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Política, mortes e desistência: conheça as histórias por trás dos 27 GPs da F1 que a Ferrari não participou

O GP da Bélgica de 1982 foi o último na qual a Ferrari desistiu de sua participação no dia anterior à prova

Niki Lauda, Ferrari 312T2

O GP da Toscana, que acontece neste fim de semana, tem uma importância histórica dupla para a Fórmula 1. Além de ser a estreia de Mugello no Mundial, a Ferrari chegará a marca de 1000 GPs disputados na categoria. Ao longo dos 70 anos de existência do campeonato, a Scuderia é a equipe que mais disputou corridas, mas não chegou a participar de todas.

A F1 atingiu a marca de 1000 provas realizadas no GP da China do ano passado, e o GP da Toscana será o de número 1027 do Mundial. Assim, a Ferrari deixou de participar de 27 corridas ao longo de 70 anos, por motivos diversos.

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A primeira corrida da F1 sem a presença da Ferrari foi logo a primeira de todas, o GP da Grã-Bretanha de 1950, disputada em Silverstone, no dia 13 de maio de 1950. A equipe optou por não participar por tensões envolvendo a organização do evento e questões financeiras.

Com isso, a Ferrari fez sua estreia oficial no Mundial na segunda etapa da temporada de 1950, o GP de Mônaco. A equipe italiana veio com força total, alinhando quatro carros no grid: os italianos Alberto Ascari e Luigi Villoresi, o francês Raymond Sommer e o britânico Peter Whitehead. Na corrida, Ascari teve o melhor desempenho da Ferrari, terminando em segundo, mas uma volta atrás de Juan Manuel Fangio, o grande vencedor com a Alfa Romeo.

Ainda na temporada inaugural, a equipe italiana esteve ausente em mais duas etapas: as 500 Milhas de Indianápolis, que não contavam com a participação de nenhum dos pilotos e equipes europeias, além do GP da França, quando Alberto Ascari e Luigi Villoresi abandonaram o evento durante os treinos.

São consideradas corridas não-disputadas pela Ferrari aquelas que a equipe abandonou o final de semana antes do domingo, dia no qual se realiza o GP. Por isso que não entra nessa conta o GP da Suíça de 1982, disputado no circuito de Dijon, na França. Na ocasião, Patrick Tambay classificou a Ferrari para largar em décimo, mas acabou não participando da corrida por um problema no motor.

Com isso, a última corrida não disputada pela Ferrari aconteceu mais cedo naquele mesmo ano. A equipe retirou sua participação do GP da Bélgica daquele ano após o treino classificatório, devido ao acidente que matou Gilles Villeneuve. A Ferrari chegou a participar do treino classificatório, com Didier Pironi conseguindo o sexto lugar no grid de largada, enquanto Gilles havia obtido uma marca para sair em oitavo.

Confira na galeria abaixo todas as corridas da F1 sem a presença da Ferrari e os motivos por trás das ausências:

GP da Grã-Bretanha de 1950
A Ferrari optou por não participar do primeiro GP da história da F1 por problemas de negociação com a organização do evento e por não ter aprovado o trabalho feito na montagem do circuito de Silverstone. A prova foi vencida por Giuseppe Farina e a equipe optou por entrar na F1 na prova seguinte, o GP de Mônaco
500 Milhas de Indianápolis de 1950
Ao longo de sua primeira década de existência, a F1 incluía em seu calendário as 500 Milhas de Indianápolis, mas as equipes que disputavam as provas europeias dificilmente participaram do evento nesse período. No primeiro ano, ninguém participou e a vitória ficou com Johnnie Parsons
GP da França de 1950
Luigi Villoresi e Alberto Ascari chegaram a ir e participar dos primeiros treinos para o GP, realizado no circuito de rua de Reims - Gueux, mas a equipe optou por se retirar do evento sem justificativas
500 Milhas de Indianápolis de 1951
Assim como em 1950, a prova, que foi vencida por Lee Wallard, não contou com nenhum piloto europeu no grid.
500 Milhas de Indianápolis de 1953
Em 1952, a Ferrari quebrou essa ausência de carros europeus nas 500 Milhas, com a participação de Alberto Ascari. O vice-campeão de 1951 não chegou a completar a prova, mas terminou aquele ano como o campeão. No ano seguinte, o grid voltou a ser composto apenas por americanos, sem uma segunda participação da Ferrari
500 Milhas de Indianápolis de 1954
Com vitória de Bill Vukovic, a prova novamente não contou com nenhum piloto que disputava as etapas europeias da F1
500 Milhas de Indianápolis de 1955
A prova, que contou apenas com carros usando chassi Offenhauser, foi vencida por Bob Sweikert, mas não teve nenhum piloto europeu entre os 33 participantes
500 Milhas de Indianápolis de 1956
A prova foi vencida por Pat Flaherty, mas não teve nenhum piloto europeu entre os 33 participantes
500 Milhas de Indianápolis de 1957
A prova foi vencida por Sam Hanks, mas não teve nenhum piloto europeu entre os 33 participantes
500 Milhas de Indianápolis de 1958
A prova foi vencida por Jimmy Bryan, mas não teve nenhum piloto europeu entre os 33 participantes
500 Milhas de Indianápolis de 1959
A prova foi vencida por Rodger Ward, mas não teve nenhum piloto europeu entre os 33 participantes
GP da Grã-Bretanha de 1959
O GP da Grã-Bretanha em Aintree teve a maior participação de uma corrida daquele ano depois das 500 Milhas. Mas a Ferrari não participou devido à greves no país, que impediram a saída da equipe. Tony Brooks, que terminou com o vice-campeonato daquele ano, recebeu uma autorização para correr com um Vanwall, mas abandonou após apenas 13 voltas
500 Milhas de Indianápolis de 1960
A última edição das 500 Milhas como parte do calendário da F1 foi vencida por Jim Rathmann, mas não teve nenhum piloto europeu entre os 33 participantes, fechando um ciclo onde Alberto Ascari foi o único a tentar a sorte na prova
GP dos Estados Unidos de 1960
O circuito de Riverside, na Califórnia, recebeu a última etapa daquela temporada. Mas a Ferrari optou por não estar presente. Com os campeonatos de pilotos e construtores decididos, sem a equipe italiana vencer nenhum deles, Enzo Ferrari decidiu manter seus carros em casa, acreditando que seu tempo e dinheiro seriam melhor gastos na preparação do novo carro da F1 de 1961. Os pilotos da equipe, Phil Hill e Wolfgang von Trips puderam correr com outras equipes. Hill quis correr para manter seu terceiro lugar no Mundial, mas não conseguiu segurar Stirling Moss e Innes Ireland
GP dos Estados Unidos de 1961
A justificativa para não participar do GP dos Estados Unidos de 1961, dessa vez em Watkins Glen, foi a mesma de 1960, mas por motivos muito diferentes. Na última etapa da temporada, a Ferrari já havia garantido o Mundial de Pilotos, para Phil Hill e o de Construtores
GP da França de 1962
Em 1962, a Ferrari perdeu 3 das 9 etapas daquele ano, começando com o GP da França, em Rouen-Les-Essarts. Nessa etapa, a equipe não conseguiu competir devido a uma greve dos ferreiros. Com isso, Graham Hill conseguiu se manter na liderança do Mundial, a frente de Phil Hill
GP dos Estados Unidos de 1962
Pelo terceiro ano consecutivo, a Ferrari optou por não correr nos Estados Unidos, depois de um ano horrível para a equipe, terminando em sexto no Campeonato de Construtores, sem uma vitória. Além disso, o americano Phil Hill, que ficou novamente sem um carro para correr em casa, ficou sabendo naquele final de semana que havia sido demitido pela Scuderia
GP da África do Sul de 1962
Do mesmo jeito que a Ferrari optou por não correr nos Estados Unidos pela má fase que vinha naquele ano, a equipe decidiu não participar do GP da África do Sul, que foi disputado no Circuito Príncipe George em East London
GP da Grã-Bretanha de 1966
Quatro anos depois, a Ferrari voltou a não participar de um GP da Grã-Bretanha, que dessa vez foi disputado em Brands Hatch. Assim como no GP da França de 1962, o motivo foi a equipe optar por respeitar uma greve de ferreiros
GP do México de 1966
Em 1966, a Ferrari tinha apenas Lorenzo Bandini como piloto titular e o italiano não conseguiu chegar nem perto da disputa do Mundial de Pilotos. Mas, com o revezamento de outros pilotos, incluindo o vice-campeão daquele ano, John Surtees, a Ferrari chegou a ter chances entre os Construtores. Só que a disputa chegou ao fim na penúltima prova, nos Estados Unidos. Com isso, a Ferrari não mandou os carros para o GP do México, afirmando que a expansão da fábrica visando a vitória em Le Mans era o motivo para a ausência
GP da África do Sul de 1967
A reformulação da fábrica da equipe em Maranello "tirou" a Ferrari não apenas da última corrida de 1966 como também da primeira corrida de 1967, a primeira disputada no circuito de Kyalami. A vitória ficou com o mexicano Pedro Rodríguez e representou o início de mais um ano difícil para a equipe, com Chris Amon, o único piloto titular, ficando em quinto no Mundial
GP de Mônaco de 1968
Em 70 anos de F1, a Ferrari perdeu apenas uma vez o GP mais tradicional do calendário, o de Mônaco. Na edição do ano anterior, o piloto da equipe Lorenzo Bandini sofreu um acidente fatal na chicane da marina. A organização do evento alterou a pista e reduziu o número de voltas da prova, mas a Ferrari optou por não participar por sentir que as mudanças de segurança não eram suficientes
GP da Alemanha de 1969
Na etapa de Nurburgring da temporada de 1969, a Ferrari retirou a participação de Chris Amon e Pedro Rodríguez, deixando um grid bem reduzido, de apenas 14 carros e acabou ficando de fora de uma corrida relembrada até hoje. Mas a equipe italiana vinha em um de seus piores anos na F1. Entre os construtores, foi a última entre as equipes que pontuaram, enquanto Chris Amon conquistou o único pódio da Ferrari naquela temporada
GP da Holanda de 1973
Depois de resultados ruins no final dos anos 60, a Ferrari se levantou no começo dos anos 70, com um segundo e um terceiro lugar entre os construtores em 1970 e 1971. Porém, antes da fase vencedora iniciada por Clay Regazzoni e Niki Lauda em 1974, a equipe teve mais um período ruim. Isso levou Enzo Ferrari a retirar sua equipe do GP da Holanda de 1973, em Zandvoort, se recusando a correr porque os 312B3 não tinham condições de lutar pela vitória
GP da Holanda de 1973
O fato de Enzo não estar feliz com o 312B3 também tirou a equipe da corrida seguinte, disputada em Nurburgring. A Ferrari liberou Jacky Ickx para correr pela McLaren e o belga teve o seu melhor resultado da temporada, com um terceiro lugar, atrás de Jackie Stewart e François Cevert, ambos de Tyrell
GP da Áustria de 1976
A prova disputada em Österreichring é a última que a Ferrari nem chegou a dar as caras no final de semana. Essa foi a primeira corrida após o grave acidente de Niki Lauda em Nurburgring e a Ferrari não participou em protesto ao fato de James Hunt ter sua vitória no GP da Espanha restituída. Haviam rumores de que a prova seria cancelada, mas ela acabou acontecendo, com um público bem reduzido. No final do ano, a Ferrari foi campeã de construtores, mas Lauda perdeu o título para Hunt por apenas um ponto, uma trajetória registrada no filme "Rush - No Limite da Emoção"
GP da Bélgica de 1982
A última prova que a Ferrari não participou aconteceu em 09 de maio de 1982, quando o GP da Bélgica era disputado em Zolder. O fim de semana foi marcado pelo acidente fatal de Gilles Villeneuve durante o treino de classificação. A fatalidade levou a Ferrari a se retirar do GP que aconteceria no dia seguinte. Villeneuve chegou a marcar um tempo suficiente para se colocar em oitavo no grid de largada, enquanto seu companheiro, Didier Pironi, foi o sexto.
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Ferrari terá pintura e macacões especiais para GP 1000

Na quarta-feira, a equipe revelou a pintura especial que o SF1000 terá neste final de semana em Mugello. A Ferrari divulgou ainda os macacões que serão usados por Charles Leclerc e Sebastian Vettel. O tom mais escuro de vermelho remete à pintura usada pela equipe no GP de Mônaco de 1950, primeira corrida da Scuderia na F1.

Ferrari Tuscany GP livery
Charles Leclerc, Sebastian Vettel, Ferrari
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Ferrari vive o caos e Reginaldo Leme relembra momentos de crise da escuderia italiana na Fórmula 1

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