Webber: nem Senna tirava a mão do volante toda hora
Australiano diz não entender porque o uso da asa é liberado durante os treinos de classificação, “já que só serve para a ultrapassagem”


Mark Webber, da Red Bull, questionou o uso da asa traseira móvel durante as sessões de classificação. Para o australiano, guiar apenas com uma mão não é tão difícil na maior parte do tempo, mas acionar constantemente a asa durante os sábados proporciona um risco desnecessário.
“Estou surpreso que possamos usá-la durante a classificação, porque não ajuda o show, já que obviamente o sistema só serve para a ultrapassagem. Isso só adiciona mais frio no estômago e dor de cabeça às coisas que já temos de fazer nas classificações. Durante as corridas, vamos usar a asa bem menos. Estou animado para o desafio."
"Eu e Fernando (Alonso) já andamos de F3000 com câmbio manual em Mônaco e sabemos que conseguimos guiar só com uma mão. O problema é em curvas como a Eau Rouge. Acho que Ayrton Senna segurava o volante com as duas mãos nesse tipo de curva, porque você quer ter certeza de que poderá reagir se algo acontecer”, opinou durante a coletiva de imprensa da FIA, em Melbourne.
Em relação aos pneus, no entanto, o australiano afirmou que não espera ser surpreendido. “Nós temos uma noção bem clara de como os pneus funcionam, mas ainda não sabemos como transportar isso para o Grande Prêmio em termos de pit stops e estratégia. Fatores como a performance do pneu não serão surpresa, mas sim a decisão estratégica de quando parar”, afirmou, salientando que espera ver, com o passar dos GPs, as equipes adotando táticas parecidas.
O piloto, cujo retrospecto correndo em casa está longe de ser dos mais brilhantes – em nove temporadas, tem como melhores resultados dois quintos lugares – disse que se sente privilegiado apenas por ter a oportunidade de disputar um GP na Austrália.
“Tenho sorte de poder correr no meu país. Há vários pilotos no grid que podem dizer isso. É sempre um clima bom, seja no Brasil, na Espanha ou na Inglaterra. É sempre um bom evento em termos de corrida, sempre um pouco imprevisível, com alguns safety cars, então estou ansioso”, comentou o australiano que, perguntado sobre a marca negativa de seu companheiro, Sebastian Vettel, que nunca completou um GP no país, afirmou que, às vezes, o piloto não se encaixa com o circuito. “Igual o Barrichello no Brasil, o que é muito duro”.
Falando sobre a concorrência, Webber chamou a atenção para a performance da Renault e da Mercedes, mesmo salientando que a perda de Robert Kubica deve fazer falta aos franceses. “A Mercedes certamente vai vencer corridas neste ano.” O australiano ainda frisou que, pelo fato da Red Bull ser “apenas uma empresa de bebidas”, é ainda mais gratificante bater gigantes como a Ferrari. “A meta neste ano é novamente ganhar campeonatos. Vencer ambos seria bom, mas, como vimos ano passado, no final tudo pode acontecer.”
Compartilhe ou salve este artigo
Principais comentários
Inscreva-se e acesse Motorsport.com com seu ad-blocker.
Da Fórmula 1 ao MotoGP relatamos diretamente do paddock porque amamos nosso esporte, assim como você. A fim de continuar entregando nosso jornalismo especializado, nosso site usa publicidade. Ainda assim, queremos dar a você a oportunidade de desfrutar de um site sem anúncios, e continuar usando seu bloqueador de anúncios.