Hamilton: pilotos da F1 não eram o alvo de crítica sobre silêncio do esporte contra racismo
O piloto explicou que a publicação não era especificamente para os companheiros de grid, sim para as marcas e o esporte como um todo
Desde a morte de George Floyd nos Estados Unidos em maio, Lewis Hamilton tem usado suas plataformas para falar sobre racismo e desigualdade racial e chegou até a fazer um texto cobrando ação do mundo do automobilismo, que não havia se manifestado até então.
No final de maio, Hamilton escreveu no Instagram que ele via "aqueles que estavam em silêncio" e descreveu a Fórmula 1 como um "esporte dominado pelos brancos", liderando os pedidos por maior diversidade.
Os comentários de Hamilton levaram vários outros pilotos a fazer suas próprias postagens condenando o racismo, enquanto a F1 lançou diversas campanhas em busca de uma mudança efetiva no esporte.
Falando em um vídeo da Daimler, empresa-mãe da Mercedes, Hamilton quis deixar claro que, em sua mensagem, ele se referia ao esporte como um todo para falar contra a injustiça - não especificamente seus companheiros de grid.
"No final, as pessoas viram aquilo como destinado aos pilotos", disse. "Não era. O objetivo era atingir toda a indústria. É algo que estou ciente há muito tempo e não via ninguém fazer nada sobre isso".
"No mundo de hoje, onde todos temos uma plataforma para usar nossa voz, temos esses seguidores, nossas vozes são muito poderosas".
"Se você não é uma parte que tenta encorajar as pessoas a buscar entendimento sobre essa situação e porque estamos nela, é frustrante, pelo menos para mim".
"As pessoas ficarem em silêncio é algo que vivenciei por um longo tempo, e, para mim, não é a hora de ficar em silêncio. É hora de ajudar a divulgar a mensagem, de nos unirmos. Precisamos do maior número de vozes possíveis para buscar a mudança".
"Isso foi um chamado a pessoas dentro da indústria, de todas as marcas. Elas precisam fazer mais. Esse esporte precisa fazer mais. A FIA precisa fazer mais. Todos precisamos fazer mais. A mensagem era sobre isso".
Na segunda, a Mercedes confirmou a mudança na pintura do carro de 2020 para a cor preta como parte de uma campanha contra o racismo. A equipe também lançou uma iniciativa para melhorar a diversidade interna após revelar que apenas 3% de seus funcionários são de grupos étnicos minoritários.
Hamilton também lançou uma nova comissão para tentar melhorar a diversidade dentro do mundo do automobilismo, com focos em áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, criando oportunidades mais acessíveis para as minorias.
"É um esporte muito caro, e eu acho que esse é um fator determinante", disse Hamilton. "Há tantos bons trabalhos e oportunidades dentro do esporte, mas a oportunidade não é a mesma para as minorias".
"É por isso que eu juntei essa comissão para ver e compreender porque isso acontece: por que essas minorias inteligentes não chegam até aqui? Por que eles não estão sendo procurados nas universidades?".
"Você não consegue mudar o que não conhece, e eu acho que esse é o problema. Acho que muitas pessoas têm opiniões sobre porque não há outros pilotos negros ou por que não há muitas pessoas de cor em nosso esporte, mas ninguém sabe a real causa".
"Esse é o objetivo dessa comissão que eu estou juntando, que é algo muito trabalhoso, mas eu espero que possa criar uma mudança real".
Regi Leme revela projetos e Motorsport.com anuncia novidades na cobertura 2020:
A F1 está de volta! Ouça um 'guia' sobre o retorno da categoria no nosso podcast:
Faça parte da comunidade Motorsport
Join the conversationCompartilhe ou salve este artigo
Principais comentários
Inscreva-se e acesse Motorsport.com com seu ad-blocker.
Da Fórmula 1 ao MotoGP relatamos diretamente do paddock porque amamos nosso esporte, assim como você. A fim de continuar entregando nosso jornalismo especializado, nosso site usa publicidade. Ainda assim, queremos dar a você a oportunidade de desfrutar de um site sem anúncios, e continuar usando seu bloqueador de anúncios.