Mick Schumacher soma 1.600 saltos de paraquedas; como isso afeta seu treino para F1

"Eu amo fazer isso porque era algo que eu compartilhava com meu pai", disse em entrevista exclusiva ao Motorsport.com

Mick Schumacher, Reserve Driver, Mercedes-AMG

Não é só de treinos e corridas que um piloto vive! Na verdade, Mick Schumacher compartilha de uma paixão ainda mais arriscada: paraquedismo. O competidor da WEC, World Endurance Championship, contou Motorsport.com que o esporte faz grande parte de sua vida.

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Na entrevista, Schumacher disse que "gosta de paraquedismo", mas a palavra 'gosta' não tem força o suficiente para expressar o quanto o piloto se dedica ao esporte.

Na verdade, Mick já tem em seu currículo 1.600 saltos e, dessa maneira, já conquistou a sua licença para poder pular do avião sozinho.

"Meu primeiro salto de paraquedas, se bem me lembro, eu tinha oito ou nove anos. Era obviamente um salto duplo. Basicamente, eu não gostava de subir, eu não gostava muito, e então minha irmã fez e eu fiquei tipo 'droga, se minha irmã conseguiu, agora eu tenho que fazer'".

"Então pulei de olhos fechados, mas gostei tanto que voltei imediatamente".

"Quando eu tinha idade suficiente, comecei a saltar sozinho, isso foi quando eu tinha 16 anos. Agora tenho 1.600 saltos e tenho licença".

Mick contou que já saltou algumas vezes com Lewis Hamilton e o passatempo o ajuda a melhorar seu desempenho como piloto, uma vez que ele ainda sonha em voltar à F1.

Mick Schumacher, Reserve Driver, Mercedes-AMG F1 Team

Mick Schumacher, Reserve Driver, Mercedes-AMG F1 Team

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

"Não é apenas uma oportunidade para eu conhecer melhor meu corpo, você tem essa ordenação de pés, mãos, corpo, cabeça e olhos, e o que eles fazem. Isso lhe dá uma ideia do que fazer quando estiver correndo, mas também lhe dá conhecimento sobre o clima e os ventos".

Schumacher também deu detalhes da importância de tomar decisões rápidas durante o salto, por questões de segurança, assim como acontece em pista.

"Às vezes você pode ser empurrado para uma posição peculiar, então você tem que agir rápido, isso eu sabia como fazer nas corridas, mas ajuda enfatizar isso uma e outra vez, especialmente quando você não tem segurança ao seu redor como em um carro de corrida. Eu amo fazer isso porque era algo que eu compartilhava com meu pai".

Caminho de volta à F1

Mick Schumacher teve duas temporadas frustrantes na HAAS e deixou a equipe em 2022, após uma sequência de acidentes que causaram prejuízos financeiros à equipe. Agora, ele atua como piloto reserva da Mercedes e compete na WEC pela Alpine.

Na etapa das 24 Horas de Le Mans, o piloto foi forçado a abandonar a corrida porque os dois hipercarros sofreram com problemas de motor após apenas seis horas de prova. No entanto, ele defende que essas experiências são importantes para desenvolver melhor suas habilidades.

Mick acredita que esse tempo trabalhando com a Alpine e a Mercedes lhe permitam mostrar resultados melhores e, dessa maneira, receber uma nova oportunidade na F1.

"Trabalhar com a Alpine é uma oportunidade para uma equipe no grid da F1 me conhecer melhor. Isso me permite ser um piloto mais completo e tentar disciplinas diferentes porque pode me dar [uma chance melhor], mesmo que seja um 1% extra. Pode me ajudar".

"Vou continuar tentando até conseguir e não vejo razão para desistir. Meu foco é voltar para a F1, esse é meu sonho desde criança e não vou desistir dele".

"Ainda tenho muito a provar. Muitas pessoas que me conhecem viram isso nas categorias juniores, mas aqueles que só me conheceram na HAAS não viram. Há muita coisa que quero provar que estão errados por me julgar".

#36 Alpine Endurance Team Alpine A424: Nicolas Lapierre, Mick Schumacher, Matthieu Vaxiviere

#36 Alpine Endurance Team Alpine A424: Nicolas Lapierre, Mick Schumacher, Matthieu Vaxiviere

Photo by: Marc Fleury

Schumacher disse que algumas pessoas ainda estão erradas em pensar que ele não está batalhando para conseguir se aproximar das lendas do automobilismo. O alemão ainda defendeu que os chefes de equipe deveriam olhar para a maneira como ele trabalha por trás das cortinas.

"Não acho que preciso sair e entregar um currículo, as pessoas viram o que eu fiz. Mas o que não se sabe é como eu trabalho internamente, porque isso é mantido a portas fechadas. Se as pessoas soubessem o quanto eu estou trabalhando duro, elas tomariam uma decisão diferente".

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