Marussia e Caterham brigam por 10º lugar que vale milhões
Cyril Abitebou, chefe da Caterham e John Booth, da Marussia conversaram sobre disputa entre os times. TotalRace acompanhou
Em uma Fórmula 1 extremamente cara, que não encaixa no mundo em crise econômica, cada 15ª posição é disputada como uma vitória. É uma briga silenciosa, que não passa na televisão.
Disputa essa que não é forte o suficiente para chamar pontos e atenção, mas que pode render uma economia na casa dos milhões de dólares e uma sobrevida em um universo elitista e fechado como o da Fórmula 1.
O campeonato de Construtores pode parecer desinteressante para o público, mas é disputado à tapa pelas equipes - principalmente as mais fracas e pobres. Segundo o regulamento, as dez melhores ao fim de cada ano, além do prêmio em dinheiro, têm boa parte dos custos de logística e transporte abatidos pela organização. O que dá um grande alívio no bolso dos times.
Porém, como são 11 equipes no grid, uma fica de fora desta lista. Cruelmente, a "azarada" sempre é uma das pequenas. Neste ano, esta briga desesperadora acontece entre Caterham e Marussia e pode ser decidida por um 12º lugar - como nenhuma das duas conseguiu pontuar, o desempate fica por conta da melhor posição obtida e os russos possuem um 13º lugar de Jules Bianchi na Malásia. A Caterham não passou da 14ª posição até o momento.
Personagens dos bastidores desta briga silenciosa, Cyril Abiteboul (chefe da Caterham) e John Booth (chefe da Marussia) foram reunidos para uma conversa bastante competitiva - e isso quer dizer que a corrida em Interlagos vai pegar fogo. Pelo menos no fundão. O TotalRace acompanhou o papo:
Cyril Abiteboul - Caterham
Começando com você, Cyril. Esta é a última chance de tentar conquistar essa décima posição no campeonato. Na perspectiva da Caterham, qual o preço que será pago pela última posição? Vocês conseguirão dar conta se isso acontecer?
Cyril Abiteboul: Como vocês sabem, não posso responder. Acho que custará muito é para a moral da equipe. Todos acreditavam que nós merecemos, mas, com todo o respeito, acho que fizemos um bom trabalho, mas os fatos tendem a dizer que merecemos mais que os outros. Então, creio que será uma corrida literal. Acho que, não importa o resultado, estamos comprometidos com o esporte. Isso dará uma bela dor de cabeça ao nosso diretor financeiro.
Com as grandes mudanças para o ano que vem, qual é o benefício de ter um piloto mais experiente, como Heikki Kovalainen, por exemplo?
CA: Aproveitando, quero deixar claro que a Lotus não ficará com ele. Mas, apesar de tudo, é bom ter experiência. Tudo está mudando no ano que vem e essa experiência é um ponto, pois o desenvolvimento e a interação precisarão ser muito rápidas no ano que vem em particular. Você precisa de um piloto que todos os engenheiros e equipe podem confiar. Sendo assim, você quer um feedback apropriado, apurado, para poder melhorar dia após dia. É disso que precisamos, de um piloto transparente.
John Booth - Marussia
John, a décima posição no campeonato: você sente que pode perder neste fim de semana?
John Booth: Acho que concordo muito com Cyril neste ponto. Pode haver uma consideração financeira, mas o valor esportivo é mais importante. Somos a menor equipe, como o menor orçamento, mas somos corredores e queremos melhorar. A décima posição será uma grande conquista.
Acredito que você não vai concordar com Cyril que a Caterham merece mais que a Marussia, né…
JB: Esta tem sido uma boa briga neste ano. Existiu um período no ano em que a Caterham mostrou uma força bem maior. Tivemos uma boa corrida na emana passada e acho que estamos chegando no limite. Esta foi uma temporada longa e conquistamos aquela décima posição no campeonato na Malásia, sem atualizar o carro desde Barcelona. Segurar esta posição, na verdade, vem sendo um teste de nervos!
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