Exclusivo: Nelsinho diz que "equipe melhorou" e projeta ano
Em depoimento exclusivo para o Motorsport.com Brasil, Nelsinho Piquet avalia desempenho em Hong Kong e fala sobre as perspectivas da NextEV para a terceira temporada da Fórmula E, iniciada no último final de semana
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Após o título na primeira temporada e a decepção com um carro abaixo dos demais na segunda temporada, Nelsinho Piquet iniciou a terceira edição da Fórmula E com esperanças de dias melhores.
O resultado final - um 11º - não refletiu a pole position conquistada, mas o brasileiro já sai do ePrix de Hong Kong visando outros bons resultados neste campeonato, embora mantenha os pés no chão em relação a disputar vitórias e o título.
O Motorsport.com Brasil procurou Nelsinho, que deu um depoimento exclusivo, analisando o primeiro final de semana da temporada 2016/2017 da F-E e avaliando as chances dentro do campeonato.
Confira:
A classificação não é parâmetro, pois é a situação mais complicada que um piloto pode enfrentar na Fórmula E. É uma pista de rua e temos apenas uma volta rápida para dar. Então conseguir usar toda a pista dando a volta de aquecimento, a 170kW, depois a volta da classificação em 200kW – cerca de quase dois segundos de diferença entre uma e outra – é bastante complicado, você só tem uma chance.
Além disso, temos os freios de carbono. Não é como na Fórmula 1, quando você tem muito downforce e pneus slick – que permitem ao piloto enfiar o pé no freio e aquecer o sistema corretamente. Na F-E, temos pneus esportivos, não temos muito downforce, as pistas são menores e as velocidades são mais baixas – então a dificuldade de aquecer os freios é muito maior.
Obviamente, o carro está melhor que o do ano passado – não estamos mais 60kg acima do peso – mas a eficiência do carro ainda não está lá. Nos testes em Donington, por exemplo, o carro da e.Dams era 10 km/h mais rápido do que o nosso nas retas. Em uma pista pequena, porém, em condições difíceis para dar uma volta só e acertar tudo, é muito difícil – muitos pilotos acabam batendo.
Eu e Oliver (Jarvis) conseguiremos boas classificações em várias etapas, mas na hora das corridas teremos dificuldades. Em Hong Kong, eu estava bem e Oliver acabou me ajudando um pouco no começo, segurando os rivais – pois ele daria uma volta a mais do que eu e precisava andar em um ritmo mais lento do que o meu.
Mas revi a corrida e, quando Sam Bird ultrapassou Oliver, começou a andar no mesmo ritmo que eu. Só que ele daria uma volta a mais do que eu também. Então após a troca de carro, tendo que dar uma volta a menos do que eu, ficaria difícil segurá-lo.
A equipe melhorou, sem dúvida. No entanto, precisamos ser realistas: talvez consigamos um pódio ou outro, dando sorte com um Safety Car – como di Grassi conseguiu em Hong Kong, mesmo com duas paradas no box. Em uma corrida 'limpa' e sem largar entre os três primeiros, será bastante complicado ficarmos na frente.
Corridas são assim mesmo, precisamos fazer a nossa parte e trabalhar para evoluir. É um projeto de longo prazo, não apenas para uma temporada. É um trabalho que vai durar de três a cinco anos.
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