Análise

Reunião desta sexta sobre futuro da F1 promete ser quente

Debate vai girar em torno de mudanças aerodinâmicas para 2017, mas também estarão na pauta discussões sobre formato do fim de semana e cockpit fechado

carros no parque fechado, após a corrida
Pat Symonds, Diretor Técnico da Williams
Daniel Ricciardo, Red Bull Racing RB11
Comparação entre os modelos 2015 com o 2017 da F1
Comparação entre os modelos 2015 com o 2017 da F1
Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 W06 lidera
Start: Nico Rosberg, Mercedes AMG F1 leads teammate Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1
Nico Rosberg, Mercedes AMG F1 W06 à frente de Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 W06 atrás do Safety Car
Start: Nico Rosberg, Mercedes AMG F1 and Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 lead
Design do carro de 2017
2017 F1 car comparison with current 2015 car

Os especialistas em Fórmula 1 estão antecipando um debate acalorado na reunião do Regulamento Técnico nesta sexta-feira, quando a FIA e os representantes técnicos das 11 equipes tentarão elaborar um conjunto definitivo de regulamentos aerodinâmicos para 2017.

As novas regras destinam-se a atender a um documento entregue no ano passado pela Grupo de Estratégia da Fórmula 1 que pedia a concepção de carros mais difíceis de conduzir em busca de mais espetáculo.

E, embora as mudanças pareçiam ter sido acordadas no final da temporada passada, em uma reunião em dezembro decidiu-se cortar o aumento no downforce discutido anteriormente.

Isso ocorreu principalmente porque a Pirelli demonstrou que cargas mais elevadas exigiriam pressões mais elevadas dos pneus, que por sua vez se traduzem em menor aderência.

Houve também uma discussão sobre como níveis mais elevados de downforce tornariam mais difícil um carro se aproximar do outro.

Falta de consenso

Três equipes, notavelmente a Red Bull, opuseram-se a esse processo de diluir os ganhos de 2017.

Inevitavelmente, houve uma sensação de que certas equipes travaram esta agenda conflitante ou porque queriam manter o status quo pela mudança mínima, ou porque esperavam que uma grande mudança fosse perturbar as atuais equipes que andam na frente

Esta abordagem dividida irá tornar mais difícil um consenso a ser alcançado.

Conceitos radicais

Embora não tenha ocorrido nenhuma reunião formal desde dezembro, as equipes continuaram a avançar com ideias.

Entende-se que a McLaren faz um movimento no sentido de obter mais downforce da parte de baixo do carro, enquanto existe também uma sugestão de que os defletores poderiam ser usados para permitir aos pilotos seguirem um ao outro de forma mais próxima.

Um retorno à suspensão ativa também foi sugerido.

Tempo se esgotando

O problema é que o tempo está passando, e há apenas mais uma reunião agendada para se discutir os regulamentos técnicos antes do prazo final de 1º de março para um pacote de regras definitivas.

Depois disso qualquer mudança para 2017 tem de ser acordada por unanimidade, algo que é altamente improvável de acontecer.

O diretor técnico da Williams, Pat Symonds, até sugeriu recentemente que todo o processo de mudança deva ser adiado até 2017/2018.

"Eu acho que ainda temos trabalho a fazer sobre isso", disse Symonds. "Eu me sinto um pouco apressado, um pouco pressionado".

"Eu acho que, pessoalmente, estamos tentando mover um pouco rápido demais, sem estabelecer os princípios básicos para trabalhar".

"Eu ficaria muito mais feliz se as coisas mudassem para 2018, em vez de um 2017 de novas regras, e se passasse um ano pesquisando realmente o que é necessário. Mas isso é provavelmente um grito no deserto."

Corridas de curta distância

O encontro não só vai girar em torno das regras de aerodinâmica para 2017, mas também servirá para se discutir a ideia de cockpit fechado que a FIA promove.

Conversas também foram agendadas para discutir o formato de fim de semana de corridas, com a ideia de ajustes para eventos de qualificação e de corridas de curta distância para sábado em debate. A volta do reabastecimento provavelmente também será mencionada.

Enquanto isso, outro item fundamental na agenda de sexta-feira é o ganho de peso. O peso mínimo tem crescido ao longo dos anos, com um ajuste feito para levar em conta as novas unidades de potência.

Agora, as rodas mais largas e os pneus previstos para 2017 irão adicionar entre 10 e 11 kg aos carros. A FIA sente que é hora de trazer o peso mínimo para baixo novamente, mas, inevitavelmente, as equipes afirmam que existem implicações de custo.

A reunião abordará também testes de pneus de 2017 e algumas das questões que emergiram das recentes discussões do Grupo de Estratégia e da Comissão de F1, tais como três caixas de câmbio por piloto e as propostas dos fabricantes de motores.

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