GUIA: Entenda como funcionam as concessões da MotoGP e as diferenças entre as montadoras

Sistema, reintroduzido em 2024, visa ajudar montadoras que estão sofrendo na categoria; Honda e Yamaha aproveitam benefícios atualmente

Fabio Quartararo, Yamaha MotoGP Team

Uma das grandes novidades da MotoGP nos últimos anos foi o retorno do sistema de concessões, reintroduzido em 2024, com uma reformulação em relação ao modelo antigo. Ele foi implementado para ajudar marcas em dificuldades na categoria, notadamente Yamaha e Honda no cenário atual.

Em vigor desde 2024, as concessões privam a Ducati de uma série de benefícios que as japonesas podem usufruir. Mas você sabe como funciona este sistema? É o que o Motorsport.com vai explicar neste especial.

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Quatro categorias de concessões na MotoGP

As montadoras são divididas em quatro categorias de concessões, de A a D, de acordo com o número de pontos que marcaram em um período de tempo determinado. Uma marca está na categoria A se tiver marcado mais de 85% dos pontos em jogo no campeonato de construtores em um ano, na categoria B se tiver marcado entre 60% e 85%, na categoria C se tiver marcado entre 35% e 60% e na categoria D se tiver marcado menos de 35%.

As classes são redefinidas em dois momentos do ano. Durante a primeira metade do campeonato, elas se baseiam nos pontos marcados durante todo o ano anterior, ao passo que, após a metade da temporada, o cálculo leva em conta a segunda metade da temporada anterior e a primeira metade do atual, a fim de estabelecer um certo equilíbrio caso as marcas tenham progredido ou regredido.

Se um fabricante mudar de classe durante a temporada, as restrições são imediatamente modificadas, com uma exceção: se mudar da D para a C, os limites do número de motores e suas especificações só entram em vigor no ano seguinte, a menos que o fabricante volte para a D nesse meio tempo.

Para 2025, a situação permanece idêntica à da última temporada: a Ducati começa o ano na A, KTM e Aprilia estão na C, e Yamaha e Honda na D, enquanto nenhuma está na B. Na temporada de 2024, de fato, as diferenças entre as marcas aumentaram, e a Aprilia não ficou muito longe de ser classificada como D. Mudanças serão possíveis a partir do GP da Alemanha, que marca o início da segunda metade do campeonato.

Concessões oferecem mais testes para Yamaha e Honda

Para as marcas das categorias A, B e C, a pilotagem continua limitada fora dos finais de semana de GP e dos testes oficiais. Somente os pilotos de teste podem ir para a pista, em apenas três circuitos pré-selecionados que recebem corridas de MotoGP.  As classes são diferenciadas pelo número de pneus disponíveis para teste: 170 na categoria A, 190 na B e 220 na C. Essa limitação impede a Ducati de andar tanto quanto KTM e Aprilia.

Há muito mais liberdade na D, permitindo que os pilotos titulares participem dos testes, dos quais Yamaha e Honda podem fazer em todos os circuitos do calendário, tendo um total de 260 pneus. No entanto, as oportunidades continuam limitadas, pois o calendário de 2025, com 22 GPs, deixa pouco tempo livre para os pilotos.

Motores e carenagens extras na classe D

As concessões oferecem mais liberdade técnica para as marcas da D, especialmente com relação aos motores. Os regulamentos básicos estipulam que, com um calendário de 21 ou 22 rodadas, que será o caso este ano, cada piloto tem oito motores à sua disposição para a temporada, o último dos quais pode ser usado a partir do 19º GP. Os pilotos que correm para os fabricantes na D têm direito a dois motores extras.

Além disso, os fabricantes das três primeiras categorias devem homologar seus motores antes do início da temporada. Excepcionalmente, esse congelamento de desenvolvimento será mantido no próximo ano, o que significa que nenhuma alteração será permitida até o final de 2026, para permitir que as marcas aloquem recursos para o desenvolvimento das motos de 2027. Porém, as duas marcas da D estão livres para fazer alterações em seus motores durante o ano e poderão continuar a fazê-lo em 2026.

As concessões também preveem diferenças no número de carenagens. Para as categorias A, B e C, é permitida apenas uma troca de carenagem durante o ano, o que significa que Ducati, KTM e Aprilia podem usar duas carenagens diferentes no campeonato. Yamaha e Honda têm direito a uma carenagem extra, mas devem abrir mão do uso de uma das duas primeiras. Assim, as marcas japonesas têm direito a três durante todo o ano.

Ducati privada de wild cards, seis para Yamaha e Honda

O sistema de concessões também tem um impacto sobre a entrada de wild cards nos GPs. Uma marca da categoria A não tem mais direito a nenhum piloto extra durante a temporada, a B tem acesso a três  e as categorias C e D a seis cada.  Isso significa que todas as marcas podem colocar um piloto de testes em até seis GPs, com exceção da Ducati, que não tem permissão para colocar Michele Pirro em uma moto adicional.

Os regulamentos da MotoGP limitam os wild cards a três na primeira parte da temporada e a três na segunda. No caso de uma mudança de categoria durante o ano, uma marca pode ganhar ou perder wild-cards, o que significa que um piloto inscrito anteriormente pode acabar sendo proibido de disputar um GP. Deve-se observar que os wild cards não estão sujeitos a um congelamento da especificação do motor, independentemente da categoria de concessão do fabricante, mas com o mesmo motor mantido em 2026, é improvável que a KTM e a Aprilia aproveitem essa liberdade.

O sistema de concessões para a temporada de 2025:

Categoria A B C D
Montadoras      
Porcentagem de pontos marcados >= 85% > <= 60% a 85%

> <=  35% a 60%

< 35%

Pneus para testes 170 190 220 260
Pilotos autorizados para testes Pilotos de teste Pilotos de teste Pilotos de teste Escolha Livre
Pistas autorizadas para testes 3 pistas 3 pistas 3 pistas Todos os circuitos do calendário
Wild-cards para a temporada 0 3 6 6
Motores para a temporada 8 8 8 10
Especificação do motor Congelado Congelado Congelado Não-congelado
Carenagens autorizadas 2 2 2

3 (tendo que renunciar de uma das duas anteriores)

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Vincent Lalanne-Sicaud
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