Entrevista

Mazepin: "Em vez de cedo, é crucial chegar à F1 pronto"

Piloto de desenvolvimento da Force India falou com o Motorsport.com sobre suas primeiras impressões após primeiro teste na F1, sobre planos para o futuro e de como conheceu Michael Schumacher

Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 Team Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 VJM09 Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 VJM09 Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 VJM09 Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 VJM09 Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 Team Development Driver
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Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 VJM09 Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 Team Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 VJM09 Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 Team Development Driver
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Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 VJM09 Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 VJM09 Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 Team Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 Team Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 Team Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 VJM09 Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 VJM09 Development Driver
Nikita Mazepin, Sahara Force India F1 VJM09 Development Driver

Em junho, Nikita Mazepin fez sua estreia em um carro de Fórmula 1, nos testes de Silverstone, causando boa impressão. Correndo na Force India, o russo de 17 anos, que compete atualmente na F3 em 2016, chegou a fazer tempo melhor do que um dos titulares do carro, Nico Hulkenberg, na classificação do GP da Grã-Bretanha.

O piloto falou com exclusividade ao Motorsport.com sobre diversos assuntos ligados à F1, confira.

Já se passaram algumas semanas desde seu teste em Silverstone. Como foi a experiência?

Foi uma experiência incrível e estou muito grato por isso. Definitivamente me ajudou na F3. Este ano, também fiz algumas corridas de Fórmula Renault 2.0 e cada vez que voltava para a F3, me senti no limite. Mas o teste na F1 me ajudou a me sentir mais confiante na F3. Acho que fiz um bom trabalho no teste. Ajudei a equipe tanto quanto podia, não cometi erros e acho que os meus tempos de volta não foram ruins no final de ambos os dias, então eu fiquei muito feliz. Foi uma experiência incrível.

Você sente a equipe se satisfez com os dados fornecidos?

Acho que sim. Quero dizer, obviamente, a ideia principal era testar todos os componentes que eles não podem usar no fim de semana de corrida, porque eles não têm tempo suficiente. E eles também estavam interessados em testar outros compostos e ver como a Pirelli escolhe os pneus. Eu estava correndo principalmente com os macios, que foi o pneu do fim de semana, mas nós também experimentamos os supermacios e os ultramacios. Eles só queriam ver se os compostos eram bons o suficiente para o circuito. Acho que dei um bom feedback, especialmente com o supermacio pela primeira vez, fui capaz de realmente dizer o que eu sentia e, ao que parece, não foi ruim.

Qual foi a coisa mais surpreendente que você percebeu ao guiar um carro de F1?

A força do carro. E o downforce em alta velocidade era grande, mas o carro de F3 tem bastante downforce, de modo que não era uma diferença tão grande.

O carro de F1 moderno é bastante complicado. Quanto tempo você levou para aprender os procedimentos?

Sim, o carro é muito complicado, mas, para ser honesto, não demorou muito tempo para aprender. Quer dizer, os engenheiros da equipe são muito bons. Eu tive a chance de trabalhar com a equipe de Sergio Perez e foi incrível. Quando você está testando, você quer causar uma boa impressão e você não quer correr o risco de parecer estúpido por fazer muitas perguntas. Mas eu me senti muito confortável e acho que foi porque eu sabia o que estava fazendo.

Como você começou no automobilismo?

Da mesma maneira da maioria, no kart. Fui a um centro de kart, corri algumas vezes e as pessoas que me assistiam fizeram questão de me colocar nesse mundo. Quando se tem seis ou sete anos, você sempre busca atividades paralelas à escola. Ia lá três vezes por semana, apenas para me divertir e eu era muito bom. Eles disseram que havia uma chance de estar em um nível mais elevado, em corridas válidas pelos campeonatos de Moscou e da Rússia. Lentamente fui para o Campeonato Europeu e em seguida para o Mundial. 

Quão rapidamente você percebeu que era isso o que você queria fazer?

Eu sabia que eu queria ser um piloto de F1 desde que tinha nove anos de idade. E é por isso que o teste que fiz foi muito emocionante. 

Quem foi seu herói nas pistas?

Acho que darei uma resposta muito comum, obviamente, Michael Schumacher. Corri contra o seu filho no kart, na mesma equipe e na mesma classe. E vendo Michael indo para a tenda de nossa equipe o tempo todo, sendo muito humilde, perguntando como eu me sentia com o kart e coisas como essa, foi ótimo. Assim, Michael foi a principal inspiração para mim.

Como foi conhecê-lo pela primeira vez?

Bem, quando você está tentando ser um piloto de corridas, você mira o topo. Michael estava no topo. A principal coisa para mim foi apenas ver como ele agia com os fãs, como ele falava com as pessoas. Quando você deseja imitar um campeão, você deseja ser igual em tudo, não apenas na condução. Especialmente quando você está construindo seu caráter pessoal. Então, quero dizer, que foi uma grande oportunidade.

Você se dá bem com Mick Schumacher?

Sim, somos bons amigos. Nós costumávamos passar muito tempo juntos quando corríamos na classe KF Junior, mas quando fui para a sênior, ele ficou nos juniores por mais um ano. E mantivemos contato, mas agora, obviamente, estou na F3 e ele está na F4, duas categorias diferentes. Então, não mantemos muito contato recentemente. Estou muito ocupado com os compromissos da F1, F3 e Renault. Não é fácil. No final, você não está aqui para fazer amigos, mas estou sempre pronto para uma boa amizade com as pessoas.

É verdade que o seu preparador no kart é o mesmo de Daniil Kvyat?

Sim, e graças a ele que fui para o kart.

Você costuma conversar com Daniil?

Não muito. Ele me deu alguns conselhos, mas, obviamente, ele está em outro nível da carreira. Mas sempre prestei atenção na carreira de Daniil.

O que você acha do caminho que Max Verstappen fez do kart para a F1, basicamente no período de dois anos?

Max é um grande piloto. Eu o conheço há muito tempo. Para fazer o que ele fez, você realmente tem que estar na classe certa, no momento certo, mas ele trabalhou duro, fez um bom trabalho. Se você chegar cedo, é ótimo. Mas isso não significa que se você não chegar rápido será o fim de tudo. Você tem que ter o seu tempo em cada categoria e é isso que estou fazendo. Estou fazendo o meu melhor em todos os lugares que eu vou.

Você tem um prazo definido para chegar à Fórmula 1?

Bem, a principal coisa sobre a F1 é que é crucial chegar pronto à F1. Você nunca sabe, cada piloto progride de forma diferente. E não é só quando eu sinto que estou pronto, não há muitas equipes na F1, são apenas dois lugares em cada equipe. Estou muito grato por ter um compromisso com a Force India e espero, quando eu tiver pontos suficientes para a superlicença, que se interessem por mim ou alguma outra equipe.

Você acha que está pronto para os treinos livres pela Force India, no papel que hoje é de Alfonso Celis?

Alfonso Celis Jr. é mais velho do que eu e tem mais experiência. Acho que mostrei um bom potencial no teste que fiz. É difícil se comparar a outros pilotos. Eu fiz apenas dois dias, todos estão em uma estratégia diferente. Mas acho que a equipe deve me considerar, que eu posso ser tão útil como Alonso, talvez mais. É só me chamar. Eu estou lá, pronto com o meu capacete e meu macacão. Se eles me quiserem no carro, eles podem apostar.

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