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GP do Brasil desiste de iniciar venda de ingressos em abril por incerteza sobre calendário da F1

Início das vendas estava programado para abril, mas organização da prova optou por esperar até a confirmação da data do GP

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Mesmo marcado para o final do ano, entre 13 e 15 de novembro, o GP do Brasil de Fórmula 1 começa a sentir os impactos da pandemia da Covid-19 no esporte.

Após a F1 anunciar que o novo calendário deverá ter datas diferentes das anunciadas originalmente, a Interpub, empresa responsável pela realização do evento em Interlagos, deve interromper os planos de iniciar a venda de ingressos do GP em abril, segundo informações divulgadas pelo UOL.

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Segundo a publicação, a Liberty ainda não teria entrado em contato com a Interpub para discutir uma possível mudança de data para o GP. A ideia da empresa é de iniciar a venda apenas depois de ter uma confirmação sobre a data.

No momento, a F1 discute as diversas possibilidades para garantir o início da temporada 2020 o mais rápido possível. Segundo informações divulgadas nos últimos dias pela categoria, o objetivo é iniciar a temporada em julho, com o GP da Áustria, que pode receber até duas provas em finais de semana consecutivos. Para isso, a organização do GP está organizando um plano de isolamento da categoria, para garantir a segurança de todos.

Outros circuitos que demonstraram estar dispostos a receber provas com portões fechados são Silverstone e Barcelona, que, dependendo das condições de seus respectivos países, podem se tornar opções reais para a F1, que ainda pretende fazer uma temporada com até 19 corridas, iniciando em julho ou agosto em circuitos europeus antes de ir para os demais continentes.

Quanto ao Brasil, é preciso considerar que o país se encontra em uma situação diferente dos países europeus, que já veem a curva de casos e mortes pela Covid-19 diminuindo, enquanto, por aqui, os números continuam crescendo.

A localização de Interlagos também é outro fator que precisa ser considerado já que, diferente de outros autódromos, o circuito fica localizado no meio da cidade de São Paulo, o que dificultaria um possível isolamento.

Por outro lado, um ponto positivo para o GP do Brasil é a sua posição no calendário e as estações climáticas do país. Caso a temporada seja levada até o meio de dezembro ou até mesmo no início de 2021, o país seria um local propício para receber uma etapa, já que estaríamos no verão, diferente do hemisfério norte, que estaria atravessando o período do inverno.

GALERIA: Histórias e curiosidades sobre o GP do Brasil

Até hoje foram disputados 47 GPs do Brasil de Fórmula 1, de maneira ininterrupta. A edição inaugural, em 1972, vencida pelo argentino Carlos Reutemann, não valeu pontos para o campeonato daquele ano. Na foto, Luiz Pereira Bueno, sexto colocado.
Um dos responsáveis pela vinda da categoria ao Brasil foi Antonio Carlos Scavone, ex-piloto da F3, e que também comentava provas na Rede Globo. Sua morte, em 1973, veio após a queda de um avião para a transmissão do GP da Grã-Bretanha daquele ano, junto com Julio de Lamare, primeiro diretor de esportes da emissora.
A primeira edição valendo pontos foi em 1973, com triunfo de Emerson Fittipaldi.
Fittipaldi repetiu o feito em 1974 e na edição seguinte aconteceu o único triunfo de José Carlos Pace, que hoje dá nome ao Autódromo de Interlagos.
O autódromo de Jacarepaguá foi inaugurado em 1966 com o nome de Nova Caledônia. Ele foi reformado e reinaugurado em 1977, recebendo a F1 em 1978, com nova vitória de Reutemann...
...e primeiro pódio da equipe Copersucar.
Interlagos voltaria a receber a F1 nas duas edições seguintes, em 1979 e 1980, com triunfos franceses, de Jacques Laffite e René Arnoux, respectivamente.
Por falar na França, Alain Prost é o maior vencedor do GP do Brasil, com seis vitórias: cinco em Jacarepaguá e um em Interlagos, na volta do GP a São Paulo.
Jacarepaguá recebeu o GP regulamente de 1981 a 1989, sendo até palco de treinos de pré-temporada da F1 em algumas ocasiões.
O circuito testemunhou a estreia de Ayrton Senna na Fórmula na edição de 1984.
Em 1986 uma corrida histórica, com a dobradinha brasileira, com vitória de Nelson Piquet e segunda colocação de Senna.
Após a edição de 1989, o Rio de Janeiro demonstrou interesse em deixar de receber a corrida, o que motivou a volta de Interlagos para o calendário da F1.
Piero Gancia, então presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) foi atrás do apoio da Prefeitura de São Paulo e conseguiu o “sim” de Luiza Erundina, então prefeita de São Paulo,  para bancar uma reforma de modernização do circuito paulistano. Senna dava ajuda política dentro da FIA para a volta .
Mas o antigo traçado de 7.960 metros foi deixado de lado para um novo de 4.325, o que deixa muitos fãs aborrecidos até os dias de hoje.
Desde então, a F1 acontece em Interlagos, com alguns momentos marcantes, como a primeira vitória de Senna no Brasil, em 1991.
A partir de 2004, o GP do Brasil começou a ser realizado na parte final do calendário da F1, o que possibilitou a decisão de alguns títulos, como o bicampeonato de Fernando Alonso (2005 e 2006).
Felipe Massa venceu com macacão verde-amarelo, mesmo fazendo parte da Ferrari em 2006.
Em 2008, um dos momentos mais emblemáticos, com a inesquecível disputa entre Massa e Hamilton.
A edição de 2020 será a última do atual contrato envolvendo São Paulo e F1. Uma pista ainda a ser construída em Deodoro aparece como opção, sendo a preferida do presidente Jair Bolsonaro, e os representantes locais.
Do outro lado, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas e o governador, João Doria, apostam na manutenção de Interlagos como sede do GP do Brasil.
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