Análise

ANÁLISE MotoGP: Quais são os próximos passos na disputa Martín x Aprilia?

A mensagem enviada pela Aprilia após a vitória de Bezzecchi em Silverstone contrasta com a resposta firme de Martin, que mantém sua posição e torna cada vez mais improvável uma solução amigável

Jorge Martin, Aprilia Racing Team

Quatro dias se passaram desde o improvável triunfo de Marco Bezzecchi no GP do Reino Unido da MotoGP, desafiando a maioria das previsões em uma reviravolta inesperada na polêmica envolvendo Jorge Martín e a Aprilia - algo digno de Alfred Hitchcock.

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Massimo Rivola, CEO de esporte a motor da Aprilia, aproveitou o momento para destacar o potencial da RS-GP, ao mesmo tempo em que pediu ao espanhol que reconsiderasse sua intenção de se afastar da equipe no final da temporada, anulando o segundo ano de seu contrato.

De forma explícita ou não, Rivola quis enfatizar que o atual campeão está duplamente equivocado em sua avaliação da situação; tanto em sua interpretação da cláusula de desempenho que ele está invocando para tentar sair, quanto em sua avaliação da moto em si.

A declaração emitida pela Aprilia há exatamente uma semana descartou qualquer possibilidade de estender o período de teste acordado (seis finais de semana de corirda) e remeteu o piloto de volta às obrigações com as quais ele concordou. No domingo, animado com a vitória, Rivola adotou um tom mais empático: "A mensagem que queremos enviar a Jorge é que a moto está pronta para vencer com ele também".

"Quando assinamos, eu concordei com a Aprilia que, se certas condições não fossem atendidas, eu me reservaria o direito de decidir meu futuro para 2026. Essa era uma condição essencial para aceitar a oferta de contrato deles na época", respondeu Martín em comunicado divulgado nesta quinta-feira (29). "Como preciso tomar uma decisão dentro de um prazo contratualmente estipulado, decidi exercer meu direito de encerrar meu contrato para a temporada de 2026".

Sua reação não deixa margem para dúvidas, e ninguém pode interpretar essas palavras como um passo atrás - embora também não sejam uma declaração de guerra. O Motorsport.com apurou que a estratégia de Martín, orientada por um dos escritórios de advocacia mais prestigiados da Espanha, depende da credibilidade. Ele não quer deixar dúvidas sobre a existência da cláusula polêmica, nem sobre o papel essencial que ela desempenhou para a conclusão do acordo.

Marco Bezzecchi, Aprilia Racing

Marco Bezzecchi, Aprilia Racing

Foto de: Aprilia Racing

Nesse ponto, as duas partes parecem estar longe de chegar a um meio termo.

A Aprilia não apenas acredita que a cláusula é inválida, porque o piloto perdeu cinco das seis corridas estipuladas como período de teste da moto, mas também se recusa a reconhecer que ela existe. Martín, por sua vez, sente-se enganado pela mesma marca que o convenceu a participar do projeto há um ano, justamente por concordar em incluir essa cláusula em primeiro lugar.

Agora que ambos os lados deixaram claras suas posições, a expectativa mais lógica é que as tensões se acalmem - pelo menos até que Martín esteja pronto para retornar, assim que se recuperar das múltiplas lesões sofridas no Catar.

Ainda assim, as atenções certamente se voltarão para o evento All Stars da Aprilia, que reunirá a grande família da marca italiana neste domingo em Misano - uma participação que Martín está contratualmente obrigado a fazer.

Em termos mais ou menos explícitos, a Aprilia deixou bem claro que está disposta a ir até o fim para evitar que o piloto suba em uma moto rival antes de 2027. Em Le Mans, onde tudo explodiu, Rivola se reuniu com Hikaru Tsukamoto, presidente da HRC, para avisá-lo dos riscos legais envolvidos em fazer uma oferta a um piloto com um contrato válido. Essa reunião não impediu Alberto Puig de reconhecer abertamente o interesse da Honda em Martín dias depois em Silverstone, caso ele conseguisse resolver sua situação.

"Todas as equipes do paddock estariam interessadas em alguém como Martín. Se eles não forem idiotas", disse o chefe da equipe japonesa, embora tenha negado que a Honda tenha feito qualquer oferta formal.

Se a Aprilia vê apenas duas opções - o cumprimento da cláusula contratual de Martín ou uma ação legal - o Motorsport.com apurou que o atual campeão mundial não está muito interessado em ir aos tribunais. Não porque ele duvide da força de seus argumentos, mas por razões práticas.

Por um lado, a disputa seria resolvida na Itália, onde o Grupo Piaggio (empresa controladora da Aprilia) está sediado. E, em segundo lugar, o fato de estar envolvido em uma batalha legal que poderia se arrastar por meses provavelmente assustaria possíveis pretendentes.

Nessa situação complicada, a solução mais sensata parece ser um acordo negociado - provavelmente envolvendo uma indenização - para minimizar os danos para ambas as partes.

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