Robert Kubica anunciou nesta quinta-feira que deixará a Williams ao fim desta temporada da Fórmula 1. O polonês retornou à categoria neste ano, após oito temporadas longe da F1.
Falando na coletiva em Singapura nesta manhã, Kubica disse que foi sua decisão deixar a equipe de Grove, "para avaliar outras oportunidades".
"Antes de mais nada, todos esperamos ansiosamente pelo próximo ano, procurando oportunidades diferentes", disse o polonês. "Para avaliar nossas oportunidades, tomei a decisão de não continuar com Williams depois deste ano, pararei no final do ano com a equipe, e isso abrirá oportunidades para mim no futuro com diferentes cenários e avaliar o que é possível".
"Eu sempre digo que gastei muita energia, muito tempo para me recuperar. Desde que entrei na F1, gostaria de ficar, disse que este ano seria uma meta para permanecer na F1, mas é claro que minha resposta será sim, mas não a todo custo e acho que tenho que fazer o que me trará de volta um pouco de alegria pelas corridas".
"Esta temporada foi muito difícil do ponto de vista do desempenho, mas tem sido muito exigente voltar à F1 depois de muito tempo, não é fácil, especialmente quando você está em uma situação difícil como a nossa, mas tenho que agradecer à equipe pela oportunidade. Vamos ver o que o futuro trará".
Veja como ficou o grid da F1 para 2020:
Após 60 vitórias e 4 títulos, com mais um encaminhado, Hamilton tem contrato até 2020 e deve renovar com a equipe, apesar de afirmar que sonha pilotar pela Ferrari um dia.
Valtteri Bottas venceu 5 corridas com a Mercedes e tem se mostrado um segundo piloto ideal. Após meses de especulações, a equipe alemã confirmou o finlandês para 2020.
Apesar dos rumores de uma aposentadoria precoce, Sebastian Vettel tem afirmado que seguirá na Ferrari até o fim de seu contrato, no final de 2020
Charles Leclerc chegou badalado à Ferrari neste ano e mostrou resultado desde o início. Apesar de alguns erros, nada indica que ele tenha deixado de ser visto como o futuro da equipe. Seu contrato vai até 2022.
Apesar dos desejos de Mercedes e Ferrari, Max Verstappen tem contrato com a Red Bull até 2020 e deve renovar com a equipe, caso a Honda continue evoluindo bem o motor que permitiu ao holandês vencer duas vezes em 2019.
Alexander Albon acabou de ser promovido da Toro Rosso para a Red Bull e terá até dezembro para mostrar que merece permanecer ao lado de Verstappen em 2020.
Carlos Sainz Jr. foi contratado neste ano pela McLaren e seu contrato é de "múltiplos anos". Está confirmado no mínimo até dezembro 2020.
Mais certo do que Sainz, é Lando Norris. O prodígio da McLaren foi contratado neste ano e tem mostrado resultados consistentes. A equipe afirmou que tem contrato de "múltiplos anos com o inglês". Rumores dão conta que o contrato vale até 2022.
Daniel Ricciardo deixou a Red Bull e assinou com a Renault no fim do ano passado. Apesar de começar a se mostrar frustrado com os fracos resultados da equipe francesa, deve cumprir seu contrato até o fim de 2020.
Após um ano na geladeira, o jovem prodígio finalmente voltará ao grid da F1. Depois de uma bem sucedida passagem pela Force India, o francês ficou sem vaga em 2019 e atuou como piloto reserva da Mercedes, equipe que apoiou sua carreira até o momento.
Nico Hulkenberg está sem equipe para a próxima temporada. A Renault confirmou a saída do alemão para a chegada de Esteban Ocon. A Haas declarou publicamente que está interessada nos serviços de Hulkenberg e seu nome já foi ventilado na Red Bull também.
Aos 39 anos de idade, o piloto mais velho do grid, Kimi Raikkonen, tem contrato com a Alfa Romeo até o fim de 2020 e tem dito que gostaria de pilotar por mais alguns anos.
A Alfa Romeo tem apoiado Antonio Giovinazzi apesar da fraca temporada que tem feito neste ano. Se não melhorar, é provável que seja substituído no ano que vem, pois seu contrato só é válido para 2019.
Daniil Kvyat passa por um momento de ressurreição na F1. O piloto foi tirado da aposentadoria precoce e voltou para a Toro Rosso neste ano. Seu contrato expira em 2019, mas seu nome pode ter crescido no mercado após o pódio na Alemanha, o segundo da história da equipe.
Pierre Gasly teve a oportunidade de guiar 12 provas pela Red Bull após ser promovido no início deste ano. No entanto, o francês decepcionou e foi devolvido à Toro Rosso. Não se sabe a duração de seu contrato, mas supõe-se que seja até dezembro de 2019. Não se sabe o que será de seu futuro.
Uma sucessão de erros e situações bizarras quase colocaram fim à carreira de Romain Grosjean na F1. O piloto da Haas tem sido contestado, mas teve seu contrato renovado para o ano que vem.. Assim como já aconteceu antes, a equipe preferiu manter um rosto conhecido e seguir apostando no francês.
Kevin Magnussen sofre menos críticas do que Grosjean e seu contrato permitia a permanência até 2020. Com o anúncio da Haas de que está buscando preencher apenas uma vaga, o dinamarquês teve seu contrato garantido.
O filho do dono da Racing Point, Lance Stroll, está sendo colocado no bolso do companheiro de equipe, sobretudo nas classificações. No entanto, deve permanecer na F1 pelo tempo que a família quiser. Seu contrato é de "múltiplos anos".
Sergio Perez tem tido uma boa temporada dentro das limitações da Racing Point. O mexicano renovou por mais três anos e ficará no time até 2022.
George Russell chegou na Williams como um jovem talentoso com potencial para ser um futuro campeão. Apesar do péssimo carro que a equipe produziu neste ano, o britânico tem mostrado que merece uma vaga em equipe mais competitiva. Seu contrato com a equipe de Grove é outro de "múltiplos anos", mas equipe nunca afirmou publicamente sua permanência.
Robert Kubica anunciou que deixará a equipe no fim deste ano, após ter sido superado pelo companheiro Russell ao longo de 2019. No entanto, ele marcou o único ponto da Williams na temporada e pode surpreender se transferindo para outro time.
O canadense está bem colocado no campeonato da F2 e rumores já o ligaram à vaga de Kubica na Williams. No entanto, a McLaren pode ter interesse de levá-lo para a Indy em 2020. Permanece como um forte candidato para o próximo ano.
A carreira de Kubica
O polonês estreou na Fórmula 1 em 2006 e chamou atenção das equipes. Ele guiou pela BMW por algumas temporadas e chegou a conquistar a única vitória da equipe na categoria, no GP do Canadá de 2008.
Em 2011, Kubica sofreu um grave acidente de rali antes do início da temporada da F1. As lesões foram graves e tiraram o movimento de uma de suas mãos, fazendo-o se aposentar precocemente das pistas.
No entanto, após diversas cirurgias, ele retornou ao automobilismo, disputando algumas provas de rali. Em 2017 fez alguns testes com a Renault, em uma avaliação para voltar à F1, porém o time francês não quis apostar em seu retorno.
A Williams decidiu dar uma oportunidade ao polonês e ele fez um ano como piloto de testes do time em 2018, sendo promovido a titular neste ano. Seu desempenho, no entanto, não tem chamado a atenção, com Kubica sendo superado por seu companheiro, George Russell, em quase todas as provas.
Apesar do mau desempenho, o polonês marcou o único ponto da Williams neste ano, no GP da Alemanha de F1. Kubica conseguiu se manter na pista enquanto os rivais patinavam na chuva, garantindo o décimo lugar e o ponto de sua redenção na categoria.
Veja mais detalhes da carreira do polonês na galeria abaixo:
Robert Kubica foi promovido com a BMW Sauber, com quem deteve o papel de piloto de reserva durante as primeiras corridas da temporada de 2006. Ele chegou aos 21 anos de idade.
Robert Kubica estreou na F1 substituindo Jacques Villeneuve na equipe da BMW Sauber. Ele terminou em sétimo, mas foi desclassificado porque seu carro estava 2 quilos abaixo do peso mínimo de acordo com os regulamentos. Na imagem, um momento de seu primeiro fim de semana em que ele perdeu a asa da frente.
Em apenas seu terceiro GP na F1, Robert Kubica conquistou o primeiro pódio de sua carreira, acompanhando Michael Schumacher (Ferrari) e Kimi Raikkonen (McLaren).
Robert Kubica, com o BMW Sauber F1.07, sofreu um terrível acidente depois de tocar a roda traseira direita da Toyota de Jarno Trulli. Ele foi de um lado para o outro do circuito, atingindo as duas paredes e dando vários giros. Ele perderia a próxima corrida, em Indianápolis, onde Sebastian Vettel estreou como seu substituto.
Kubica ficou em segundo no GP da Malásia em 2008, no segundo pódio de sua carreira, o primeiro dos oito que ele alcançaria durante aquela temporada.
Naquela que foi sua segunda participação no GP de Mônaco, Kubica subiu ao pódio com Hamilton e Massa.
O melhor dia para Kubica e Sauber na F1. Juntos, eles venceram o GP do Canadá, com uma dobradinha para o time. O polonês tornou-se líder do Mundial por quatro pontos sobre Lewis Hamilton, um dos pilotos envolvidos no acidente na saída do pitlane, que colocou a corrida a favor de Kubica.
Kubica encerraria 2009 alcançando seu único pódio naquele ano em uma temporada em que a equipe da BMW Sauber deu um grande passo para trás antes de a montadora alemã deixar a F1.
Kubica ficou em segundo no teste inicial da temporada 2010, o GP da Austrália, em sua estreia com a equipe Renault, a mesma com a qual anos atrás ele havia testado pela primeira vez uma F1.
Em 2010, pela segunda vez em sua carreira, Kubica subiu ao pódio no GP de Mônaco. Ele ficou em terceiro depois de ter conseguido começar na primeira fila do grid.
O último pódio de Robert Kubica até agora foi no GP da Bélgica em 2010, no qual terminou em terceiro.
A corrida que encerrou a temporada de 2010 foi a última disputada por Robert Kubica na Fórmula 1 antes de seu retorno em 2019.
Robert Kubica ia disputar a temporada de 2011 com a equipe Lotus Renault e ele esteve na primeira sessão de testes de pré-temporada em Valência. Esta foto é de 3 de fevereiro daquele ano, apenas três dias antes de seu infeliz e grave acidente no rali que quase o levou a ter sua mão direita amputada.
Ele foi substituído na equipe e tentou se preparar para retornar em 2012, algo que não seria possível devido a suas limitações físicas.
Anos depois, Kubica revelou que havia assinado um contrato com a Ferrari para 2012 . Ele teria sido companheiro de seu amigo Fernando Alonso e estaria em um time capaz de conquistar vitórias e lutar pelo título.
Sem opções na Fórmula 1, Kubica voltou aos ralis e testou em diversas categorias (GT, Fórmula E, WEC...). A Renault permitiu que ele fizesse um teste em Valência, em junho de 2017, com o carro de 2012. Ele deu 115 voltas e começou a avaliar suas opções.
Um mês depois, em Paul Ricard, Kubica deu 90 voltas.
Kubica foi confirmado pela Renault para disputar o teste pós-GP da Hungria 2017, seu primeiro teste de fogo.
Com o # 46 no RS17 da Renault, Kubica foi o quarto no seu retorno. Deu mais de 140 voltas com o volante modificado para se adaptar às suas condições. Ele deixou uma impressão muito boa e abriu novamente a possibilidade de um retorno em 2018. p>
"Há pessoas dizendo que o piloto está em uma mão, não estou dirigindo com uma mão", ele precisou esclarecer. "Eu acho que é impossível competir em uma F1 com apenas uma mão, mas eu tenho algumas limitações e, de certa forma, meu corpo geralmente compensa, o que não é ruim."
A Renault escolheu Carlos Sainz e fechou a porta para Kubica. No entanto, a Williams notou-o e acrescentou-o à lista de pilotos candidatos para ser companheiros de equipe de Stroll em 2018.
Kubica fez com o carro de 2014 o que a Williams descreveu como um "teste bem-sucedido". A equipe britânica queria avaliar o status do piloto e analisar suas opções.
Após dois dias privativos ao volante do Williams FW40 de 2017, Kubica disputou os testes de final de temporada em Abu Dhabi. A Williams o declarou "apto" para competir na Fórmula 1.
Kubica conseguiu retornar à Fórmula 1 em 2018, mas não como titular. A Williams optou por Sirotkin e o polonês teve que se contentar em ser um piloto reserva. "Eu fui honesto demais ao falar sobre minhas limitações", lamentou Robert.
Durante 2018 ele jogou os testes de pré-temporada e apareceu em sessões de treinos livres, mantendo sua candidatura para ser titular em 2019.
Com a saída de Stroll e depois de deixar de lado Sirotkin, a Williams queria um parceiro experiente para o jovem Russell, que assinou para 2019. Robert foi finalmente escolhido e nove anos depois se tornou parte do grid. p>
Seu retorno não foi o desejado, e depois de uma série de fracassos e problemas, ele foi o último em classificação e corrida na Austrália.
O desempenho de Kubica em 2019 não empolgou, com o polonês sendo frequentemente superado por seu companheiro, George Russell. No entanto, Kubica pode se orgulhar de ter somado o único ponto da equipe no ano, no GP da Alemanha, onde chegou em décimo e "salvou" a temporada da Williams.