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MotoGP GP da Itália

Talking point: GP da Itália

Motorsport.com analisa terceira vitória seguida de Lorenzo, momento chave para Rossi e crise de Marc Márquez na Repsol Honda

Vencedor Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Largada: Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing lidera
Vencedor Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Vencedor Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Pódio: segundo lugar Andrea Iannone, Ducati Team e vencedor Jorge Lorenzo e terceiro lugar Valentino Rossi, Yamaha Factory Racing

Rossi e as Ducatis levavam a torcida de todas as mais de 140 mil almas que passaram por Mugello nos três dias de GP da Itália. Infelizmente para todos eles, o circuito parece ter sido talhado à perfeição para o estilo preciso e seguro de Jorge Lorenzo na condução da Yamaha YZR-M1. Apesar do circuito próximo à Florença conter o ponto no qual se alcança a maior velocidade da temporada, muito de ser rápido em Mugello é carregar velocidade nas longas e fluídas curvas desenhadas pelo relevo natural da região.

Além da vitória soberana (chegou a ter mais de oito segundos de vantagem para a disputa do 2º lugar), Lorenzo conquista também grande vantagem psicológica. Antes de suas três vitórias consecutivas, ele estava 29 pontos atrás de Valentino. Agora está apenas a seis. O GP da Catalunha, onde os dois tiveram seu melhor duelo em 2009, vai pegar fogo.

Mas, quando se fala em psicológico, não se pode esquecer: Rossi foi até o presente momento insuperável na MotoGP. Jamais cedeu às pressões de qualquer piloto. Porém, desta vez, a vantagem técnica de Lorenzo parece estar fazendo a diferença. O italiano não pode mais “se dar ao luxo” de iniciar os treinos livres devagar, se classificar mal e aparecer no pódio na corrida. Seu rival agora está em uma das melhores formas da carreira. Outro nível.

Valentino Rossi precisa reagir se quiser o décimo título.

Grandíssima prova de Iannone. Se com o ombro deslocado em Le Mans ele provou não ser qualquer um ao resistir por várias voltas à pressão de Márquez, desta vez o “Maniac Joe” fez as honras da Ducati em casa. Primeira pole da montadora em Mugello desde 2007 e primeiro pódio na pista italiana desde 2009. A lamentar a falha mecânica bizarra de Dovizioso que o fez desistir. Aos poucos o 04 foi perdendo os dentes da coroa traseira, e, com isso, potência. Chegou um momento que não conseguiu mais continuar na pista.

A crise na Honda. Depois de ser cortado no Q1 tentando poupar um jogo de pneus para o Q2, Márquez foi obrigado a sair de 13º. Ele passou já a primeira volta em quarto e depois chegou a ser segundo. Parecia ter ritmo para pensar em vitória. Parecia. Mais uma vez a falta de equilíbrio da RC213V versão 2015 foi mascarada pelo talento de Marc.

E foi andando mais que o equipamento que o espanhol deixou a frente escapar na curva Poggio Secco na volta 17. Instaura-se aí a primeira crise real de Márquez na MotoGP. A 49 pontos de Rossi no mundial e ocupando apenas o quinto lugar, o atual bicampeão está em uma posição que não lhe é de costume. Desde seu último ano nas 125cc o 93 sempre esteve em posição de lutar por todas as vitórias. No momento, o equipamento o segura.

Assim como em Le Mans, o equilíbrio da moto foi o maior problema. Vimos várias vezes Márquez lutando com sua Honda em grandes freadas e tendo dificuldades para manter uma boa velocidade dentro das curvas. Algo que, se nada for feito, vai continuar atrapalhando bastante o time na Catalunha – pista de características parecidas.

Quem vê Fórmula 1 muitas vezes reclama do excesso de penalidades. A categoria chegou a um ponto péssimo em 2013 na minha opinião, mas desde então está um pouco menos rigorosa (como a ultrapassagem de Ricciardo em Raikkonen em Mônaco na semana passada ilustra). No caso da MotoGP, o negócio é o contrário. O toque de Lowes em Corsi na Moto2 e o encontrão de Petrucci e Aleix Espargaró na MotoGP deveriam ter sido olhados com um rigor maior no meu ver. Sam e Danilo foram perigosamente agressivos.

Ah, é: revi a largada algumas vezes e tive impressão de que Iannone pulou antes.

Outro destaque foi Loris Baz, primeira Open. Mais uma vez à frente de Bradl, o francês vai - quem diria - mostrando a que veio. Dez pontos contra apenas um do alemão, campeão de Moto2 em 2011. Depois de um terço do mundial, parece que não vai demorar muito para alguém virar pedestre...

Com o acidente que detonou o garfo dianteiro de sua RC213V, Crutchlow deslocou o tornozelo após prendê-lo na parte traseira de sua moto. Poderia ter sido pior.

Moto2

Finalmente chegou a primeira vitória do ano para o campeão Tito Rabat. O espanhol mostrou desde sexta-feira estar com o melhor ritmo. Acabou não conseguindo a pole, mas comandou bem a prova apesar de levar uma pressãozinha chata de Johann Zarco no final da prova.

Com as quedas de Folger e Lüthi (enquanto liderava, ai Deus... ), além das provas aquém do esperado de Rins e Lowes, Zarco abre 31 pontos para o vice-líder - agora Tito Rabat. O francês tem sido constante, mas precisa agredir mais se quiser título. Se realmente tiver se encontrado com a Kalex de 2015, Rabat, como mostrado a partir da República Tcheca no ano passado contra Kallio, vai vir forte daqui para frente.

Destaque para o pódio de Aegerter, que vinha apenas fazendo figuração no ano até aqui.

Moto3

Pela primeira vez em 66 anos de mundial um piloto de Portugal venceu uma corrida. O grande Miguel Oliveira foi o responsável pela façanha, a exemplo do primeiro pódio (Catalunha 2012) e da primeira pole (Holanda 2013). Desde que chegou ao mundial, Oliveira mostrou que pode fazer história por seu país no campeonato. Ontem confirmou. Pode não ter tido sorte nas primeiras provas, ter um equipamento pior que a Honda e até não ser nenhum Álex Rins ou Álex Márquez (pilotos com quem dividiu as atenções na Monlau em 2012), mas é um excelente piloto.

Quem também ficou feliz vendo Miguel vencer sua primeira prova, foi o líder do campeonato, Danny Kent. Com o segundo, ele aumenta sua diferença no campeonato de 40 para 49 pontos. Fenati não começou bem o mundial e Bastianini, vice-líder, parece ainda não estar tão maduro para disputar o título apesar da velocidade inquestionável.

Em suma, apesar da bela apresentação de Oliveira - que foi corajoso em buscar o primeiro lugar durante a última volta, diga-se -, só teremos disputa se for pelo vice na categoria menor. Pelo menos é oque diz o primeiro terço de 2015.

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