Wolff e Lawrence Stroll são investigados por uso de informação privilegiada na compra de ações da Aston Martin
Chefe da Mercedes adquiriu cerca de 1% das ações da montadora em 2020, pouco após Stroll assumir a presidência executiva
A Autoridade de Supervisão Financeira da Alemanha lançou uma investigação em cima da compra de ações da Aston Martin pelo chefe da equipe Mercedes na Fórmula 1, Toto Wolff, e o atual CEO da marca britânica, Lawrence Stroll, devido ao aumento no valor após o evento, algo que criou desconfiança entre os investigadores.
O valor das ações da Aston Martin subiu cerca de 60% desde abril de 2020. Ao longo de 2020, a marca ganhou acionistas como Wolff e Sebastian Vettel, que corre pela equipe da marca na F1.
Wolff foi um dos primeiros investidores a entrar no barco após Lawrence Stroll e seu consórcio realizarem uma injeção bilionária na Aston, assumindo posteriormente a vaga de presidente executivo. Em abril de 2020, no auge da pandemia, Wolff anunciou que compraria uma participação de cerca de 1% na marca, investindo pouco mais de 40 milhões de euros (aproximadamente R$250 milhões).
Mas, segundo o Le Journal de Montreal, esta compra de Wolff está sob investigação pelas autoridades da bolsa europeia, que analisam se a entrada do austríaco aconteceu com o auxílio de informações privilegiadas, ou seja, se a compra ou venda de títulos de uma empresa por pessoas que, em virtude de seu cargo ou atividade profissional obtiveram informações confidenciais que não são de domínio público.
Um mês após Wolff comprar oficialmente as ações, em maio de 2020, a Aston Martin anunciou que Tobias Moers, ex-chefe da Mercedes AMG, seria o novo CEO da marca, agora propriedade de Stroll.
Seis meses depois, a Aston anunciou que havia firmado um acordo com a Mercedes para aumentar sua participação na marca para 20%, e o acordo também previa a troca de tecnologias.
Estes dois eventos foram respondidos com um forte aumento no valor das ações da Aston Martin, razão pela qual o supervisor da bolsa de valores alemã, BaFin, começou a investigar e analisar a compra das ações de Wolff em novembro de 2020 por suspeita de negociação com informações privilegiadas.
A BaFin encaminhou o assunto para a Autoridade de Conduta Financeira (FCA), sediada no Reino Unido, para análise posterior, uma vez que as ações da Aston estão listadas na Bolsa de Londres.
O jornal canadense relatou em reportagem que entrou em contato com a assessoria da Mercedes, que ressaltou que não tinha conhecimento de qualquer investigação sobre o assunto e que todas as informações necessárias seriam oferecidas às autoridades do Reino Unido quando requisitadas.
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