Marc Márquez ainda não revelou, em termos limpos, qual vai ser seu destino na temporada 2024 na MotoGP. A relação com a Honda vem estremecendo cada vez mais e uma mudança de ares é amplamente considerada pelo multicampeão.

As especulações, que nas últimas semanas foram rotuladas como 'boatos', aumentaram de intensidade nessa quinta-feira, no GP de San Marino, com alguns meios de comunicação até mesmo escrevendo que Márquez já havia decidido rescindir seu contrato com a Honda um ano antes.

A Speedweek, uma publicação de propriedade da Red Bull, afirmou que Márquez se juntará à Gresini ao lado do irmão Alex tendo a marca de bebidas energéticas como um dos principais patrocinadores. A possibilidade de Márquez ir para a equipe de Faenza é real, e isso não é novidade.

No entanto, a o Motorsport.com entende que é muito mais complicado concretizar esse acordo. Nem a Repsol nem a Estrella Galicia, as outras duas marcas que acompanham Márquez, concordaram com as cláusulas de escape da Honda.

Márquez pediu ao fabricante japonês que lhe apresentasse um plano para a contratação de especialistas técnicos nas principais áreas das motos atuais (aerodinâmica, eletrônica), e Alberto Puig está trabalhando nessa lista. O ex-piloto tem uma semana para convencer aqueles que ele acha que são as melhores adições e, quando a lista estiver pronta, ele a apresentará a Márquez.

Nem o octacampeão mundial, nem os responsáveis pela HRC estão confiantes de que o protótipo da RC213V que o catalão testará na segunda-feira em Misano, e que é a base do protótipo de 2024, representará a mudança de conceito que ele vem exigindo há algum tempo.

De fato, o motor dessa moto não será diferente do que foi usado nas motos até agora nesta temporada. Essa mesma máquina de 2024 é a que Stefan Bradl, o testador da marca, estará pilotando já na sexta-feira.

Será que os dois irmãos Marquez estarão na equipe Gresini em 2024?

Foto de: Gold and Goose / Motorsport Images

Perguntado diretamente sobre a possibilidade de romper o acordo com a HRC, Márquez continuou flertando com suas alternativas futuras, mas sem compromisso.

"Eu não toquei nesse assunto com a Honda, acho que não seria bom para o projeto neste momento", respondeu, destacando "o projeto" em várias ocasiões, mas sem afirmar se fará parte dele.

"Minha mentalidade com a Honda é construtiva, para buscar o melhor para o projeto, e o melhor agora é continuar unido, trabalhando. Acho que eles interpretam da mesma forma, porque não disseram nada para mim", acrescentou o piloto, que foi então solicitado a oferecer seu ponto de vista sobre a Gresini.

"É uma equipe com muita história, com motos que andam muito bem, na qual meu irmão encontrou seu lugar perfeito", disse Marc sobre Alex.

Questionado sobre a possibilidade de seu irmão se juntar a ele na Gresini Ducati em 2024, Alex Marquez afirmou ao Motorsport.com em uma entrevista exclusiva que achava que seria difícil para Marc romper seu contrato com a Honda - ao mesmo tempo em que observou que a adaptação à Ducati não seria fácil.

"Acho que falar sobre isso é como os rumores que temos", começou Alex Márquez. "Três, quatro corridas atrás, ele ia estar em uma KTM. Você sabe o que quero dizer? Agora ele está em uma Ducati 'com certeza'. Vamos ver."

"Há muitos rumores sobre Marc e [Joan] Mir. Mas eles têm contratos. Portanto, é muito difícil extrair isso. Vou buscar a possibilidade de talvez ter Augusto [Fernandez] aqui ou algo assim, mais do que Mir ou Marc, porque acho que quebrar um contrato na MotoGP é muito difícil."

"Então, falando honestamente, se ele vier para a Ducati, ele será rápido. Ele é Marc, oito vezes campeão mundial. Ele não perdeu a velocidade. Vimos isso no Q1 em Montmeló. Mas não será fácil, ele precisará de tempo, com certeza."

Reportagem adicional de Lewis Duncan

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