Vencedores e perdedores da Grande Final no GP de Abu Dhabi de F1

Pela primeira vez desde 2021, Abu Dhabi foi palco de uma decisão de título da Fórmula 1 e, assim como da última vez, um novo nome foi escrito nos livros de história. Veja quem se junta ao 35º campeão mundial de F1, Lando Norris, na categoria dos vencedores de Yas Marina e quem termina 2025 com um gosto amargo.

Vencedor: Lando Norris

Com dois finais de semana anticlimáticos em Las Vegas e no Catar, a McLaren colocou uma enorme pressão desnecessária no final de semana de Abu Dhabi. Isso fez com que a etapa de Yas Marina fosse tensa, mas Norris respondeu com uma rodada final impecável.

As equipes, a mídia e os fãs analisaram dezenas de cenários diferentes, mas, no final, Norris precisava do terceiro lugar e garantiu que ficasse em terceiro. Depois de uma arrancada limpa, Lando não dificultou muito a vida do companheiro de equipe Oscar Piastri na curva 9, um cenário que foi discutido na McLaren, pois deu ao australiano a chance de ir atrás do líder Max Verstappen com os pneus duros, mais resistentes ao desgaste.

Norris sofreu um pouco de pressão de Charles Leclerc, da Ferrari, ao colocar cuidadosamente seus pneus médios, mas nunca pareceu realmente perder o terceiro lugar e fez ultrapassagens decisivas após sua parada nos boxes, incluindo uma contra Yuki Tsunoda, que foi penalizado por ziguezaguear para impedir a passagem do britânico.

Verstappen pode ser o piloto do ano com o que fez na Red Bull, mas isso não torna o título inédito de Norris menos merecido. Para alguém que já foi acusado de se encurralar sob pressão e de ser muito aberto sobre suas falhas, Lando mostrou que percorreu um longo caminho. Os caras legais podem terminar em primeiro.

Foto de: Sam Bagnall / Sutton Images via Getty Images

Perdedor: Max Verstappen (mas não de fato)

Verstappen é o perdedor do dia porque faltaram dois pontos para ele conquistar um surpreendente quinto título mundial. Mas o que ele fez em 2025 é bastante notável, conquistando oito vitórias com o Red Bull RB21, em comparação com sete de Norris e Piastri, enquanto o piloto holandês também lidera a tabela de poles.

Boa parte da recuperação de Verstappen, que estava 104 pontos atrás de Piastri, pode ser atribuída à McLaren, que abriu as portas como um todo, mas o tetracampeão mundial também desempenhou um papel fundamental na mudança das configurações dos carros da equipe - e, portanto, da temporada. Ele fez isso com a mesma consistência metronômica e atitude intransigente com as quais nos acostumamos, e encerrou a temporada 2025 com outra vitória impressionante em Abu Dhabi.

Vencedora: McLaren

Como acontece com aqueles que estão no topo, a McLaren recebeu uma enorme quantidade de críticas em 2025. Quanto maior é a empresa, mais dura é a queda. Ela certamente não escolheu o caminho mais fácil, mantendo Norris e Piastri e rotulando ambos como futuros campeões mundiais em potencial, jurando dar a ambos chances iguais. O fato de ter conseguido fazer isso até o fim sem que os dois se desentendessem entre si ou com a equipe é notável, se não sem precedentes.

A última equipe a tentar fazer isso, a Mercedes, viu Nico Rosberg se aposentar imediatamente após o título pela batalha tóxica dentro da equipe.

Foi perfeito para McLaren? Não, não foi. Sua troca de posições em Monza ainda é pesada até hoje, e a equipe de Piastri provavelmente ainda se sente da mesma forma. Mas a equipe de Woking poderá contar com o que pode muito bem ser a dupla de pilotos mais forte do grid para começar do zero e fazer tudo de novo.

Foto de: Mark Thompson / Getty Images

Perdedora: Alpine

A Alpine saiu perdendo em seu último GP como equipe de fábrica, pois a Viry encerrou a produção interna de unidades de potência de F1. Pierre Gasly tem sido um astro nos treinos classificatórios este ano, com 10 aparições no Q3 em 2025, mas o francês não conseguiu evitar dividir a última fila do grid com o companheiro de equipe Franco Colapinto em Abu Dhabi. Tornou-se uma corrida para lugar nenhum, a menos que você considere "ser ultrapassado" um destino válido.

A Alpine espera que sua decisão de mudar todo o foco para 2026 seja recompensada no próximo ano, quando se beneficiará das unidades de potência da Mercedes - se os rumores sobre os motores forem verdadeiros.

Mas e 2025? Um exercício de construção de caráter, sendo leve, mesmo que o grid de F1 mais apertado de todos os tempos tenha mostrado que não há mais equipes genuinamente ruins. Quando perguntado sobre como ele se lembrará do problemático Alpine A525, Gasly respondeu: "Eu disse a eles para mantê-lo fora de minha vista no próximo ano".

Vencedor: Charles Leclerc

Ao lado de George Russell, Leclerc foi um dos pilotos de destaque da temporada, mas sem o equipamento para recompensá-lo. O SF-25 tem sido particularmente difícil de pilotar, o que, em um campo apertado, fez com que um Hamilton desanimado fosse descartado no Q1 em três ocasiões consecutivas - quatro incluindo a quali sprint do Catar.

Leclerc também estava tentando controlar o carro no sábado, com uma configuração experimental no monoposto, o que o deixou preocupado com a corrida. Mas ele deve ter ficado agradavelmente surpreso por estar pressionando a McLaren de Norris desde o início e, embora nunca conseguisse manter essa pressão, foi o melhor do resto do grid, ficando em quarto lugar.

Foto de: Clive Mason / Getty Images

Perdedora: Mercedes

E isso porque o homem que se classificou ali, Russell, teve uma largada ruim e nunca encontrou o ar puro ou o ritmo para fazer muito a respeito. Russell terminou em um solitário quinto lugar, 46 segundos atrás de Verstappen, com o que ele chamou de ritmo "terrível" do W16, que é o mais recente de uma linhagem de carros com efeito solo da Mercedes que não merecerá o lugar mais proeminente no museu das "Flechas de Prata".

Da mesma forma, seu companheiro de equipe, Andrea Kimi Antonelli, ficou em 15º lugar e não estava muito longe de virar retardatário. Se a Mercedes está empolgada com a próxima temporada, não é apenas pelo fato de sua unidade de potência de 2026 estar ou não bem avançada, mas também porque as últimas quatro temporadas não foram particularmente agradáveis.

Vencedor: Esteban Ocon

Uma menção honrosa vai para o eterno Fernando Alonso, que foi imenso novamente com seu sexto lugar no final. Mas, depois de um período difícil e confuso, no qual todos os elogios foram justamente para o novato companheiro de equipe Oliver Bearman, foi bom ver Ocon, da Haas, se recuperar e terminar a temporada em alta.

Depois de uma sexta-feira terrível, com mais problemas de manuseio misteriosos, que levaram Ocon a declarar "parece que não estou sabendo pilotar", o francês se classificou em oitavo e terminou em sétimo, o que foi suficiente para a Haas garantir o oitavo lugar no campeonato de construtores. Há uma certa frustração pelo fato de esse avanço não ter acontecido antes, já que o sétimo lugar da Aston Martin estava garantido.

Foto de: Andy Hone/ LAT Images via Getty Images

Perdedor: Yuki Tsunoda

Assim termina o período de cinco temporadas de Tsunoda na F1, a maior parte com a Racing Bulls, seguida por uma corrida de 22 etapas com a Red Bull. Não se sabe se o piloto japonês de 25 anos voltará ou não - ele tem o tempo e a Honda a seu favor - mas, infelizmente, ele foi a última vítima da 'síndrome' do segundo assento da Red Bull.

Tsunoda fez o que pôde para jogar o jogo da equipe em Abu Dhabi, dando vácuo a Verstappen em sua primeira volta no Q3 e tentando segurar Norris na corrida, mas acabou não fazendo diferença em nenhum dos dois.

Sua manobra na reta contra Norris foi definitivamente um pouco exagerada, e foi bom ver os comissários realmente chamando a atenção de alguém por causa disso. No final, Tsunoda terminou em um distante 14º lugar, enquanto seu companheiro de equipe venceu a corrida e quase conquistou o campeonato. Tsunoda certamente não estava a quilômetros de Verstappen em todos os momentos, mas o ímpeto e a consistência nunca estiveram presentes.

Max MATADOR, Norris na VANTAGEM e Piastri SEM NADA A PERDER: Tudo da DECISÃO da F1! Com FELIPE MOTTA

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