Fórmula E São Paulo

Dupla da Jaguar analisa resistência dos fãs à Fórmula E e nega 'rixa' com F1

Nick Cassidy e Mitch Evans estão no Brasil para a disputa do ePrix de São Paulo neste fim de semana

Nick Cassidy, Jaguar TCS Racing, Jaguar I-TYPE 6

A Fórmula E completa em 2024 dez anos de existência e, em apenas um curto período de tempo, a categoria já se consolidou como um dos principais campeonatos do mundo do automobilismo, mesmo enfrentando resistência dos fãs que a veem como um contraponto à Fórmula 1, algo negado pelos pilotos e o chefe da Jaguar.

Desde o ePrix de Pequim de 13 de setembro de 2014, primeira corrida da história da categoria, a Fórmula E vem ganhando espaço no cenário do automobilismo. Segundo levantamento da Potentia Insight, a F-E foi a quarta categoria mais vista no mundo em 2023, ultrapassando a NASCAR em comparação ao ano anterior.

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Mesmo assim, a F-E ainda enfrenta uma certa resistência de fãs de automobilismo, que a criticam pela falta de barulho dos carros, o uso de circuitos de rua e até mesmo por ser uma categoria elétrica.

Neste fim de semana, a F-E retorna ao Brasil para a segunda edição do ePrix de São Paulo em meio à décima temporada de sua história, a segunda do Gen3, a terceira geração de carros elétricos.

Em evento realizado com jornalistas em São Paulo, os pilotos da Jaguar, Nick Cassidy e Mitch Evans, falaram com o Motorsport.com sobre essa resistência e como contornar o problema, para atingir um novo público.

“Do lado técnico, de uma perspectiva de fã, é um esporte difícil de se entender de primeira, porque a tecnologia é muito avançada”, disse Cassidy, que chega a São Paulo na liderança do campeonato.

“Acho que eu entendo bastante sobre Fórmula E porque eu escuto o que James [Barclay, chefe da equipe Jaguar] fala. Mas, falando sério, do ponto de vista dos pilotos, acho que temos um ótimo produto de corrida em mãos, com uma boa tecnologia”.

E os carros são bem divertidos de guiar. E os circuitos de rua são os melhores, então no lado das corridas, não acho que há muito para melhorar. Eu adoraria que os ingressos fossem mais acessíveis, que as equipes de mídia sociais fossem mais ativas, para que atraíssemos um público maior”.

Já seu companheiro de equipe ressalta o fato da F-E ainda ser muito jovem, mas aponta uma questão que pode ser importante em ‘converter’ os que ainda criticam a categoria.

“Como esporte, ainda somos muito jovens. Do ponto de vista da tecnologia, cada vez é mais comum vermos os carros elétricos na rua. E acho que isso se transfere para a F-E. Mas, para sermos justos, o ritmo de desenvolvimento e de interesse no campeonato desde o começo tem sido incrível”.

“Acho que, com os carros ficando ainda mais rápidos, mais próximos aos da F1, talvez as pessoas vão comprar mais a ideia. Mas os fãs reais, eles querem apenas boas corridas. E eles não ligam se Fórmula E, Fórmula 1, outras. Eles querem apenas boas corridas e disputas”.

James Barclay, chefe da Jaguar, comentou ainda sobre a constante comparação dos fãs entre a F-E e a F1, mas nega que exista uma rivalidade entre as duas principais categorias de monopostos da FIA.

O esporte é algo de tribos também, não? Para alguns fãs da Fórmula 1, a Fórmula E é vista como uma ameaça, do mesmo jeito que temos no futebol. Mas elas são complementares”.

“O campeonato tem apenas nove anos, e eu não me lembro de uma categoria que tenha crescido tanto em tão pouco tempo. Foram 400 milhões de pessoas nos nove primeiros anos, isso é incrível. As pessoas veem a qualidade das corridas, dos pilotos, das equipes. Tenho vários amigos que tinham uma resistência, mas eles começaram a assistir e viram que é realmente incrível”.

“A Fórmula 1 tem seu espaço e nós respeitamos isso. A Fórmula E também seu próprio espaço, com um grande potencial. Temos que seguir fazendo o nosso trabalho e a categoria tem que continuar se promovendo”.

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Guilherme Longo
Fórmula E
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