Piastri, McLaren

Foto de: Malcolm Griffiths / Formula 1 via Getty Images

"Então, basta que seu companheiro de equipe dê um passo à frente e você se dá conta: 'Ah, como faço isso?'. E, de repente, nada funciona. Isso fica na sua cabeça, e você fica cada vez mais lento, e começa a inventar coisas que não existem".

"Você começa a duvidar da sua maneira de pilotar. Você olha para os dados e diz: 'Ah, meu companheiro de equipe é um décimo mais rápido naquela curva, preciso pilotar de forma diferente', e é aí que tudo dá errado. Você precisa se lembrar do que estava fazendo de bom e acelerar um pouco mais".

Até certo ponto, a análise de Villeneuve é corroborada pela própria pilotagem de Piastri no GP do México, com o piloto da McLaren explicando que fez experiências com seu estilo de pilotagem.

"Certamente tentamos muitas coisas diferentes", explicou Piastri. "Também senti que estava olhando para a traseira de muitos carros, então foi difícil ter uma ideia se o que eu estava mudando na minha pilotagem estava funcionando bem ou não".