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Piquet x di Grassi: novo capítulo da rivalidade tem Fórmula E no Brasil como foco de tensão

Animosidade histórica entre os campeões da F-E volta à tona com o processo de trazer a categoria elétrica ao Brasil no começo de 2021

Nelson Piquet Jr., China Racing e Lucas di Grassi, Audi Sport Team Abt

Conforme antecipado pelo Motorsport.com no último fim de semana, a etapa de Santiago da Fórmula E deve ser substituída por uma corrida no BrasilNelsinho Piquet lidera projeto para fazer uma prova da categoria elétrica no Rio, em processo que envolve até o presidente Jair Bolsonaro e pode trazer a Indy de volta ao País. Mas Lucas di Grassi, desafeto histórico de Piquet e seu maior rival nas pistas - e agora fora delas - é cético quanto à ideia.

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Filho de Nelson Piquet, tricampeão da F1 que cacifa o plano de ter a F-E no Parque Olímpico, Nelsinho já apresentou detalhes do projeto à categoria e aos entes públicos cariocas. Além disso, Bolsonaro apareceu, no fim de novembro, em vídeo no qual assina carta de intenção para fazer uma corrida da F-E no Rio. Filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro elogiou o ativismo de 'Nelsão' no processo de trazer a categoria ao Brasil.

Por outro lado, di Grassi é um dos defensores de uma prova da F-E em São Paulo e reafirmou tal posição no último fim de semana, durante o ePrix de Santiago. O piloto também destacou que fez o desenho uma pista carioca para a F-E na Marina da Glória, algo criticado por Piquet.

"Ele não quer que pareça que eu e meu pai estamos trazendo a F-E. Quer usar a mensagem do Bolsonaro para puxar pelo lado dele, de ter desenhado uma pista. Quer gozar com o pau dos outros. É o velho Lucas, não esperava menos", disse Nelsinho logo após a divulgação do vídeo.

Na mesma época, di Grassi foi questionado sobre a declaração: "Não tenho o que responder. Ele está trabalhando para meu benefício. Se tiver a F-E, é benefício para mim. Não quero ser promotor, só tentei trazer a F-E duas vezes porque é interessante. Se for o Nelsão, estou feliz".

A polêmica sobre o circuito

Lucas deu sua opinião: "A única pista aprovada para a F-E é a que desenhei, que é a mais bonita, com o Cristo e o Pão de Açúcar. Uma no Parque Olímpico é possível e talvez até seja a que tem mais chance. Mas qualquer lugar funcionaria, com a pista modular de longo prazo".

Nelsinho discordou: "Isso é um completo absurdo. Não tem como travar o trânsito da cidade na região da Marina da Glória. Não só não tem como travar, como a F-E não cabe ali, por causa do TV Compound, dos muitos carros e tudo mais, então não sei do que ele está falando".

Di Grassi preferiu não insistir no mérito de qual pista será a escolhida, mas comentou sobre o formato que deve ser adotado: "Tem que ser uma pista modular, na qual a estrutura está pré-pronta. Onde já existem boxes, tudo, e você só monta e desmonta para cada evento".

Fórmula E no Brasil

Lucas disse que "o importante é trazer" a F-E: "É a terceira vez que tento contribuir. Não importa quem é promotor. O Nelsão tem peso, político e financeiro. É ótimo um promotor com tanto peso. Mas não vejo um projeto técnico-financeiro viável. A questão é quem vai pagar".

Nelsinho, porém, está confiante: "O próprio di Grassi, quando disse que traria a corrida, falou que a parte financeira estava coberta. O patrocinador da corrida, quando a prova mudou para Punta del Este, estava no nome do evento. Eles iam bancar a etapa aqui no Brasil".

"Investimento não é problema, e sim alinhar os órgãos. É caro, mas as empresas querem investir em sustentabilidade. A F-E quer vir e é mais barato fazer prova aqui do que na Arábia, Jacarta, Singapura ou outro lugar na Ásia. A ideia é fazer em janeiro de 2021", afirmou Piquet.

Apesar das ponderações, di Grassi torce pela prova no Brasil: "Seria excelente, obviamente vou ter benefícios se acontecer. Esportivamente também, por correr na frente do meu povo. Estou tentando ajudar, na medida do possível, para que o evento aconteça. Se a categoria e o governo me procurarem, como já aconteceu, eu vou ajudar. Eu não conversei com o promotor local, que é o Nelsão, mas estou total aberto. Agora é ver quem paga", completou o piloto.

País já fracassou em trazer a F-E

O Brasil não faz parte do calendário da Fórmula E na temporada 2019/2020. O Chile é o único representante sul-americano no campeonato. Já tentamos receber a categoria em algumas oportunidades, mas as tratativas não foram adiante. Relembre o histórico:

Depois do Rio, na temporada inaugural, o Anhembi chegou a ser confirmado pela FIA há dois anos, em um traçado semelhante ao da Indy, mas sem sucesso
Buenos Aires é uma das cidades sul-americanas que já receberam provas da Fórmula E
Assim como Punta del Este e...
Santiago, no Chile
Outra opção em São Paulo seria a região do Parque do Ibirapuera
Apesar de nunca ter recebido uma prova sequer da Fórmula E, o Brasil tem dois campeões na categoria. Nelsinho Piquet, logo na temporada inaugural...
E Lucas di Grassi, na terceira temporada da história
Felipe Massa é um dos astros que estão no grid da categoria atualmente
Felipe Nasr disputou parte da última temporada
E Bruno Senna foi um dos brasileiros pioneiros
Um dos dois representantes brasileiros da atualidade, di Grassi pilota pela Audi
Massa é piloto da Venturi
O atual bicampeão da F-E é Jean-Éric Vergne
Como os brasileiros, Vergne passou pela F1, na Toro Rosso
E foi piloto de testes da Ferrari
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