Nostalgia
Fórmula 1 GP do Brasil

O dia em que Senna enfureceu Schumacher em Interlagos

Senna nunca teve muita sorte em Interlagos, apesar da vitória em 91, mas, no ano seguinte, o brasileiro teve mais problemas, que irritaram um certo alemão

Start: Ricardo Patrese, Williams Renault, Nigel Mansell, Williams Renault, Ayrton Senna, McLaren Honda, Michael Schumacher, Benetton Ford
Riccardo Patrese, Williams FW14B, Nigel Mansell, Williams FW14B,  Ayrton Senna, McLaren MP4/7A, Michael Schumacher, Benetton B191B
Ayrton Senna, McLaren MP4-7A Honda
Ayrton Senna, McLaren MP4-7A Honda
Michael Schumacher, Benetton B191B Ford
Ayrton Senna, McLaren MP4/7A Honda leads Michael Schumacher, Benetton B191B Ford, Jean Alesi, Ferrari F92A and Martin Brundle, Benetton B191B Ford
Michael Schumacher, Benetton Ford
Michael Schumacher, Benetton B191B Ford
Ayrton Senna, McLaren MP4-7A Honda
Michael Schumacher, Benetton B191B Ford
Ayrton Senna, McLaren MP4-7A Honda
Riccardo Patrese, Williams FW14B Renault, leads Nigel Mansell, Williams FW14B Renault
Pierluigi Martini, Dallara BMS-192 Ferrari
Mika Häkkinen, Lotus 102D Ford, Johnny Herbert, Lotus 102D Ford
Nigel Mansell, Williams FW14B Renault
The Honda engine in one of the McLaren MP4-7A
Mechanics work on the car of Ayrton Senna, McLaren MP4-7A Honda
Martin Brundle, Benetton
Jean-Claude Migeot, Ferrari Aerodynamicist
Ivan Capelli, Ferrari F92A
Lisa Dennis, and Ron Dennis, McLaren team principal
Michael Schumacher, Benetton B191B Ford leads Jean Alesi, Ferrari F92A
Olivier Grouillard, Tyrrell  with a gearbox problem
Mauricio Gugelmin, Jordan 192 Yamaha
Thierry Boutsen, Ligier JS37 Renault
Andrea de Cesaris, Tyrrell 020B Ilmor
Nigel Mansell, Williams FW14B Renault
Christian Fittipaldi, Minardi M191B Lamborghini
Jean Alesi, Ferrari F92A
Thierry Boutsen, Ligier JS37
Pierluigi Martini, Dallara BMS-192 Ferrari
Nigel Mansell, Williams FW14B, takes the chequered flag
Nigel Mansell, Williams FW14B Renault
Podium: second place Riccardo Patrese, Willams, Race winner Nigel Mansell, Williams, third place Michael Schumacher, Benetton
Podium: Race winner Nigel Mansell, Williams
Podium: third place Michael Schumacher, Benetton
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Efeméride

Sur deux ou quatre roues, replongez-vous dans l'Histoire des sports mécaniques, celle qui a écrit la légende des hommes et des machines durant des décennies.

A carreira de Ayrton Senna tem inúmeros capítulos memoráveis. Vitórias épicas, poles incríveis e também momentos de tensão. Um deles (alguns para dizer a verdade) envolveu Michael Schumacher (relembre 60 fatos da vida do tricampeão no vídeo abaixo).  

A temporada de 1992 da Fórmula 1 foi um passeio da Williams, e o Brasil seria a sede da terceira dobradinha da equipe, que usava motores Renault. Nigel Mansell superou um rápido Riccardo Patrese para a vitória, então a corrida real estava na disputa pelo terceiro lugar, que Senna estava determinado a conseguir...

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Riccardo Patrese, Williams FW14B Renault leads at the start

Riccardo Patrese, Williams FW14B Renault leads at the start

Photo by: Sutton Images

Sua nova McLaren-Honda usava pelo segundo ano um motor V12 (veja abaixo a galeria com os carros da carreira de Senna), e estava a mais de 2s da dupla da Williams quando ia bem nas classificações, mas aproximadamente seis décimos de segundo mais rápido que a Benetton B191B de Schumacher (um desenvolvimento do carro de 1991 que a equipe usava até a finalização do carro de 1992 na quarta etapa). Porém, desde cedo ficava claro que Senna estava com problemas, levantando seu braço direito no ar quando passava pela linha de chegada.

Com os tempos de volta ficando cada vez mais lentos - a volta mais rápida de Senna era apenas a 21ª de um grid com 26 carros! - ele conseguiu se manter na frente de um pelotão que trazia Schumacher, Jean Alesi (Ferrari), Martin Brundle (Benetton), Pierluigi Martini (Dallara), Karl Wendlinger (March) e Thierry Bousten (Ligier). Na estreia da McLaren MP4/7A, o Honda V12 de Senna havia desenvolvido um problema que se mostraria terminal - mas isso não o impediu de lutar bravamente enquanto era apoiado por seus fãs.

Senna já havia cutucado Schumacher antes, ao ultrapassá-lo na primeira curva, compensando uma péssima largada após ficar atrás de um lento Mansell. Senna foi pelo lado de fora do alemão na curva à esquerda e conseguiu garantir a ultrapassagem na segunda parte do S, enquanto Schumacher segurou para evitar uma batida.

Riccardo Patrese, Williams FW14B, Nigel Mansell, Williams FW14B,  Ayrton Senna, McLaren MP4/7A, Michael Schumacher, Benetton B191B

Riccardo Patrese, Williams FW14B, Nigel Mansell, Williams FW14B, Ayrton Senna, McLaren MP4/7A, Michael Schumacher, Benetton B191B

Photo by: Sutton Images

Senna conseguiu abrir uma diferença, até que seu motor começou a apresentar problemas. "Ele começou a dar problema nas retas, como se eu tivesse tirado o pé do acelerador", disse Senna depois da prova.

No início da oitava volta, Schumacher passou por Senna na subida dos boxes, enquanto o motor de Senna continuava apresentando problemas, mas o brasileiro não estava afim de desistir. Enquanto Schumacher achava que seu rival não brigaria novamente pela posição, Senna mergulhou na linha interna da Curva 1 e voltou ao terceiro lugar.

Ayrton Senna, McLaren MP4/7A

Ayrton Senna, McLaren MP4/7A

Photo by: Sutton Images

Agora novamente na frente, Senna tentou resolver seu problema ao desligar suas vezes a ignição para reiniciar a Unidade de Controle Eletrônico e começou também a alterar a mistura do combustível em uma vã tentativa de voltar a ter o carro com funcionamento total. O efeito dessas variações em sua performance enfureceram Schumacher.

"Eu estava mais rápido que ele, e ele estava fazendo algum tipo de jogo, o que me surpreendeu. Eu não esperava esse estilo de pilotagem de um tricampeão mundial", afirmou Schumacher. "Nas dez primeiras voltas, ele estava indo o mais rápido possível, mas aí ele simplesmente transformou a ultrapassagem em algo muito difícil para mim. Ele freava em curvas de baixa, e aí acelerava e seguia na reta".

"Eventualmente, quando ele permitiu que eu o ultrapassasse, ele me surpreendeu e me ultrapassou. Esse tipo de pilotagem deu aos outros que estavam próximos a oportunidade de me passar, e eu não gostei disso".

Michael Schumacher, Benetton B191B Ford leads Jean Alesi, Ferrari F92A

Michael Schumacher, Benetton B191B Ford leads Jean Alesi, Ferrari F92A

Photo by: Sutton Images

De fato, em algumas ocasiões, Schumacher se viu defendendo a posição de Alesi com a Ferrari. Após outras cinco voltas atrás do lento Senna, Schumacher finalmente conseguiu uma ultrapassagem na volta 13 - mas naquele momento, ele estava a mais de 30s da dupla da Williams.

Na volta 18, Senna abandonou, após cair no grid. Ele terminou a corrida com uma última tentativa furiosa de resolver a situação, antes de sair do carro.

Senna descreveu o problema como "algo sério e intermitente". Ele acrescentou: "O efeito disso era totalmente imprevisível e podia ocorrer quatro ou cinco vezes em uma volta e nenhuma na seguinte".

"De vez em quando, o problema era tão grande que parecia que eu havia colocado o pé no freio. Eu continuei com o problema, tentando resolver na esperança de que ele sumisse, enquanto, ao mesmo tempo, eu ficava levantando o braço para tentar alertar os pilotos atrás do problema".

"O problema não desapareceu e foi a razão para o meu abandono - era muito perigoso pra mim continuar pilotando sob essas condições".

The Honda engine in one of the McLaren MP4-7As.

The Honda engine in one of the McLaren MP4-7As.

Photo by: Ercole Colombo

Com Senna fora e Schumacher praticamente garantindo sua vaga no pódio, o drama da corrida não terminou até. Alesi bateu em Brundle na Curva Um, acabando com a Benetton do britânico. Brundle foi procurar o francês na garagem da Ferrari, em busca de um pedido de desculpas, mas lá descobriu que o piloto ainda estava na prova (e terminaria em quarto).

Ainda houve drama no lado da Ligier: enquanto Erik Comas estava no processo de ultrapassar a Lotus de Johnny Herbert, o companheiro de equipe de Comas, Thierry Boutsen tentou arrumar um espaço que não existia e acabou batendo em ambos e no muro. Comas acabou atingindo Herbert e os três abandonaram.

GALERIA: Todos os carros de Senna na F1

1984: Toleman TG183B
Foi seu primeiro carro na Fórmula 1, apesar de Senna ter usado o monoposto apenas nas primeiras quatro corridas daquela temporada 1984, somando dois sextos lugares na África do Sul e na Bélgica.
1984: Toleman TG184
Foi com o novo carro da Toleman que o brasileiro conseguiu o famoso pódio na corrida chuvosa em Mônaco. Além disso, conquistou mais dois terceiros lugares, na Grã-Bretanha e em Portugal.
1985: Lotus 97T
A Lotus carregava um motor Renault. Com o monoposto, ele conseguiu uma vitória já em sua segunda corrida, em Portugal, antes de cair em uma sequência de sete provas consecutivas sem pódios. Voltou ao top-3 na Áustria com o segundo lugar, iniciando uma série de cinco pódios, incluindo uma vitória na Bélgica.
1986: Lotus 98T
Em sua segunda temporada com a Lotus, a equipe usou novamente o motor Renault V6. Os resultados chegaram: seis pódios, incluindo vitórias de Espanha e Detroit, nas oito primeiras corridas. No final, Senna somou 11 pódios para terminar em quarto entre pilotos.
1987: Lotus 99T
Com o Lotus 99T, já com motor Honda, o piloto ficou em terceiro lugar no campeonato de pilotos. Durante o ano, ele somou duas vitórias, quatro segundos lugares e dois terceiros. Essa foi a melhor posição de qualificação até então para o brasileiro.
1988: McLaren MP4/4
Em seu primeiro ano com a McLaren, seu carro foi o MP4/4, com motor Honda. Já em sua segunda corrida, Senna venceu o GP de San Marino. Depois de abandonar em Mônaco, obteve um segundo lugar no México, iniciando série de oito pódios consecutivos, incluindo seis vitórias. No GP do Japão, ele subiu novamente ao topo do pódio e conquistou seu primeiro campeonato na F1.
1989: McLaren MP4/5
Em sua segunda temporada com a McLaren, Senna guiou o MP4/5, impulsionado pela Honda. Foi o ano da intensificação da rivalidade com Alain Prost. No decorrer da temporada, ele somou seis vitórias e um segundo lugar na Hungria.
1990: McLaren MP4/5B
A terceira temporada de Senna pela McLaren marcou a saída de Alain Prost para a Ferrari, o que fez com que os números dos carros britânicos fossem alterados. O francês levou consigo o projetista Steve Nichols. Por isso, a McLaren fez alterações no seu carro do ano anterior, com novidades no corpo e na asa traseira. Deu certo: ganhou o Mundial de Construtores e Senna reconquistou o título.
1991: McLaren MP4/6
O MP4/6 impulsionado por um Honda V12 foi o último carro com o qual Senna brigou frequentemente por vitórias na McLaren. O início da temporada deu-lhe quatro vitórias. Depois, dois terceiros lugares, no México e na França. Os triunfos na Hungria, Bélgica e Austrália, com os segundos lugares de Itália, Portugal e Japão, deram a ele seu terceiro e último título mundial na Fórmula 1.
1992: McLaren MP4/7
A McLaren começou a temporada com uma atualização do chassi de 1991 na África do Sul e no México, onde Senna conseguiu o terceiro lugar. No Brasil, veio o novo carro MP4/7, para as restantes 14 datas do campeonato. Senna ainda ganhou três GPs (Mônaco, Hungria e Itália) e três pódios (San Marino, Alemanha e Portugal), terminando em quarto no campeonato vencido por Nigel Mansell.
1993: McLaren MP4/8
Com o novo motor Ford, Senna começou sua última temporada com a McLaren ao volante do MP4/8. O início da temporada permitiu-lhe três vitórias e dois pódios nas primeiras seis corridas de 1993. No fim do ano, ainda venceu no Japão e na Austrália.
1994: Williams FW16
Em seu desejo de vencer seu quarto campeonato mundial, Ayrton Senna mudou para a Williams em 1994. Entretanto, perdeu a suspensao eletrônica de seu antecessor em virtude das novas regras da F1 e ficou desvantagem. Em seu terceiro GP com o FW16, Senna faleceu após forte batida na curva Tamburello, em Imola.
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VÍDEO: 60 fatos e feitos de Ayrton Senna

PODCAST: Senna é o melhor piloto de todos os tempos da F1?

 

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