Promotor do GP do Brasil alerta que perda da corrida da F1 pode deixar automobilismo nacional 'morto por 40 anos'
Tamas Rohonyi alertou que o futuro do automobilismo nacional pode estar em risco caso o GP do Brasil saia do calendário da F1
Na última sexta-feira, a Fórmula 1 confirmou o cancelamento da edição 2020 do GP do Brasil, sendo a primeira vez que a prova fica de fora do calendário desde a sua entrada, em 1973. O anúncio colocou uma dúvida sobre o futuro do GP do Brasil que, segundo Tamas Rohonyi, promotor do evento, pode até impactar o automobilismo nacional.
Apesar da sua primeira edição ter acontecido em 1972, a prova passou a contar pontos para o mundial apenas no ano seguinte, em 1973, sendo presente desde então, com 38 edições em Interlagos e 10 em Jacarepaguá.
No comunicado do cancelamento, que também anunciou as adições de Portimão, Nurburgring e Ímola ao calendário de 2020, a F1 atribuiu à pandemia a decisão, destacando a importância de manter os envolvidos com o mundial seguros.
"Após contínuas discussões e colaboração com nossos parceiros, também podemos confirmar que, devido à natureza fluída da pandemia da Covid-19, restrições locais e a importância de manter nossa comunidade segura, não será possível correr no Brasil, Estados Unidos, México e Canadá nesta temporada", afirmou a F1 em comunicado.
O CEO da F1, Chase Carey agradeceu aos organizadores das provas e falou sobre o retorno no próximo ano.
"Queremos homenagear também nossos incríveis parceiros nas Américas e mal podemos esperar para estar novamente com eles na próxima temporada quando, mais uma vez, poderão emocionar milhões de fãs ao redor do mundo".
Segundo Tamas, o cancelamento da edição de 2020 não implica em uma extensão de contrato para 2021. Sendo assim, o contrato atual da Liberty Media com a organização do GP do Brasil chega ao fim e entra-se em uma situação incerta sobre o futuro da etapa.
Desde o início da era Liberty, Interlagos tem um relacionamento difícil com a nova proprietária da F1, devido ao contrato atual, celebrado ainda na era de Bernie Ecclestone, com o Brasil não pagando taxas entre 2018 e 2020.
O CEO da F1, Chase Carey, está tentando mudar a corrida para um novo autódromo no Rio de Janeiro, porém, até o momento, nenhum acordo foi finalizado e a construção do local ainda nem foi iniciada, com uma audiência virtual marcada para 07 de agosto.
Rohonyi disse que, a menos que um novo acordo possa ser concluído para manter a corrida em Interlagos, o panorama do automobilismo brasileiro pode sofrer danos duradouros.
"Muitas pessoas dependem disso, não apenas a F1, mas todas as outras categorias", disse o promotor ao Motorsport.com. "Eu gosto de acreditar que é um local importante [para a F1], não apenas pela tradição que temos no esporte, com oito títulos mundiais para pilotos brasileiros".
"Francamente, eu falei com o presidente da confederação brasileira, e ele me disse: 'se você perder a corrida, o automobilismo brasileiro estará morto por 40 anos'. Porque todas essas crianças que correm de kart esperam um dia chegar na F1. E elas vão acabar parando".
"Nós tivemos um grande tenista, Gustavo Kuerten, que venceu o Open Francês [Roland-Garros] mais de uma vez. Então quando ele era a grande estrela de Roland-Garros, várias crianças começaram a praticar tênis. Assim que ele desapareceu, essas crianças voltaram a jogar futebol".
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