Análise

Red Bull pode criar categoria para rivalizar com a F1

Sem solução para o impasse sobre os motores na F1, a Red Bull pode ser forçada a deixar o esporte. Mas Jonathan Noble explica o boato que corre nos bastidores: será que a Red Bull poderia lançar uma categoria à parte para rivalizar com a F1?

Daniil Kvyat e Daniel Ricciardo, Red Bull Racing
Conceito da Redbull, com regulamento livre, desenhando por Adrian Newey
Conceito da Redbull, com regulamento livre, desenhando por Adrian Newey
Dietrich Mateschitz, dono of Red Bull
Adrian Newey, Red Bull Racing, engenheiro chefe
Carros conceituais da F1, por Andries van Overbeeke
Dietrich Mateschitz, CEO e fundador da Red Bull
(L to R): Dr Helmut Marko, Red Bull Motorsport Consultant with Franz Tost, Scuderia Toro Rosso Team Principal
Christian Horner, Red Bull Racing
Daniel Ricciardo, Red Bull Racing RB11
Dr Helmut Marko, Red Bull Motorsport com Niki Lauda, Mercedes
Daniel Ricciardo, Red Bull Racing
Daniil Kvyat, Red Bull Racing RB11
Daniel Ricciardo, Red Bull Racing RB11
Daniel Ricciardo, Red Bull Racing
Daniil Kvyat, Red Bull Racing RB11
Daniil Kvyat e Daniel Ricciardo, Red Bull Racing
Daniel Ricciardo, Red Bull Racing e Carlo Sainz, Scuderia Toro Rosso
Daniil Kvyat, Red Bull Racing

Max Verstappen e Daniel Ricciardo dividindo uma curva em barulhentos carros V8 projetados por Adrian Newey, em um Campeonato Mundial da Red Bull que oferecesse aos fãs ampla cobertura televisiva e a melhor divulgação na internet. Ficou entusiasmado?

Por enquanto é uma fantasia do automobilismo. No entanto, se a crise nos motores da F1 continuar, será que a tal cenário pode ser o futuro ideal a ser seguido pela empresa de bebidas energéticas?

Novas atividades

 Enquanto a novela sobre os planos da Red Bull seguem com tema dominante dos bastidores da F1, um fator é pouco analisado e pode mudar muita coisa. A empresa sinaliza que, caso o Dia do Juízo Final realmente aconteça, não irá simplesmente vender os seus times para novos donos, que apenas mudarão o nome e aproveitarão a estrutura já montada.

A equipe deve, sim, reaproveitar toda a sua equipe técnica, além das construções físicas, para trabalhar em outro lugar. Na semana passada, Christian Horner, chefe da equipe, disse que o fim na F1 não seria o fim das atividades dos funcionários da Red Bull.

"Se nós estivermos em uma situação em que nós não possamos continuar nas corridas, vamos procurar atividades alternativas. Em Milton Keynes temos um monte de gente talentosa. Nós iremos encontrar um modo de explorar os talentos deles. As coisas estão sob controle", disse Horner.

Apaixonados por corridas

 Algumas pessoas sugerem que estes projetos podem incluir novas atividades em corridas de barcos ou até mesmo projetos espaciais. Mas a verdade é que toda a organização em Milton Keynes está baseada em engenheiros cujos cérebros estão voltados desde sempre para carros de corrida.

Você não pode simplesmente modificar o foco da F1 para outro projeto completamente diferente. Mas e se Mateschitz não estiver pensando em uma mudança tão radical assim, mas ao invés disso, planeje alocar os seus engenheiros em uma nova experiência automobilística?

Os chefes da F1 não podem fazer nada para salvar a Red Bull, então por que não a empresa não tomar a iniciativa e criar uma série de automobilismo exatamente como quer? O Campeonato Mundial da Red Bull.

Dono de campeonato

O envolvimento da Red Bull na F1 não permite que a companhia siga o seu protocolo de marketing usual. A empresa sempre atua em eventos esportivos sendo dona da atividade, para maximizar os lucros.

Tem se falado durante muitos anos que a Red Bull pode mudar a sua situação de dona de equipe para dona de categoria - mas nunca nenhum movimento aconteceu neste sentido. Mas e se Mateschitz virar as suas costas para a F1, o que o impedirá de tentar criar uma categoria grandiosa no automobilismo?

Os ingredientes certos

O dinheiro certamente não é um problema, já que a Red Bull acumula lucros enormes em suas atividades. A categoria poderia ter apoio da FIA, desde que siga o código esportivo e demandas de segurança exigidas pela entidade.

Os motores poderiam vir da Cosworth. Barulhentos V8 e V10 levariam ao delírio os fãs que continuam lamentando a adoção dos silenciosos motores turbo V6 da atual F1.

Os carros, muito mais rápidos do que os atuais da F1, além de visualmente mais agressivos, seriam desenhados pelo mago Adrian Newey e construídos em Milton Keynes.

A primeira leva de pilotos: Daniel Ricciardo, Daniil KvyatMax Verstappen e Carlos Sainz Jr. - teriam prioridade e um bom recrutamento levaria a ótimos nomes que já tiveram ligação com a empresa, como Mark Webber, Sébastien Buemi, Dean Stoneman e Sébastien Loeb.

Em termos de pistas, enquanto os chefes da F1 podem dificultar a entrada da nova categoria nos atuais circuitos do calendário, por outro lado há um grande número de pistas órfãs: Adelaide, Hockenheim, Magny-Cours, Brands Hatch, Estoril, Turkey, Zandvoort, Indianápolis e talvez até Monza e Silverstone, que estão em situação delicada na F1.

E a promoção será fácil. A atual estrutura de marketing da Red Bull espalharia a categoria por todo o mundo, permitindo baratos contratos com TVs e promovendo a série amplamente na internet, meio que a F1 vira as costas atualmente.

Passo corajoso

 Apertar o "botão nuclear" e seguir rumo a criação de uma categoria de ponta do automobilismo seria um passo muito corajoso para a Red Bull, mas os recentes meses mostraram que a empresa não tem medo de enfrentar os seus rivais e parceiros para conseguir o que quer.

Em termos de rejeição, o sentimento de que a Red Bull foi expulsa da F1 pelos seus rivais, caso isso se confirme, deixará a companhia furiosa. E quando alguém fica furioso, a vingança é o próximo passo. E imaginem que doce vingança seria criar uma categoria maior, melhor e mais barulhenta do que a série mais popular do mundo?

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Jonathan Noble
Fórmula 1
Red Bull Racing
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