Emerson Fittipaldi lembra que aconselhou Gil de Ferran a correr na Indy nos anos 90: "Foi fantástico"

Bicampeão da F1 teve grande sucesso no automobilismo norte-americano e abriu as portas para uma geração que obteve muitas conquistas nos EUA

87th Indianapolis 500, Indianapolis Motor Speedway, Speedway, Indiana, USA 25 May,2003Gil de Ferran wears the Panoz G-Force hat.World Copyright-F
Peirce Williams 2003 LAT Photographicref: Digital Image Only

Considerado por muitos como o cara que abriu as portas para os pilotos brasileiros na Europa, o bicampeão da Fórmula 1 Emerson Fittipaldi fez o mesmo com o automobilismo norte-americano. Após sair da F1, Emerson encontrou sucesso também nos EUA correndo pela Indy, o que incentivou diversos pilotos a tentarem a sorte na categoria, como foi o caso de Gil de Ferran.

Fittipaldi chega na Indy em 1984 e, no ano seguinte, disputa sua primeira temporada completa, já com vitória. Mas foi em 1989 que veio sua primeira grande glória, com a vitória nas 500 Milhas de Indianápolis e o título da CART. Seu sucesso chamou a atenção de outros pilotos que tentavam a vida na Europa, incluindo de Ferran no começo dos anos 1990.

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Em depoimento ao Motorsport.com, Emerson lembra da trajetória de Gil de Ferran e como o automobilismo sempre permeou sua vida, devido à influência do pai, Luc, nome importante da Ford no país.

"Gil de Ferran, muitas lembranças, muitas memórias boas dele. Eu lembro do pai dele, o Luc de Ferran, um dos principais diretores da Ford do Brasil, e ele cresceu nesse ambiente de automobilismo. O Luc era uma pessoa apaixonada pelo automobilismo, fazendo a Ford apoiar o automobilismo brasileiro".

"E me lembro quando ele começou a correr de kart lá em Interlagos. O pai todo orgulhoso, a mãe também. É uma trajetória muito longa. Foi para a Europa, ganhou o campeonato inglês de Fórmula 3, começou a andar muito bem já na Europa".

Fittipaldi lembra quando foi procurado por Gil, que se perguntava na época se deveria trocar o automobilismo europeu pela Indy.

"Um dia eu estou em casa, lá em Key Biscayne, recebo uma ligação, é o Gil falando: 'eu queria os seus conselhos, se eu venho para a Indy, aonde eu tenho que morar, o que você acha?'. Eu falei que a melhor coisa que estava acontecendo para nós brasileiros numa época brilhante da Indy, numa época em que a Indy e os direitos de televisão estavam quase iguais à F1. E foi fantástico".

"Eu falei para ele, vem para cá, você vai gostar. Ele veio com todo o talento, com o dom que Deus deu para ele, com toda a vontade, a garra que ele tinha. Ele ganhou duas vezes o campeonato, ganhou as 500 Milhas, andava muito rápido e se aposentou muito rápido também. Porque ele tinha muitos anos ainda para correr, mas ele preferiu parar".

Lembrando da família de Gil, Emerson ressalta o vazio que a perda do ex-piloto deixa para o esporte a motor.

"Ele foi sempre uma pessoa muito querida, no ambiente, com a minha família. Lembro que ele veio com a Angela em casa, perguntar o que eu achava dele ir para a Indy. E sempre foi uma pessoa muito agradável, muito técnico, muito inteligente, e que vai deixar um vazio muito grande no automobilismo mundial, não só no brasileiro".

"Então foi uma perda muito grande. Ele morreu na pista, fazendo o que ele mais gostava, que era pilotar um carro. Então que Deus leve a alma dele para o céu, que ele seja bem recebido no céu. Nós mandamos sinceras condolências para a Angela, para toda a família do Gil, para o Luke, para a Ana, que ficaram. Eu sei que eles estão precisando muito de apoio nosso"

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Guilherme Longo
Indy
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