Análise

MotoGP: Vitória de Márquez em Misano foi a mais importante após lesão de 2020, segundo piloto

Hexacampeão da categoria rainha triunfou em um circuito anti-horário, que não favorece sua condição física desde o acidente do último ano

Marc Marquez, Repsol Honda Team

Marc Márquez conquistou a terceira vitória da temporada da MotoGP em Misano, a primeira em um circuito que gira no sentido horário e apontou esse triunfo como o "mais importante do ano" dentre os três que conseguiu, em um ano onde segue se recuperando da grave lesão sofrida em 2020 que o trouxe muitas limitações físicas.

Após ser operado diversas vezes, o espanhol superou a seca de 581 dias sem vencer em junho naquela que é sua pista preferida, Sachsenring, onde não é derrotado desde 2010, e ainda ganhou em Austin, no início de outubro. As pistas alemã e americana compartilham algo em comum: ambas giram no sentido anti-horário, característica que o hexacampeão é especialista.

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Misano é uma das 'piores' pistas historicamente atribuídas à Márquez, onde havia vencido três vezes até o último GP. Na corrida, ele manteve-se na cola de Francesco Bagnaia todo o tempo e se beneficiou da queda do italiano a quatro voltas do final. O estabeleceu para si mesmo a meta de terminar no pódio e, embora os acidentes de Pecco e Jack Miller o tenham ajudado, estaria no top 3 de qualquer maneira se a dupla de Ducati se mantivesse de pé.

"Queria um pódio num circuito de anti-horário e só restou este ou Portimão", comentou o hexacampeão após a corrida. "A realidade é que não esperava ganhar, tudo se acertou com a queda das duas Ducati, mas isso aconteceu porque alguém as pressionou, como foi comigo no passado."

"Para mim, foi a prova mais importante do ano. Vencer em uma pista com essas características, o que é difícil para mim, mostrou a evolução e vai me ajudar a manter a calma para o próximo ano. As outras vitórias [Alemanha e Austin] foram em traçados mais favoráveis . Nesse não, nunca consegui grandes resultados aqui."

A chave para a vitória

Os treinos em Misano, na sexta-feira e no sábado, foram sob chuva, o que favoreceu o físico de Márquez e permitiu-lhe chegar em forma no domingo. Depois de se qualificar em sétimo no grid, uma boa largada permitiu que ele ficasse próximo de Bagnaia.

"Como todo fim de semana esteve molhado, foi o primeiro domingo que cheguei com energia", revelou o espanhol. "Quando acordei, pensei: 'sinto que o braço está aí, com força'. Isso me ajudou, pois não tive dores antes da largada e consegui pilotar bem. Quando estou descansado, o nível está lá. O problema é que começa na sexta-feira e termina no domingo."

Objetivo alcançado, próxima etapa: pensar em 2022

A vitória em Misano deu um grande impulso a Márquez, que também saltou para a briga pelo terceiro lugar no campeonato. Além dessa meta de curto prazo, os olhares já estão voltados a 2022.

"Esta vitória, para mim pessoalmente, é diferente", disse ele. "É especialmente importante ter paz de espírito quando se trata de trabalho. Neste inverno [europeu], preciso descansar. Vamos tentar analisar a situação para fazer um bom plano e embora não devamos estar 100% em fevereiro, faremos quando começarmos no Catar. Esse é o objetivo principal "

"Na segunda parte da temporada, as sensações foram boas e os erros cometidos na Áustria e em Silverstone não estavam relacionados com o meu físico, mas sim com as condições [da pista] ou com as circunstâncias. Gostaria de pelo menos terminar as duas corridas entre os cinco primeiros."

"Não estou pilotando da maneira que quero e a meta era chegar ao final da temporada com isso em prática, mas ainda não posso fazer durante toda a corrida. No entanto, já consigo em ao menos uma boa parte e este é um passo. É uma progressão importante", concluiu.

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