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Ricciardo admite que cancelamento do GP de Mônaco "dói"

Para o australiano, o cancelamento da tradicional prova "dói", e que o atraso do início da temporada começa a bater

Daniel Ricciardo, Renault F1

As oito primeiras etapas da temporada 2020 da Fórmula 1 foram adiadas ou canceladas como resultado do impacto da pandemia do Covid-19 no mundo, com destaque para os cancelamentos dos GPs da Austrália e de Mônaco.

O cancelamento do GP de Mônaco foi confirmado na última quinta-feira, sendo a primeira vez desde 1954 que o principado não sediará uma etapa do mundial. Com a maioria dos países instituindo um auto-isolamento e fechamento para a população, os pilotos da F1 voltaram à suas casas, onde continuam com seus treinamentos.

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Falando em uma sessão de perguntas e respostas no Instagram da Renault na quarta-feira, Ricciardo disse que, apesar de não estar pensando muito em quando ele voltaria a correr, as notícias do cancelamento de Mônaco foram particularmente amargas.

"Eu ainda não estou sonhando com corridas, porque ainda não sei qual pista vamos correr primeiro", disse o australiano, vencedor do GP de Mônado de 2018. "Eu vi um onboard de Mônaco na noite passada e fiquei triste. Eu não sei onde que vamos correr. Essa doeu em mim".

"Todas vão doer, com certeza, como Melbourne, que foi cancelada em cima da hora. A realidade está começando a bater, infelizmente".

Recentemente, o CEO da F1, Chase Carey, afirmou que espera montar um calendário de 15 a 18 corridas para 2020, com a temporada começando no verão europeu e finalizando em dezembro. O GP do Canadá, marcado para 14 de junho, é a etapa inaugural do ano até o momento, mas ainda restam dúvidas se será possível retomar os eventos, após o adiamento das Olimpíadas e Paralimpíadas de Tóquio, em julho e agosto.

Quando perguntado sobre como seria a primeira corrida após tanto tempo fora das pistas, Ricciardo disse: "Vai ser pesado. Eu estou achando que vou me classificar em último, porque a Curva 1 vai ser puro caos. Vou assistir como que vai rolar tudo, e depois vou para a liderança. Vou fazer a pole e voluntariamente largar em último!".

Ricciardo está postando regularmente vídeos em seus perfis nas mídias sociais de seus treinamentos na Austrália, enquanto trabalha remotamente com seu preparador Michael Italiano.

"O treinamento é definitivamente o que me mantém com aquela mentalidade competitiva", disse Ricciardo. "Você fica um pouco bravo quando treina, então esse tem sido o meu remédio agora. Sinto que agora é perfeito para ficar em forma. Somos forçados a ficar em casa, então não existe jet lag, não tem aeroportos, nós podemos criar um treinamento que normalmente não temos".

"É bom saber que temos tempo, não precisamos apressar. Acho que veremos os pilotos e pessoas em geral preparados quando isso acabar, espero".

GALERIA: Veja como o coronavírus tem afetado o calendário do esporte a motor

Uma das primeiras aparições do coronavírus no esporte a motor veio com o adiamento da etapa de Sanya, da Fórmula E.
A Fórmula 1 adiou o GP da China pelo mesmo motivo.
Com o crescente aumento de casos do Covid-19, o GP do Bahrein chegou a ser confirmado, mas sem presença de público.
A MotoGP, a maior categoria das duas rodas do mundo, chegou a realizar a primeira etapa no Catar, mas apenas com a Moto2 e Moto3.
Mais tarde, as etapas da Tailândia, Estados Unidos e Argentina também foram suspensas, com adiamento.
A Fórmula E anunciou a suspensão da temporada por dois meses: os ePrix de Paris e Seul foram suspensos.
O GP da Austrália de F1 estava previsto para acontecer, com presença de público e tudo.
Um funcionário da McLaren testou positivo para o Covid-19 e a equipe decidiu não participar do evento.
Lewis Hamilton criticou a decisão da categoria, dizendo que era chocante todos estarem ali para fazer uma corrida em meio à crise do coronavírus.
Após braço de ferro político entre equipes e categoria, a decisão de cancelar o GP da Austrália veio faltando cerca de três horas para a entrada do primeiro carro na pista para o primeiro treino livre.
Pouco tempo depois, os GPs do Bahrein e Vietnã também foram adiados.
Os GPs da Holanda e Espanha também foram postergados.
Uma das jóias da Tríplice Coroa, o GP de Mônaco, foi cancelado. Poucos dias depois, o GP do Azerbaijão também foi adiado. No momento, o GP do Canadá está marcado para ser o primeiro da temporada, no meio de junho
Para atenuar os efeitos de tantas mudanças no calendário, a F1 decidiu antecipar as férias de verão.
Além disso, FIA e F1 concordaram em introduzir o novo pacote de regulamentos que entrariam no próximo ano, a partir de 2022
Acompanhando a F1, a F2 e F3 também anunciaram suas primeiras provas como adiadas.
Outras categorias e provas nobres do calendário do automobilismo mundial também foram prejudicadas pelo coronavírus.
As 24 Horas de Le Mans foi adiada para 19 de setembro.
A etapa conjunta entre WEC e IMSA em Sebring foi cancelada.
O tradicional TT da Ilha de Man foi cancelado.
A Indy suspendeu as primeiras corridas em St Pete, Alabama, Long Beach e Austin.
Na teoria, o campeonato de 2020 começa com o GP de Indianápolis, no circuito misto do Indianapolis Motor Speedway.
Ainda não há nada definido sobre as 500 Milhas de Indianápolis.
Na NASCAR, a maior categoria do automobilismo dos EUA, foram realizadas as primeiras quatro provas, mas as atividades só voltarão a partir de 3 de maio, com a etapa de Martinsville no dia 9.
No Brasil, a CBA suspendeu as atividades no país por tempo indeterminado.
A Stock teve que adiar a abertura do campeonato, com a Corrida de Duplas. Etapas do Velopark e Londrina também foram adiadas.
A Porsche Cup realizou apenas sua primeira etapa em Interlagos e aguarda novas diretrizes para retomar o campeonato.
Endurance Brasil, Copa Truck, entre outras competições, também estão paralisadas.
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