MotoGP GP da Alemanha

Márquez: "A Fórmula 1 não está tirando o foco da Honda da MotoGP"

Espanhol comentou ainda sobre a reunião realizada em Mugello com o presidente da HRC e o número 2 da Honda

Marc Marquez, Repsol Honda Team

Marc Márquez assegurou, nesta quinta-feira no Sachsenring, circuito na qual domina, com 11 vitórias em 12 corridas, que o envolvimento cada vez maior da Honda Racing Corporation (HRC) com a Fórmula 1 não está impactando o momento ruim vivido pela equipe japonesa na MotoGP, esperando inclusive que um lado possa beneficiar o outro.

A crise da Honda na MotoGP acaba coincidindo com a lesão de Márquez em julho de 2020, isso não há dúvidas. Mas, com o tempo, também é certo que o envolvimento maior da Honda na F1 'casa' com esse período.

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A situação chegou a tal ponto que as divisões competitivas de carros e motos foram fundidas sob a mesma asa da HRC, que sempre foi a casa das categorias de duas rodas. Nesta quinta-feira na Alemanha, o Motorsport.com perguntou ao hexacampeão se o envolvimento e interesse crescente da Honda na F1 faria com que a montadora deixasse de lado o projeto da MotoGP.

"Nunca senti que eles deixaram de apostar nas motos. Na verdade o projeto é o mesmo agora em relação a quando entrei, há dez ou onze anos. O compromisso da marca, vejo eles focados e trazendo coisas, que às vezes funcionam e outras não, mas vejo eles interessados, se não estivessem os chefes não viriam para cá".

"É certo também que há muito potencial, mas é difícil de saber o que se passa aqui, o que se passa no Japão, porque a filosofia é diferente. Agora, desde o ano passado, eles uniram as forças dos departamentos de carros e motos e, com sorte, isso nos ajudará na MotoGP", disse o hexacampeão, que confirmou o encontro com o nº 2 da Honda no último domingo em Mugello.

"Tivemos uma reunião importante pensando no futuro, não no presente imediato, mas sim um futuro a curto prazo, para trabalharmos no ano que vem, o projeto de 2024. A reunião foi produtiva, e agradeço o fato de que os chefões da Honda e da HRC se sentaram comigo, que propuseram a reunião e se interessaram em me ouvir sobre como podemos melhorar o projeto. A reunião correu bem, agora falta colocar em prática".

Apesar de defender o foco em 2024, Márquez não quer que a Honda desista de 2023, incentivando a seguir fazendo melhorias para a moto.

"Estamos tentando trabalhar nisso. O ano que vem não se cria de um dia para o outro. O ano que vem começa agora, e eles sabem que eu estou disposto a testar coisas diferentes durante um final de semana, por mais que seja difícil, e que não seja a melhor maneira com esse novo formato, mas estou disposto".

"Além disso, é bom que o presidente e o vice-presidente vejam em primeira mão o que está acontecendo nos circuitos e que se interessem, porque às vezes vira um telefone sem fio, você sabe o que sai daqui, mas não sabe o que chega até lá".

"Agradeço a eles pela reunião e fiquei muito feliz por dizer tudo que precisava. Agora está nas mãos deles".

No encontro, questionaram Márquez se os chefes da Honda haviam pedido desculpas a eles, como a Yamaha fez há anos com Valentino Rossi.

"Não me pediram e não espero desculpas. É um projeto que ninguém quer mal, todos querem somar Mas umas vezes dá certo e outras não. Mas sim, é fato que ficamos anos estagnados, com pilotos que vão passando pela equipe e que não funcionam".

Outro tema que vem surgindo de forma recorrente são as declarações dos chefes de Ducati e KTM de que, supostamente, não estariam interessados em contratar Márquez. Segundo eles, se o fizerem, o piloto vencerá. Por outro lado, se perder, a culpa recairá sobre a moto porque o espanhol é mais forte.

"O piloto mais forte é o que ganha e, agora, não estou ganhando. Sinto que tenho velocidade, me sinto forte, me sinto competitivo, mas não estou ganhando. Está claro que estou 100% comprometido com o projeto atual e, para o futuro, tratarei de encontrar o melhor projeto desportivo, que é de tentar ganhar e ter um projeto ganhador. Tomara que seja com a Honda".

Márquez ainda finalizou falando sobre o GP da Alemanha. O espanhol é o 'Rei do Sachsenring', com 11 vitórias nos últimos 12 anos, deixando de vencer apenas no ano passado quando já estava afastado para a última operação no braço.

"Não sou favorito. Não chego no melhor momento, mas tenho boas lembranças da pista e, no domingo, tentaremos estar no pódio. Esse é o objetivo. Um bom resultado aqui fará bem para o moral, para a equipe, mas a situação não muda de um dia para o outro".

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Germán Garcia Casanova
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Repsol Honda Team
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