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Há 45 anos, Fittipaldi conquistava o bi e se consolidava como lenda da F1

Emerson foi o primeiro brasileiro a triunfar na categoria, guiando por Lotus e McLaren e desbancando rivais de peso como Stewart, Andretti, Scheckter e Lauda

Emerson Fittipaldi, McLaren M23

O dia 6 de outubro de 1974 foi a data da consagração de Emerson Fittipaldi. O brasileiro chegava para sua terceira disputa de título consecutiva, depois de ter vencido Jackie Stewart em 1972 e ter sido vice no ano seguinte. De casa nova, na McLaren, Fittipaldi superou concorrentes da Ferrari, Tyrrell, Brabham e Lotus para conquistar seu bicampeonato e o primeiro mundial da história da lendária equipe de Woking.

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No aniversário do momento histórico, lenda do automobilismo mundial recebeu diversas homenagens de fãs, pilotos e da imprensa especializada. O próprio Emerson celebrou os 45 anos de sua conquista nas redes sociais.

 

Temporada disputada

A temporada começou com o pé esquerdo para o “Rato”, apelido de Emerson. Na etapa inaugural, em Buenos Aires, ele teve problemas nos pneus e suspensão do carro logo no início, após partir de terceiro. Quem se beneficiou foram seus rivais, entre eles, Niki Lauda, que alcançava seu primeiro pódio naquela corrida.

Na prova seguinte, disputada em Interlagos, o brasileiro deu a volta por cima e mostrou ao mundo como seria a ordem daquele mundial. Emerson conquistou a pole para a corrida, mas logo na largada caiu para terceiro. Ele lutou com os rivais até que conseguiu reassumir a liderança da prova na décima segunda volta, posição que manteve até a prova ser encerrada prematuramente por conta da chuva, garantindo a primeira vitória no ano.

Na época, pilotos de pelo menos cinco equipes lutavam por vitórias e praticamente todos tinham chances de pódio. Nesse ambiente competitivo, Emerson chegou ao meio da temporada embolado com Niki Lauda, Clay Regazzoni e Jody Scheckter na classificação.

Regazzoni conseguiu abrir ligeira vantagem para os rivais na metade final do mundial, mas a briga seguia dura prova a prova. O suiço da Ferrari venceu na Alemanha e vinha forte, mas Scheckter conquistou a vitória na Grã-Bretanha e Emerson manteve-se vivo com dois pódios.

Quando chegaram ao GP do Canadá, Regazzoni tinha 46 pontos, contra 45 de Scheckter e 43 de Emerson. O brasileiro levou a melhor na corrida e saiu vencedor, levando a decisão para a etapa final, nos Estados Unidos.

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Fittipaldi vence o GP do Brasil de 1974, com Regazzoni em segundo e Jack Ickx em terceiro.

Fittipaldi vence o GP do Brasil de 1974, com Regazzoni em segundo e Jack Ickx em terceiro.

Photo by: David Phipps

Bi no palco da primeira vitória

O campeonato viu três pilotos chegarem à 15ª e última etapa com chances de serem campeões. Quando desembarcou em Watkins Glen, Fittipaldi tinha 52 pontos, empatado com Regazzoni e logo atrás vinha Scheckter, com 45 pontos. Ferrari e McLaren ainda brigavam pelo título, mas a Tyrrell já estava fora da disputa entre os construtores.

Emerson se deu melhor que os demais na classificação, quando conseguiu ficar à frente de Regazzoni. Mas partindo de oitavo, ele precisaria ir para cima para somar pontos e manter as chaces de conquistar o título.

O brasileiro da McLaren largou bem e ganhou duas posições. Ele ainda passou Lauda na vigésima quinta volta e contou com a sorte ao ver o abandono de Scheckter, que estava logo a sua frente antes de ter um problema hidráulico.

Fittipaldi completou a prova na quarta posição e somou três pontos contra zero dos principais adversários, garantindo o bicampeonato. Naquele dia, Emerson alcançou o status de lenda do esporte, ao superar rivais de peso em uma época em que o talento era o principal ingrediente para as conquistas.

Emerson Fittipaldi, McLaren

Emerson Fittipaldi, McLaren

Photo by: Ford Motor Company

Um dos mais vitoriosos de seu tempo

Conquistar 14 vitórias na era dos longos calendários, carros confiáveis e hegemonias esmagadoras parece algo trivial. Mas naquele tempo não era tarefa para qualquer um, pois os carros eram frágeis e perigosos, os calendários tinham entre 11 e 15 corridas e lutava-se contra uma dúzia de rivais que contavam com carros competitivos.

E foi nesse período que Fittipaldi conseguiu gravar seu nome na história. Entre 1970, ano de sua primeira vitória e 1975, ano da última, o brasileiro foi o segundo piloto que mais venceu corridas. Foram 14 triunfos de Emerson contra 15 de Stewart, e dois títulos para cara.

Para celebrar a data do bi e a carreira do pioneiro do Brasil na Fórmula 1, elaboramos uma galeria especial, recheada com fotos dos triunfos e momentos marcantes de Fittipaldi na F1, confira.

1970 - GP dos Estados Unidos
Primeira vitória garantiu título póstumo ao ex-companheiro, Jochen Rindt
1970 - GP dos Estados Unidos
Primeira vitória garantiu título póstumo ao ex-companheiro, Jochen Rindt
1970 - GP dos Estados Unidos
Brasileiro celebra primeira conquista, aos 23 anos de idade.
1972 - GP da Espanha
Após um ano difícil em 1971, o brasileiro volta a vencer, em Jarama, e se credencia para a briga pelo título.
1972 - GP da Bélgica
Depois de três pódios consecutivos, Fittipaldi chegou na Bélgica como líder. A vitória em Nivelles colocou o brasileiro em uma posição confortável no campeonato.
1972 - GP da Grã Bretanha
Stewart se esforçava para tentar chegar em Emerson na classificação, mas com a vitória em Brands Hatch, terceira do ano, o brasileiro já abria 43 pontos contra 27 do vice-líder.
1972 - GP da Áustria
Ao vencer a nona etapa do mundial, Fittipaldi colocou uma vantagem de 25 pontos sobre Stewart e Denny Hulme. Tendo em vista que os rivais poderiam somar no máximo apenas mais 27 pontos, o título estava encaminhado.
1972 - GP da Áustria
Peças da poderosa Lotus 72D que garantiu título de Emerson.
1972 - GP da Itália
Ao chegar na Itália, Emerson precisava apenas de um quinto lugar para erguer a taça de campeão.
1972 - GP da Itália
Mas o brasileiro acelerou para conquistar a quinta vitória em dez corridas e faturar o título mundial pela primeira vez.
1973 GP da Argentina
O brasileiro abriu o ano dando pinta de que levaria o segundo caneco para casa, vencendo na terra dos hermanos.
1973 - GP do Brasil
Conquistando pela primeira vez (de forma oficial) a vitória em Interlagos, Fittipaldi abria o campeonato de 73 com duas vitórias seguidas.
1973 - GP da Espanha
O triunfo em Montjuïc Park, foi o terceiro em quatro etapas. Emerson dominava o mundial. No entanto, a Tyrrell de Stewart cresceu no campeonato enquanto a Lotus passou a sofrer com falhas. Com isso, o brasileiro acabou com o vice-campeonato.
1974 Brazilian GP
Fittipaldi voltava a vencer em frente a torcida verde-amarelo e passava e mostrava que trocar a Lotus pela McLaren não reduziu sua velocidade.
1974 - GP da Bélgica
Em uma das chegadas mais apertadas da história, Fittipaldi superou Niki Lauda para triunfar novamente em Nivelles. O rival austríaco merece uma menção aqui, por ter disputado vitórias com os três campeões brasileiros: Emerson, Piquet e Senna.
1974 - GP da Bélgica
A vitória na Bélgica garantiu a Fittipaldi empatar com Regazzoni na primeira posição da tabela de pilotos.
1974 - GP do Canadá
A terceira e última vitória da temporada foi conquistada em Mosport Park e permitiu a Emerson empatar novamente com Clay Regazzoni na liderança do mundial, fazendo a disputa ir até a última etapa.
1974 - GP dos Estados Unidos
Em Watkins Glen, nenhum dos postulantes ao título se classificou bem. Com Scheckter largando na sexta posição, Fittipaldi em oitavo e Regazzoni partindo em nono.
1974 - GP dos Estados Unidos
Mas o brasileiro levou a melhor ao fazer boa largada e duas ultrapassagens para terminar em quarto, enquanto seus rivais não conseguiram nem terminar a prova. Com isso, Emerson sagrou-se bicampeão mundial.
1975 - GP da Argentina
Abrindo mais uma temporada com vitória, Emerson mostrava que disputaria o título novamente.
1975 - GP da Grã-Bretanha
A vitória em Silverstone foi a última da carreira de Emerson na F1. O brasileiro ainda disputou o título até as últimas etapas daquele ano, mas acabou sendo superado por Lauda e foi vice-campeão. Em 1976 Emerson levou a própria equipe para a F1, pela qual correu até 1980.
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