Reginaldo Leme, comentarista da Fórmula 1 na TV Globo há mais de 4 décadas, está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O jornalista está com pneumonia e erisipela.
A data mais provável de alta médica é sábado, o que provavelmente o fará perder a transmissão especial do Grande Prêmio da China, o milésimo da história da categoria máxima da velocidade.
Leme esteve na última semana no Rio Grande do Sul para a transmissão da primeira etapa do ano da Stock Car. Sentiu-se mal e passou no hospital local, onde foi diagnosticado com pneumonia.
O jornalista embarcou para São Paulo e, ao visitar o médico, já foi solicitada a permanência no Hospital Albert Einstein. Após o episódio, Reginaldo ainda apresentou uma inflamação na pele da perna esquerda, chamada erisipela. Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com, Reginaldo fez questão de tranquilizar os fãs.
"Me sinto super bem. Estou com tosse por causa da pneumonia, que não é muito forte, mas me sinto bem. E a erisipela, embora não doa, incomoda porque a pele fica muito sensível."
A cobertura do GP chinês começa na noite desta quinta-feira. Reginaldo Leme estava escalado para realizar a transmissão dos treinos livres, no SporTV, ao lado de Sergio Mauricio. Na madrugada de sexta-feira para sábado, seria a vez de se juntar a Galvão Bueno e Luciano Burti, seus companheiros na TV Globo (a emissora anunciou que transmitirá o treino de classificação, o que não faz em todas as etapas). Em ambas as ocasiões, já foi dispensado. "Se eu fizer algo no fim de semana, será a corrida. E mesmo assim, apenas com aval médico. A Globo está, como sempre, acompanhando de perto e me dando todo suporte."
Reginaldo Leme estreou nas coberturas in-loco da Fórmula 1 no Grande Prêmio da Itália de 1972, em Monza, no qual Emerson Fittipaldi conquistou o primeiro título mundial para o Brasil na categoria. Na época, era contratado do jornal O Estado de São Paulo.
Depois disso não parou mais. Acompanhou os principais momentos do país nas pistas: o segundo título de Emerson, sucessos de Nelson Piquet e Ayrton Senna, além dos anos 2000, que tiveram como protagonistas Rubens Barrichello e Felipe Massa. Com quase 700 GPs no currículo, é um dos maiores jornalistas do mundo no paddock da F1.
"Eu estou perto de completar 700 GPs. Imagine como é dolorido ficar fora da milésima. Claro que a prioridade é a minha saúde. A Globo me deu todo suporte e eu estou dispensado, a não ser que o hospital me libere para fazer a corrida. Não participo dos treinos, não participo de nada. Só vai ao ar reportagens que estavam gravadas. Mas estou lamentando muito. Estou perto de 700 Grandes Prêmios na carreira e vou faltar justo no Grande Prêmio 1000".
"O médico que está me acompanhando é o mesmo que fez a minha cirurgia em 2014 (Reginaldo teve um embolia na mesma perna esquerda e o estado de saúde na ocasião era grave). Tanto que quando vi o problema na mesma perna fiz questão de procurá-lo. Foi até engraçado. Ele falou: 'Cara, que importância tem um Grande Prêmio a mais na sua carreira? Tem algo especial?'. Respondi: 'Não, não. É apenas o o GP nº 1000'. Ele quase caiu pra trás."
Dos 33 brasileiros que correram na F1, Reginaldo Leme acompanhou 27 de perto. Relembre todos: