CEO da Porsche Cup Brasil revela obstáculos diante de crise do coronavírus e fala de conversas com outras categorias
Dener Pires falou sobre como teve que lidar com as situações impostas pela pandemia e de como funciona o intercâmbio entre gestores de outras categorias do Brasil e do mundo
A temporada 2020 da Porsche Cup Brasil foi inaugurada no último fim de semana, no Autódromo de Interlagos, em meio a restrições impostas pelo governo estadual e uma série de adiamentos ou cancelamentos de provas no esporte a motor mundial em função do coronavírus.
No primeiro momento, a rodada inicial não teria a participação do público no paddock, na famosa visitação aos pilotos, mas contaria com os fãs nas arquibancadas. Na sexta-feira à noite, uma recomendação do governo do estado de São Paulo acabou mudando esse quadro, com um evento de portões fechados e novas restrições àqueles que trabalhavam na corrida.
Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com, Dener Pires, CEO da categoria no Brasil, falou sobre a mistura de sentimentos ao conseguir abrir a 15ª temporada da história da Porsche Cup no País, mas tendo que mudar as regras do jogo para o público em cima da hora.
“O entusiasmo não desaparece em nenhum momento”, disse Pires. “É claro que, em muitas vezes, você encontra obstáculos e eles servem para você saltar e chegar mais alto. Estamos enfrentando a situação do coronavírus, que é algo que ninguém sabe ainda como lidar.”
“Na sexta-feira fui a Interlagos, achando que estava tudo certo, e às 20h eu vejo uma nota com uma série de recomendações. Nenhuma imposição, mas uma série de recomendações para mudarmos o formato do evento. Nós, que trabalhamos com eventos e desafios, sempre temos que estar prontos para o próximo, e decidimos nos adequar."
“É uma necessidade mundial, não vamos fazer diferente disso. É uma situação em que você vai ter que deixar alguém insatisfeito, inclusive o público. Estamos fazendo um trabalho intenso nos últimos dois anos e sabemos da importância para o negócio, tanto do ponto de vista econômico, como de poder mostrar o trabalho que estamos fazendo. Recebemos em troca algo muito legal e gratificante, que é a sensibilidade. Muita gente aplaudiu a decisão, todo mundo entendeu. Acho que todo mundo acatou muito bem.”
Entretanto, quem não pôde ir a Interlagos no último sábado e ainda tem ingresso poderá levar até seis pessoas em algum evento da Porsche Cup Brasil no País ou até mesmo na etapa de Estoril, em Portugal. A medida só não é válida a etapa que serve de preliminar do GP do Brasil de F1.
“Fiquei pensando qual é a média de uma família grande no Brasil. Se um cidadão comprou um ingresso para vir aqui, ele agora vai poder trazer a família toda ou vários amigos", disse Pires ao Motorsport.com.
“Acho que as dificuldades servem para nós transformarmos o evento em algo muito melhor. Tenho certeza de que daqui um tempo, vocês do Motorsport.com estarão aqui me entrevistando e perguntando ‘e esse público gigante presente?’. Eu vou dizer que foi porque nos importamos com eles, que quisemos que eles voltassem aqui e não nos abandonassem.”
Além do papel de gestor da categoria, Pires teve que mostrar jogo de cintura ao ter que impedir a presença de pessoas que vieram dos lugares mais remotos do Brasil e de fora do País.
“Estamos tentando entender a necessidade de cada um. Imagine que teve gente vindo do Nordeste, dos Estados Unidos e da Europa para ver a corrida. Para assistir, para estar com seu piloto, com sua marca. Aí você fala isso para uma pessoa, mas foi tudo muito bem compreendido, não teve problema com ninguém.”
Em um momento único na história do mundo, no qual o esporte a motor não fica imune às consequências, Pires também revelou o intercâmbio de ideias tanto com gestores de categorias da Porsche em outros países como com CEOs de outras categorias brasileiras, como Carlos Col, chefe da Stock Car.
“Nós somos um campeonato monomarca oficial da Porsche. Para quem não sabe, existem 22 categorias da montadora espalhadas pelo mundo. Trocamos essas informações, muitas vezes através da Porsche ou diretamente com outros campeonatos.”
“Isso é muito bom, porque nesse caso do coronavírus, em cada país está de um jeito, em cada lugar é uma legislação, então é importante essa troca de informações, para tentarmos ser mais assertivos. Temos muito mais do que um acordo, temos um pacto em que a gente se comunica.”
“Aqui no Brasil, o Carlos Col e eu estivemos conversando esses dias, não só por causa desse tema, mas por causa de outros. Temos sim uma boa relação, respeito todos os outros campeonatos também e acho que é assim que funciona. Temos que trocar ideias, experiências e nos ajudarmos pelo bem do nosso esporte, que no fundo é a nossa grande paixão e também nosso meio de vida.”
Confira imagens da Porsche Cup Brasil em Interlagos
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