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Tony sobre Wheldon: "Foi como na época do Ayrton, uma chacoalhada"

Um ano depois do acidente que vitimou Wheldon, Kanaan e Castroneves falam ao TotalRace sobre o que mudou na Indy

Dia 16 de outubro de 2011, Las Vegas, Nevada. A corrida daquele dia tinha tudo para ser festiva. Ela decidia o título da Fórmula Indy e tinha como chamariz o piloto Dan Wheldon, vencedor das 500 Milhas de Indianápolis daquele ano e que era convidado a andar na última prova do campeonato, cujo prêmio para o vencedor era de US$ 2,5 milhões.

Partindo de último, como o regulamento previa, Wheldon escalava o pelotão, quando, a sua frente, um grande acidente aconteceu. Sem poder evitar o choque, voou com seu carro rumo a postes que seguravam o alambrado. Acabava ali a carreira de um grande piloto.

Após o acidente, a categoria tomou algumas medidas para aumentar a segurança. Ao TotalRace, Tony Kanaan e Helio Castroneves dividiram quais as mudanças neste primeiro ano após a morte de Wheldon. "Mudou um monte de coisa, como aconteceu na época do Ayrton. Foi uma chacoalhada em todo mundo. Claro, o carro (Dallara DW12) já estava pronto, mas o que mudou foi a maneira da gente pensar. Uniu muito mais os pilotos em relação à segurança, além de reduzir as corridas em ovais de 1,5 milha, quando tínhamos o 'pack race', que é quando todos andavam juntos. E para as corridas que ainda disputamos, conseguimos desenvolver um pacote aerodinâmico que permite que corramos em provas nesses ovais sem ficar muito próximos um dos outros", disse Kanaan.

O piloto negou que o acidente tenha mudado a maneira dos pilotos pensarem as corridas. "O piloto é agressivo. Quando colocamos o capacete, o que queremos fazer é ganhar, mas claro, sempre respeitando muito mais um ao outro", garantiu.

Helinho, um dos que mais sofreu com o falecimento do piloto, afirmou que nunca esquecerá do que ocorreu naquele dia em Las Vegas. "A gente nunca vai esquecer a violência e a tristeza daquele dia 16 de outubro em Vegas. A perda do Dan Wheldon foi algo sofrido e dói até hoje. Dificilmente alguém que não vive o automobilismo e não é pai conseguirá ter ideia. Quando a gente fala que a Indy é uma família, pode apostar que é isso mesmo. Naquela rivalidade toda que existe na pista há muito espaço para amizade, companheirismo, ajuda mútua, diversão, descontração. E o Dan reunia tudo isso porque era, realmente, um cara muito legal. Acho difícil ver uma foto dele em que não estivesse sorrindo, pois o Dan era assim o tempo todo, uma pessoa realmente pra cima, aberta e que atingia todo mundo a sua volta com seu modo de ser e as brincadeiras".

O piloto lembrou, no entanto, que a preocupação da Indy com a segurança já existia. "É importante destacar que a IndyCar sempre encarou a segurança como item número 1 de seus estudos e temos, sem dúvida, um equipamento muito seguro atualmente. Agora, com a morte do Dan, os ovais e a própria maneira de fazer corridas em ovais passaram a ser pensados de maneira diferente. Por exemplo, uma corrida como aquela de Vegas, com muitos carros, nunca mais vai acontecer. Mas isso não é nenhum consolo diante de tudo o que aconteceu", lamenta.

"O Dan trabalhou forte até o último momento. Ele participou dos testes iniciais com o novo Dallara, que depois recebeu a identificação DW12, e fez um trabalho incrível. Identificou um problema de distribuição de peso e contribuiu bastante para que os engenheiros da fábrica pudessem desenvolver os pacotes aerodinâmicos que passamos a utilizar", disse Helinho. "De fato, eu poderia ficar até amanhã aqui falando das coisas boas que o Dan fez e todas as contribuições que ele deu para nosso esporte. Mas quero pedir que todos rezem por sua família, certamente o bem mais precioso que ele tinha. Tenho certeza que ele está olhando para os filhos pequenos e a esposa com o mesmo carinho e atenção de quando estava entre nós", finalizou.

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