Fórmula 1 pode ter freios de carbono e cerâmica no futuro próximo

A Fórmula 1 pode mudar para freios de carbono e cerâmica no futuro se a tecnologia se tornar mais relevante para os carros de rua, diz a fornecedora oficial da categoria, a Brembo.

Atualmente, os discos de freio usados na F1 são inteiramente de carbono (veja fotos em galeria exclusiva no fim desta matéria), material usado pela primeira vez em corridas no final da década de 1970. Entretanto, a tecnologia não foi transferida para os carros convencionais por causa das dificuldades de aquecimento em condições frias ou molhadas.

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No entanto, os avanços no uso de carbono e cerâmica já permitiram seu uso em alguns carros esportivos. E a Brembo sugere que eles podem ser bons o suficiente para a F1 também. "O futuro dos sistemas de frenagem não precisa ser com discos de carbono", disse o CEO do grupo de desempenho da Brembo, Mario Almondo, ao Motorsport.com.

“A Brembo avalia qual material é mais aplicável aos carros de rua - até mesmo aos de alto desempenho. E eu vejo o exemplo dos freios de carbono e cerâmica, que foram usados na McLaren Senna depois de uma boa parceria. Se na F1 queremos chegar a soluções mais próximas dos nossos produtos normais, podemos seguir nessa direção”, completou Almondo.

Os freios de carbono e cerâmica têm a maioria dos benefícios dos discos de carbono, mas são mais duráveis porque as cerâmicas usadas em sua produção ajudam com a resistência ao choque térmico. A vida extra também significa que há menos pó de carbono liberado durante o uso, o que traz benefícios ambientais. Questionado sobre a possibilidade de discos de freio durarem até sete GPs, Almondo disse: “É possível, absolutamente”.

“E não emite tantas partículas de carbono, por isso seria mais verde. Sim, é um material que pesa mais, mas pode ter o mesmo desempenho - mesmo na F1. O peso pode ser um problema, mas é algo que podemos discutir”.

A F1 está avaliando se vai implementar discos e sistemas de freio padronizados a partir de 2021, tendo lançado um processo de licitação no mês passado. Almondo diz que a Brembo se candidatou para se tornar a fornecedora de F1 para ambos os elementos. Uma decisão da FIA sobre prosseguir ou não com a padronização é esperada para a próxima semana. “Existem requisitos que levam a reduções de custos na F1, e os sistemas de freios não estão imunes”, comentou Almondo.