Sem assento para 2020, DiBenedetto encarna Rocky e rouba cena no ápice da temporada da NASCAR

Os esportes americanos costumam chamar de Cinderela, aqueles casos em que aquele competidor menos cotado consegue ter um grande êxito, lutando contra gigantes. Por muito pouco a etapa de Bristol da NASCAR Cup de sábado não trouxe à tona mais uma dessas histórias, com o piloto “derrotado” na segunda posição conseguindo chamar mais a atenção do que o próprio vencedor.

Trata-se de Matthew Guido DiBenedetto, ou apenas Matt DiBenedetto, piloto nascido na Califórnia, mas com origem italiana, como o nome sugere. Atualmente, ele compete na maior categoria do automobilismo norte-americano pela pequena Leavine Family Racing, que em 2019 se tornou uma espécie de equipe B da Joe Gibbs Racing, principal representante da Toyota do grid.

Assim como acontece nas principais categorias do mundo, o atual período é propício para a dança dos assentos, e na NASCAR não é diferente. Na última quinta-feira foi anunciado que DiBenedetto não estará mais no time em 2020, mesmo com ele trazendo os melhores resultados da história da equipe. Espera-se que um dos destaques da Joe Gibbs na Xfinity Series, categoria considerada a segunda divisão da NASCAR, Christopher Bell, ocupe o carro #95 no próximo ano, o que significa que o ítalo-americano terá que procurar uma nova equipe.

Mas tudo isso pareceu não ter abalado o ânimo de DiBenedetto, a começar com a sua apresentação em Bristol. Ao som de “Gonna Fly Now”, de Bill Conti, música conhecida pelo filme Rocky, ele apareceu para o público com um hobby de pugilista e com luvas de boxe, fazendo uma alusão ao “Garanhão Italiano”, apelido dado ao personagem de Sylvester Stallone.

Largando da sétima posição, DiBenedetto sempre esteve no grupo da frente e conseguiu chegar à liderança no último quinto das 500 voltas na pista de meia milha do Tennessee. O #95 conseguiu abrir quase dois segundos de vantagem sobre o segundo colocado a certa altura, mas Denny Hamlin, da Joe Gibbs vinha abrindo caminho, com pneus mais novos. Faltando apenas 11 voltas, Matt acabou sucumbindo e terminou na segunda colocação, o que não deixou de ser um bom resultado, o melhor dele e da história da equipe.

Mas o público, dentro e fora das pistas, viu o pega entre os dois, na torcida pela concretização da história de Cinderela. E até mesmo o piloto vencedor lamentou ter que manobrar sobre DiBenedetto.

"Só quero pedir desculpas a Matt e Mike Wheeler (chefe de equipe). Eu odeio isso", disse Hamlin logo após cruzar a linha de chegada. "Sei que uma vitória significaria muito para a equipe, mas tenho que dar 110%. Apenas me desculpe.”

Emocionado, DiBenedetto lamentou a perda, mas deixou uma mensagem mais otimista para o futuro: "Alguma coisa vai se abrir. Isso vai acontecer. Estou aqui para ganhar. Algo vai se abrir. Tenho orgulho desses caras. Sou à minha esposa e fãs por me apoiarem. Foi uma jornada difícil, uma semana difícil.”

O “efeito DiBendetto” foi imediato nas redes sociais. O piloto ganhou mais de 12 mil novos seguidores no Twitter em pouco mais de 36 horas após a corrida e o dono da equipe, Bob Leavine, adepto às redes sociais, passou o domingo respondendo alguns fãs revoltados sobre os motivos que o fizeram dispensar os serviços de DiBenedetto ao final da atual temporada.

A própria NASCAR contabilizou um bom resultado com o pega entre os dois principais personagens da etapa de Bristol, com a maior audiência de uma corrida de sábado à noite em dois anos.

Resta saber agora o futuro do novo “Garanhão Italiano”, se assim como Rocky, após não vencer  a primeira luta contra Apollo Creed, ele conseguirá dar a volta por cima e conquistar vitórias em seu esporte.

Confira imagens da corrida de Bristol e da festa de... Denny Hamlin

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