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Lewis: "Senna sempre aproveitava os espaços e sou assim também"

Ao TR, inglês fala sobre comparações com brasileiro e espera ter mais tempo na Mercedes para cuidar de caridade

Quando chegou à Fórmula 1, em 2007, Lewis Hamilton era o protótipo do piloto perfeito. Na pista, fez pódios em suas nove primeiras corridas na categoria, um feito inédito na história. Fora dela, sempre dizia as coisas certas, era o sonho de qualquer assessor de imprensa.

Com o tempo, no entanto, fomos conhecendo mais o inglês, hoje com 27 anos. E de saída da McLaren. De problemas com a polícia por dirigir em alta velocidade à bronca via twitter pelo, agora ex-companheiro, Jenson Button não segui-lo na rede social, Hamilton passou por de tudo um pouco nestes seis anos. E garante que ainda vai continuar surpreendendo, seja nas pistas, seja fora delas.

Neste trecho da entrevista do TotalRace com o piloto, realizada no GP dos Estados Unidos, Hamilton fala sobre sua admiração por Ayrton Senna e a vontade de levar seus projetos de caridade a cada vez mais pessoas.

TOTALRACE: Muitos torcedores brasileiros gostam de você por ver semelhanças entre seu estilo e o de Ayrton Senna. O que você identifica em você que o lembra?

LEWIS HAMILTON: Não saberia dizer... acho que a maneira de Ayrton pilotar era muito agressiva e ele assumia muitos riscos. Ele dizia que, quando você não aproveita um espaço, não está correndo de verdade. Também sou assim, acho. Eu quero aproveitar qualquer espaço, mesmo que às vezes isso me cause problemas. Não me comparo a ele porque ele é de outro nível, mas sempre assisti muito a suas corridas, a maneira como ele pilotava e se comportava. Também tenha adaptado algumas coisas que vi quando criança.

TOTALRACE: Você tem mostrado neste ano seu interesse por outras áreas fora da F-1, como a música, além do engajamento em ações de caridade. Você sempre teve isso e não mostrava antes ou é algo que aumentou com o passar do tempo?

LEWIS HAMILTON: Muitas das coisas de caridade não eram muito vistas, mas fui criado como um cara de família. Vocês me viam com minha família no início da carreira e o motivo para que isto não tenha continuado foi porque tivemos algumas dificuldades, mas agora minha família está voltando. Se me vissem quando estou em casa, sou muito ligado a minha família, sempre fazemos reuniões.

Com a caridade, não sabia como fazer, mas agora tenho uma equipe muito boa ao meu redor e posso dizer que essa causa é muito importante, quero receber uma lista com os trabalhos para saber exatamente qual quero apoiar, porque quero me certificar que será algo que vai ajudar crianças. Faremos algo nas favelas do Brasil, assim como fizemos ano passado e quero ajudar com o que puder lá. Nelson Mandela me pediu para ajudar em sua fundação. Parei com a minha porque todos têm uma e não quero fazer isso. Quero ajudar aquelas que já estão estabelecidas para que possam fazer mais.

TOTALRACE: Como você se sente quando pode ajudar?

LEWIS HAMILTON: É um grande sentimento ver o sorriso no rosto das crianças. Quando estive nas Filipinas, vivi uma das experiências mais transformadoras da minha vida. Foi surreal. Sentia tanto brilho delas. Foram os dois melhores dias do meu ano. Ano que vem terei mais tempo para minha vida pessoal devido ao meu contrato, menos aparições pela equipe, então terei mais tempo para isso.

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Julianne Cerasoli
Fórmula 1
Lewis Hamilton
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