Guia MotoGP 2022: No primeiro ano sem Rossi, atenções se voltam para ‘exército’ da Ducati contra Quartararo e Márquez
Principal categoria da motovelocidade mundial promete disputa intensa pelo título neste ano
A partir desta sexta-feira, a principal categoria da motovelocidade mundial inicia os trabalhos da temporada 2022 com o tradicional GP do Catar. E a MotoGP chega a este ano iniciando uma nova era, sendo o primeiro campeonato desde os anos 1990 sem a lenda Valentino Rossi, enquanto outros players tentam se destacar no cenário.
Serão mais de oito meses e um recorde de 21 etapas até conhecermos o campeão de 2022, em uma temporada que promete ser intensa, especialmente com as montadoras buscando crescer e tomar a ponta da categoria.
Por isso, o Motorsport.com montou um guia especial com todas as informações sobre a temporada 2022 da MotoGP!
Valentino Rossi, Petronas Yamaha SRT
Photo by: Dorna
MotoGP abre primeiro ano da era ‘pós-Rossi’
Essa será a primeira vez desde 1996 que o Mundial de Motovelocidade, em todas as suas classes, não terá o nome Valentino Rossi entre os seus participantes. A lenda das duas rodas deu o ponto final em sua trajetória no final do ano passado após nove títulos mundiais e mais de 100 vitórias.
Rossi foi o responsável por trazer a MotoGP para o mainstream, tornando a categoria conhecida pelo público geral. Por muito tempo, muitos questionavam se a MotoGP teria como sobreviver sem o Doutor, mas hoje é possível dizer que sim, o Mundial tem força e nomes suficientes para seguir com suas próprias pernas.
Mas vale lembrar que Rossi está fora da MotoGP, pero no mucho: sua equipe, a VR46 passa a integrar o grid a partir deste ano, como satélite da Ducati, em busca de seguir escrevendo uma história que vêm desde a Moto2 e a Moto3. Por isso, vamos olhar para as equipes e pilotos do grid de 2022:
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Francesco Bagnaia, Ducati Team
Photo by: MotoGP
Com ‘exército’ no grid, Ducati busca confirmar rótulo de favorita com Bagnaia
Das 24 motos presentes no grid de 2022, oito pertencem à Ducati, ou seja, um terço do grid. Com Suzuki e Aprilia optando por não terem equipes satélites, a montadora italiana aproveitou para aumentar sua presença no esporte.
Mas somente isso não seria motivo para preocupação. O que realmente chama a atenção e deixa uma pulga na orelha das rivais é o fato da Ducati ter cinco motos de fábrica. Após o foguete visto no final da temporada passada, com cinco vitórias nas nove corridas finais, a Ducati é vista como a grande favorita de 2021, e a marca quer confirmar isso. Na pré-temporada, já começou a dar sinais de que evoluiu ainda mais.
O atual vice-campeão, Francesco Bagnaia é visto como o grande capitão desse projeto, e já está garantido com a marca até o fim de 2024, enquanto seu companheiro na equipe oficial, Jack Miller, precisa entregar resultados consistentes para não correr o risco de perder a vaga para Jorge Martín ou Enea Bastianini em 2023.
Fabio Quartararo, Yamaha Factory Racing
Photo by: Yamaha
Com futuro de Quartararo em jogo, Yamaha busca manter força
Enquanto a Ducati ficou com dois dos três títulos de 2021, a Yamaha ficou com o que realmente importa: o de Fabio Quartararo entre os pilotos. Mas o grande trunfo do título do francês foi uma primeira metade de temporada realmente forte, com quatro vitórias em 9 corridas no primeiro semestre.
Após as férias de verão, a Ducati chegou voando e rapidamente cortou a diferença, mas não a tempo de reverter o título. Só que isso deixou dúvidas para 2022. Após os primeiros testes com a moto deste ano, Quartararo não demonstrou tranquilidade, e inclusive chegou a falar em público que a negociação com a Yamaha por uma extensão de contrato depende da montadora entregar-lhe uma moto capaz de lutar novamente pelo título.
Sem Valentino Rossi, a Yamaha depende de Quartararo e de seu companheiro na equipe oficial, o ítalo-brasileiro Franco Morbidelli, para manter sua história vencedora na categoria. Mas, para isso, precisa acertar com a M1
Marc Márquez, Repsol Honda Team
Photo by: Honda Racing
Honda depende de Márquez em busca por recuperação
Após dois anos de uma quase seca de resultados, a Honda promete vir com tudo para 2022, trazendo inclusive uma nova RC213V, muito diferente da vista nos anos anteriores. Mas, para voltar aos seus dias de glória, depende de uma grande incógnita: Marc Márquez.
O hexacampeão vive dois anos complicados. Na primeira corrida de 2020, sofreu uma fratura no braço que o afastou do resto daquele ano e o começo de 2021. E quando encaminhava o retorno à forma física, com três vitórias e um pódio, um acidente de motocross o tirou do final do campeonato.
Márquez chega a 2022 um pouco defasado em relação aos principais rivais, como Quartararo e Bagnaia, já que teve menos contato com a moto deste ano, perdendo o primeiro teste em novembro do ano passado.
O espanhol segue em recuperação e revelou que ainda não está 100% fisicamente, mas deixou claro em coletiva organizada pela Honda: não precisa estar 100% para lutar pelo título, e vê muito potencial na nova RC213V. Será que este é o ano da volta de Márquez? E o que podemos esperar de seu companheiro, Pol Espargaró? Só o tempo dirá
Miguel Oliveira, Red Bull KTM Factory Racing
Photo by: KTM Images
KTM quer voltar à luta por pódios após 2021 de altos e baixos
Se em 2020 a KTM parecia mostrar forças, com três vitórias em inúmeros pódios, em 2021 a situação foi bem diferente. Apesar de mais duas vitórias e dois pódios, a montadora austríaca teve um ano complicado, com corridas em que parecia muito abaixo do rendimento das equipes de ponta.
Por isso, a KTM defende que 2022 será um ano de reconstrução, e, para isso, traça objetivos que classifica como factíveis: voltar a lutar por pódios, mas na reta final da temporada, enquanto dá tempo a seus pilotos para entenderem a nova RC16.
E a KTM precisa disso: enquanto Brad Binder e Miguel Oliveira seguem na equipe oficial, a Tech3 traz uma dupla de novatos, com o campeão e vice-campeão da Moto2: Remy Gardner e Raúl Fernández.
Joan Mir, Team Suzuki MotoGP
Photo by: MotoGP
Com Mir deixando a porta aberta para uma troca, Suzuki corre contra o tempo
Se em 2020 a consistência de Joan Mir foi o grande trunfo para a conquista do Mundial, em 2021 a situação foi muito diferente. O espanhol foi o terceiro colocado, mas 70 pontos atrás de Quartararo em um ano com apenas seis pódios e nenhuma vitória.
Isso não deixou o campeão nada feliz. O motivo por trás disso foi a manutenção de um dos grandes defeitos da Suzuki: apesar de ter um ótimo ritmo de corrida, com uma conservação de pneus de dar inveja, o ritmo de classificação da moto deixava e muito a desejar. E de pouco adianta se você vai bem na corrida se larga após a 10ª posição.
Ao longo do ano, Mir cobrou publicamente a Suzuki para corrigir essa situação, e agora que entra em seu último ano de contrato com a montadora japonesa, já deu várias insinuações de que poderá buscar outra marca na MotoGP para 2023 caso isso não se resolva logo.
Maverick Vinales, Aprilia Racing Team
Photo by: Gold and Goose / Motorsport Images
A primeira vitória da Aprilia pode vir em 2022?
Após anos de parceria com a Gresini, a Aprilia passa a correr com uma operação própria na MotoGP, mantendo Maverick Viñales e Aleix Espargaró como pilotos. E a montadora vem para 2022 com o objetivo de seguir construindo em cima de seu melhor resultado na MotoGP, obtido em 2021: o pódio de Espargaró no GP da Grã-Bretanha em Silverstone.
Segundo os pilotos, o primeiro contato com a moto é bom, e eles vão além, afirmando que a primeira vitória da Aprilia na MotoGP está próxima, podendo vir em 2022. Mas o quanto podemos levar isso a sério? Afinal, se a Aprilia melhorou de 2021 para 2022, não é de se espantar que as rivais também tenham evoluído.
Alex Rins, Team Suzuki MotoGP
Photo by: Suzuki
Calendário tem estreias e retornos
Exatos oito meses separam o início e o fim do campeonato. Tudo começa no dia 06 de março no GP do Catar, em Losail, e termina em 06 de novembro com o GP de Valência. E após dois anos de impacto da pandemia, a MotoGP promete um 2022 mais “normal”, com um calendário mais parecido com os de 2019 para trás.
Neste ano, teremos o retorno do GP da Argentina, em Termos de Río Hondo, o tour pelo sudoeste asiático com o GP da Tailândia em Buriram e em Sepang na Malásia, além da volta de clássicos da categoria, como Motegi no Japão e Phillip Island na Austrália. Além disso, temos duas estreias em 2022: Mandalika, na Indonésia, que os pilotos já tiveram uma prévia na pré-temporada e a Finlândia, em KymiRing, uma etapa que foi cancelada em 2020 e 2021 e agora parece que finalmente irá adiante!
Diogo Moreira, MT Helmets MSI
Photo by: Gold and Goose / Motorsport Images
Categorias de acesso contam com mais de um brasileiro
A MotoGP é acompanhada por três categorias ao longo do ano, sendo duas de acesso e uma que funciona mais como suporte. Vamos começar com esta última, a MotoE, que chega à sua quarta temporada novamente com grandes expectativas em cima de Eric Granado.
O brasileiro compete na categoria desde a sua estreia, e é um dos pilotos mais elogiados do grid, mas que ainda não conquistou o título devido a uma série de azares ao longo dos anos, com quedas e toques que comprometeram suas temporadas, especialmente por se tratar de um campeonato de curta duração.
Com sete rodadas duplas, a MotoE começa em 30 de abril em Jerez e vai até o GP de San Marino, em 03 e 04 de setembro, passando ainda por Le Mans, Mugello, Assen, KymiRing e Red Bull Ring.
Já a Moto2 e a Moto3 seguem a MotoGP ao longo de todas as etapas e sempre são promessas de grandes corridas, com vitórias definidas apenas nos metros finais e grandes disputas. Entre os destaques dos grids, temos a presença do brasileiro Diogo Moreira na Moto3 e o retorno da espanhola Ana Carrasco na mesma categoria.
Onde assistir no Brasil?
Assim como nos anos anteriores, os direitos de transmissão do Mundial de Motovelocidade no Brasil pertencem ao Grupo Disney, mas com a promessa de algumas mudanças em relação ao ano passado. Com a reformulação dos canais ESPN e Fox Sports, a MotoGP e suas demais categorias deve ficar com a ESPN 4, veiculada nas propagandas como a “Casa da Velocidade”. Além disso, as transmissões estarão disponíveis em streaming, no Star+.
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