Na opinião dos pilotos brasileiros, o carro novo da Indy é uma unanimidade. No entanto, uma dificuldade em comum chama a atenção de Bia Figueiredo, Tony Kanaan e Helio Castroneves: o volante.
Ao contrário de outros monopostos, como os da F-1 e GP2, a direção do modelo DW12 não é hidráulica, o que dificulta a condução do carro até em curvas consideradas fáceis. Para Bia Figueiredo, é preciso segurar firme o volante até nas retas e qualquer mudança brusca pode até provocar ferimentos e fraturas, como ela mesmo já sentiu na pele em 2011.
"Ajudaria uma direção hidráulica, pois a gente acaba, às vezes, não aproveitando a capcidade do carro. O volante fica muito pesado e senti isso em Sebring, cuja curva 3 é rápida e fui obrigada a aliviar o pé, pois o volante ficava pesado demais. Aqui, como as curvas são mais travadas, não faz muita diferença", destaca Bia, relembrando o acontecido na etapa do ano passado de São Petersburgo, quando teve a mão quebrada por um solavanco da direção.
"O feedback nas retas também é grande. Você precisa segurar forte o volante nas retas e isso cansa. Pode acontecer também de você tocar roda com outro carro, o volante dar uma 'estilingada' e quebrar a mão do piloto, como aconteceu comigo em St. Petersburg no ano passado. Um volante hidráulico ajudaria a minimizar isso", analisa.
Campeão de 2004, Tony Kanaan criticou o sistema, afirmando que foi solicitada a direção hidráulica pelos pilotos no desenvolvimento do novo bólido, mas os pedidos não foram ouvidos. Segundo ele, o volante segue pesado, mesmo com o carro tendo mudado.
"É bem pesado. [Um volante mais leve] Era uma das coisas que a gente pediu para o novo carro, e não sabemos os detalhes disso não ter acontecido. Acredito que é uma questão de custo, dá para entender. Eu acho pesado, alguns dizem que nao e não sei se estamos fazendo algo diferente", descreve.
"Estava conversando com o Rubens, que é acostumado com direção hidráulica dos tempos de Fórmula 1, e ele me relatou que o volante era bem mais pesado. Achei tanto quanto o ano passado e queríamos melhorar isso", ressalta o baiano.
Helio Castroneves, por sua vez, concorda com a opinião de Tony e até acredita que o volante é um pouco mais leve que o ano passado - boa parte disso por conta da diminuição da capacidade do tanque de combustível, o que deixa o carro mais leve.
"Achei bem parecido com o do ano passado. Senti isso no hairpin de Long Beach, apesar de ser uma curva de baixa. Em uma das saídas de curva, o carro deu uma 'sambada' e me pegou o pulso. Não esperava esse tipo de sensação. Talvez por conta da diminuição do tanque de combustível, não faz tanta diferença quanto o ano passado. Mas realmente é pesado", completa.