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Fittipaldi relembra Jochen Rindt nos 50 anos de sua morte: "Ele era muito bom comigo"

O brasileiro lembra do relacionamento com o austríaco, que vinha desde antes de sua chegada à Lotus

Debriefing session at Lotus with newcomer Emerson Fittipaldi, racing manager Dick Scammell, team boss Colin Chapman, John Miles and sitting on the Lotus, Jochen Rindt

Neste dia 05 de setembro completa 50 anos do dia em que Jochen Rindt morreu durante o treino para o GP da Itália de Fórmula 1. Companheiro de equipe do austríaco na Lotus naquela temporada, o bicampeão Emerson Fittipaldi relembra a bela amizade que tinha com o único campeão póstumo da história do Mundial.

Rindt morreu após uma batida com sua Lotus na Parabolica durante um treino do GP da Itália em 05 de setembro de 1970. Ele participou de 60 GPs, venceu seis corridas e conquistou dez pole positions, além de vencer as 24 Horas de Le Mans de 1965 com a Ferrari.

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O brasileiro conheceu Rindt antes de chegar à F1, e lembra de Silverstone - quando Emerson teve sua primeira chance de andar na Lotus 49 da F1 - que deixou sua memória mais forte do austríaco não apenas como amigo mas também como rival nas pistas.

"Jochen sempre foi muito bom comigo na Fórmula 2", relembra. "Ele era muito legal, sempre me ajudava".

"No meu primeiro teste com a F1 em Silverstone, antes de eu dar algumas voltas na Lotus 49, Colin [Chapman, fundador da Lotus] pediu para Jochen sair e deixar pronto para eu andar. Ele deu algumas voltas, retornou e disse que estava tudo bem e eu podia ir".

"Eu andei por dez voltas, retornei aos boxes e disse que o carro estava saindo de traseira um pouco demais. Jochen estava no cockpit com Colin e ouviu meu comentário. Eu pedi a Colin um pouco mais de asa dianteira e Jochen disse 'não não, acelera um pouco mais. Isso vai resolver o problema. Não se preocupe, o balanço do carro voltará'".

"Eu voltei e fui bem mais rápido, fiz uma volta bem rápida. E Jochen estava tão feliz, me passando a placa de informações! Eu podia vê-lo sorrindo no pitwall quando eu passava. Incrível! Ele era muito bom comigo".

Fittipaldi já havia deixado sua marca em algumas corridas em 1970 a bordo da Lotus 49C, e estava com uma 72 pela primeira vez naquele GP da Itália.

"A Lotus 72 era muito avançada. Colin projetou os freios, dianteiro e traseiro, criando alguns problemas, como o calor dentro do carro".

"Os eixo cardan [incluindo os dos freios dianteiros] eram de materiais diferentes, necessitando de tratamentos térmicos diferentes, e exatamente esse problema aconteceu em Monza, meu quarto GP".

"Eu bati com o carro de Jochen na sexta [Chapman havia confiado a Emerson para ajustá-lo], e Jochen teve que dirigir com o meu carro no sábado, e foi esse que quebrou. Nós suspeitamos que o eixo do freio falhou quando ele estava freando para a Parabolica, então ele tinha freio apenas em três rodas".

"Ele foi de lado e por baixo da barreira, essa foi a sua batida fatal".

Nossa galeria abaixo, veja fotos do Motorsport Images e de Rainer Schlegelmilch, que estava nos boxes antes da sessão que culminou na morte de Rindt.

Jochen Rindt
Eddie Dennis and chief mechanic Dick Scammell prepare the Lotus 72C-Ford in the pits
Jochen Rindt
With team boss Colin Chapman, Lotus
Jochen Rindt
Eddie Dennis stands over his Lotus 72C Ford
Jochen Rindt
Lotus boss Colin Chapman with wife Hazel and family in the pits
Jochen Rindt
Dick Scammell of Lotus stands over the wingless Lotus 72C Ford, Rindt can be seen behind, close to the cockpit of team-mate John Miles
Jochen Rindt
In his Lotus 72C Ford, looking across at François Cevert, March 701 Ford as he drives down the pitlane
Jochen Rindt
Eddie Dennis prepares the Lotus 72C-Ford in the pits
Jochen Rindt
Prepares the leave the pits for the final time in his Lotus 72C Ford
Jochen Rindt
Prepares the leave the pits for the final time in his Lotus 72C Ford
Jochen Rindt
In the final laps before the fatal accident in his Lotus 72
Jochen Rindt
In the final laps before the fatal accident in his Lotus 72
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Embora seja dito frequentemente que o desgosto de Rindt por usar as correias da virilha em seu cinto de segurança seja a causa de seus ferimentos fatais, há poucas dúvidas de que a forma como a barreira de choque reagiu ao impacto do carro contribuiu para sua morte tanto quanto a falha do eixo de freio dianteiro fez com que ele perdesse o controle.

Seu carro também teve as asas removidas antes do acidente e, embora o colega de equipe John Miles tenha dito que o carro estava "impossível de dirigir" nesta configuração, Rindt teve a ideia de ganhar velocidade nas retas.

The wreckage of Jochen Rindt's Lotus 72 is carried away after his fatal accident

The wreckage of Jochen Rindt's Lotus 72 is carried away after his fatal accident

Photo by: David Phipps

Em seu obituário publicado na revista Autosport, Rindt foi citado com a seguinte frase: "Se um carro vai quebrar, ele vai quebrar de qualquer jeito. Não tem muito a ver com estar rápido ou não, então a partir do momento que você tomar a decisão de sentar no seu carro, a melhor coisa a fazer é acelerar. Ele não vai quebrar mais cedo ou mais tarde por estar rápido ou lento".

Rindt já havia vencido cinco dos 10 GPs daquela temporada e sua vantagem de 45 pontos era tamanha que quando Fittipaldi, que herdou o posto principal na Lotus, venceu seu primeiro GP em Watkins Glen, na última etapa da temporada, ele garantiu que Jacky Ickx não superasse o amigo.

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