Mosley: F1 deve cancelar temporada de 2020 para encerrar incertezas
O ex-presidente da FIA afirmou que a F1 deveria cancelar a temporada de 2020 de uma vez ao invés de arriscar em um período de incertezas

A pandemia da Covid-19 já mexeu bastante com a estrutura da Fórmula 1, levando a categoria a cancelar ou adiar as nove primeiras etapas de 2020 devido à rápida disseminação do vírus pelo mundo.
O GP da França, em Paul Ricard, é a mais nova prova na bolha, após o presidente francês Emmanuel Macron estender a proibição de eventos de grande porte até o meio de julho. A etapa está marcada para 28 de junho, três semanas antes do fim da proibição.
Sem nenhuma previsão para o fim da crise do coronavírus, o ex-presidente da FIA, Max Mosley, acredita que seria melhor cancelar toda a temporada de 2020, para pôr um fim à preocupante incerteza para equipes, organizadores e parceiros.
Falando para a agência de notícias alemã DPA sobre a sugestão de cancelamento da temporada, Mosley disse: "Assim as equipes e organizadores teriam a certeza, para poder planejar e tomar medidas. No momento, eles estão no limbo e perdendo dinheiro".
"Ao esperar, você arrisca tornar as coisas ainda piores sem ter a certeza de que vai ganhar qualquer coisa. Não há garantia de que as corridas poderão começar novamente em julho, e cada vez mais parece mais difícil".
Mosley não acredita que realizar GPs com portões fechados, uma sugestão de Ross Brawn, seja uma solução viável.
"Isso seria um desastre financeiro para a grande maioria dos organizadores das provas", afirmou. "Até sabermos o que acontecerá globalmente com a pandemia, não é possível fazer planos racionais para a F1".
F1 "deve agir agora"
Em uma entrevista exclusiva com o Motorsport.com, o presidente da Fórmula E, Alejandro Agag, afirmou que a F1 deveria usar a crise do coronavírus como uma oportunidade de realizar reformas financeiras no esporte e reduzir ainda mais o teto orçamentário, que, no momento, deve cair para 150 milhões de reais (775 milhões de reais).
Mosley, que esteve à frente da FIA entre 1993 e 2009, concorda com o sentimento de Agag que a F1 não está indo longe o suficiente para melhorar a saúde do esporte a longo prazo.
"Eu duvido que o problema da desigualdade possa ser resolvido porque o teto proposto ainda está fora da realidade para a maioria das equipes pequenas", acrescentou. "Há também muitas exceções para as regras".
Ele alertou que a F1 e a FIA precisam "agir agora e aproveitar a oportunidade para reorganizar e reestruturar a F1 para colocá-la em um rumo financeiro para o futuro".
Confira como o coronavírus tem afetado o calendário do esporte a motor pelo mundo
VÍDEO: Quem são os campeões mais irregulares da história da F1?
PODCAST: Quais pilotos mereciam ganhar títulos da F1 e não levaram?
Compartilhe ou salve este artigo
Principais comentários
Inscreva-se e acesse Motorsport.com com seu ad-blocker.
Da Fórmula 1 ao MotoGP relatamos diretamente do paddock porque amamos nosso esporte, assim como você. A fim de continuar entregando nosso jornalismo especializado, nosso site usa publicidade. Ainda assim, queremos dar a você a oportunidade de desfrutar de um site sem anúncios, e continuar usando seu bloqueador de anúncios.