Conheça piloto de 1,32 m que estreia na NASCAR nesta semana

Ele tem apenas 1,32 m de altura e pesa aproximadamente 43 kg. Nem por isso desistiu de seus sonhos, com alguns deles se realizando aos 23 anos. Apenas os mais aficionados da NASCAR já ouviram falar de Rico Abreu, que apesar do nome é norte-americano, filho de pai português e mãe italiana. Abreu nasceu com acondroplasia, uma desordem genética que causa nanismo, o que poderia fazer o piloto da Califórnia deixar de fazer aquilo que mais ama: pilotar.

Rico participa de mais de cem provas por ano em carros sprint e midgets, em ovais de terra por todo território americano. Além disso, ele compete na K&N Pro Series East, categoria da NASCAR que se concentra do lado leste do país e que é uma porta de acesso às divisões nacionais. Recentemente ele recebeu a notícia de que fará sua estreia na Truck Series, considerada a terceira divisão da NASCAR, onde os pilotos brasileiros Nelsinho Piquet e Miguel Paludo competiram há pouco tempo.

O pequeno grande piloto atendeu à reportagem do Motorsport.com Brasil em que falou um pouco mais sobre sua carreira e sobre as adaptações necessárias para competir de igual para igual com seus concorrentes.

"Tinha 15 anos quando corri de kart pela primeira vez e me apaixonei logo de cara. Percebi que poderia ser competitivo e decidi seguir carreira. Nos últimos três ou quatro anos devo ter feito 100 provas em cada", disse.

A base para que Abreu pudesse começar a vida nas pistas e também colecionar sucessos foi familiar.
"Sempre tive muito apoio. É por isso que estou onde estou. Nunca houve alguém que não me desse esse suporte. Meus pais e minha família sempre foram incríveis."

Apesar de começar a correr de kart aos 15 anos, Rico começou a fazer isso para valer aos 18, com os sprint cars. Mas o ponto alto veio com a vitória em Columbus pela K&N, já que nesta competição se utiliza carros Stock Car, parecidos com os da NASCAR. O êxito veio em pleno 4 de julho, após ter sido o pole position também. Mas será que Abreu sentiu que calou a boca de algumas pessoas?

"Acho que sim. Esta vitória mostrou que posso ganhar em outro estilo de carro. Além disso, foi uma realização pessoal, porque provei para mim mesmo. Isso foi muito legal. Nunca senti que tinha que provar algo a alguém, nunca tive opositores e pessoas negativas ao meu redor."

Além da família, um piloto também tem base formada por ídolos. Neste caso, Rico Breu cita três, sendo que um deles se aposenta em 2015.

"Parnelli Jones (vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 1962 e 1963) é provavelmente o meu maior ídolo no automobilismo. Além disso, Jeff Gordon (NASCAR) e Jac Haudenschild (lenda das corridas de sprint cars)."

Mesmo com pai português, o californiano não fala o idioma e também não consegue acompanhar o mundo do automobilismo fora da América, devido à agenda mais que repleta e que ficará um pouco maior a partir da próxima sexta-feira.

"Eu consideraria uma carreira internacional, mas isso teria que vir até a mim", respondeu quando perguntado sobre a possibilidade de fazer provas na Europa ou até mesmo em outros continentes.

Mas muito se pergunta sobre como se prepara um carro stock para um piloto de 1,32m competir. A galeria abaixo mostra a posição dos pedais e volante do carro de Abreu utilizado na categoria regional da NASCAR. Confira também imagens do piloto em suas competições pelas pistas de terra dos Estados Unidos.