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Opinião: retorno de Massa é problema para jovens pilotos

Com Valtteri Bottas próximo da Mercedes em 2017, o caminho fica livre para Felipe Massa fazer mais um ano na Fórmula 1; Para Valentin Khorounzhiy, tal retorno destaca um problema muito maior para o esporte

Felipe Massa, Williams FW38
Felipe Massa, Williams F1 Team
Felipe Massa, Williams F1 Team
Valtteri Bottas, Williams FW38
Valtteri Bottas, Williams
Valtteri Bottas, Williams
Pascal Wehrlein, Manor Racing on the drivers parade
Nico Hulkenberg, Sahara Force India F1 with Felipe Massa, Williams on the drivers parade
Pascal Wehrlein, Manor Racing
Felipe Massa, Williams FW38 leads team mate Valtteri Bottas, Williams FW38
Valtteri Bottas, Williams, and the team say a fond goodbye to Felipe Massa, Williams, after his final race for the team and in F1
Valtteri Bottas, Williams FW38, leads Felipe Massa, Williams FW38
Valtteri Bottas, Williams
Felipe Massa, Williams, at the drivers photo call
Felipe Massa, Williams Martini Racing
Antonio Giovinazzi, PREMA Racing

No mês passado, Felipe Massa encerrou uma bela carreira na Fórmula 1 com um momento emocionante no GP do Brasil e um adeus competitivo em Abu Dhabi. Ainda que colocássemos de lado a excelente temporada de 2008, Massa foi bem o suficiente na categoria para que a F1 se sentisse diferente quando ele saísse.

No entanto, talvez tenhamos que esperar mais um ano para ver o quanto será diferente. Com a Williams cada vez mais propensa a permitir que Valtteri Bottas deixe o time para substituir Nico Rosberg na Mercedes, já há quem admita que Massa seria a melhor opção para ocupar o lugar deixado pelo finlandês - como a vice diretora da equipe, Claire Williams.

Massa por si só é popular, mas o retorno dele pode não ser. Não junto a pilotos que não possuem contratos para 2017 mas estão longe da aposentadoria. Não junto a pilotos que tiveram anos sólidos no fundo ou na parte intermediária do pelotão, mas que não brilharam o suficiente para avançar no sonho de correr na F1.

E, certamente, não faria sucesso com os pilotos de ponta da GP2, que batalham pela supremacia na categoria de base da F1 apenas para ver que as portas na categoria principal estão fechadas - e as que se abrem não se abrem para eles.

A decisão correta

Os times de ponta da F1 tem sido conservadores quando o assunto é a dupla de pilotos e a negociação de contratos - a Red Bull foi uma exceção notável neste ano. Na situação atual, com a saída repentina de Nico Rosberg, a solução que parece próxima faz muito sentido.

Toto Wolff, chefe da Mercedes, disse desde o início que o time não queria criar problemas e novelas contratuais. Com Bottas sob contrato, há um caminho claro para contratar o finlandês.

Bottas fez a parte dele para se colocar como um candidato a uma vaga em uma equipe grande - superando Massa nos três anos de Williams, terminando 2016 com 17 a 4 em posições de largada - a maior vitória do grid.

A Williams não quer abrir mão de Bottas - o diretor técnico do time de Grove, Pat Symonds, deixou bem claro que o finlandês é peça fundamental para os planos da equipe em 2017. Mas a Williams pode jogar duro com a fornecedora de motores do time e se arriscar a deixar Bottas frustrado ao impedir que ele abrace uma oportunidade de ouro? Provavelmente não.

Com a provável saída do finlandês, surge a necessidade de um piloto experiente para figurar ao lado de Lance Stroll, de 18 anos, que estreia em 2017. Se Symonds destacou algumas razões para manter Bottas - a importância da continuidade e a necessidade de se preparar da melhor maneira para as mudanças nas regras que serão vistas em 2017 - e tais razões também se aplicariam no retorno de Massa.

Pelos lados de Massa, ele ainda pode decidir contra o retorno - mas certamente ele não precisa tomar tal decisão.

Massa sabe que, lá em 2006, a carreira na Ferrari poderia ter acabado se Michael Schumacher não tivesse decidido se aposentar pela primeira vez, embora isso não signifique que ele deveria enxergar a situação atual da mesma forma, especialmente se ele acredita que ainda pode acrescentar algo ao legado dele na F1.

O paradoxo

Tudo o que foi abordado virá como uma pequena consolação para os jovens pilotos, que agora veem as oportunidades menores do que nunca. Dos 18 pilotos já confirmados no grid de 2017, somente um é novato - Stroll.

Apesar da participação no Bahrein, Stoffel Vandoorne deveria ser considerado novato. Entretanto, o piloto que despachou a concorrência na GP2 em 2015 teve um ano de espaço antes de chegar à F1 - o que é um bom exemplo do problema.

Em 2016, nenhum piloto fez na GP2 o que Vandoorne fizera no ano anterior, mas tratava-se de um grid sólido. Entretanto, nenhum deles subiu para a F1 e é pouco provável que haja alguma mudança para nomes como Antonio Giovinazzi ou Jordan King.

Ainda assim, a experiência segue sendo uma moeda valiosa. A Mercedes está de olho em Bottas mesmo tendo dois pilotos contratados, que poderiam se juntar a Lewis Hamilton com muito menos trabalho.

A Williams, por sua vez, pode acabar tirando um piloto da aposentadoria para se certificar de que não perderá em termos de experiência, ainda que existam alternativas mais baratas e com mais potencial.

O barulho e a especulação em torno do substituto de Rosberg sugere que os fãs da categoria querem variedade na parte da frente do pelotão. Se Massa voltar à Williams em 2017, isso representaria uma extensão da passagem de uma das personalidades mais populares do esporte, mas a variedade - o que 'apimenta' a vida - não teria representatividade.

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Valentin Khorounzhiy
Fórmula 1
Felipe Massa
Valtteri Bottas
Pascal Wehrlein
Antonio Giovinazzi
Williams
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