Nos UTVs, Sertões 2025 traz quantidade, qualidade e certeza de emoção
Mais de seis dezenas de duplas do Brasil e do exterior vão lutar pela vitória ao longo dos 3.334 km de percurso entre Goiânia e Marechal Deodoro. Lista de candidatos é extensa

Ao lado do Serra Dourada, Vila Sertões ganhou todo o colorido do rally(Gabriel Heusi/Sertões)
Foto de: Gabriel Heusi
Se o Rally do Sertões se notabilizou ao longo de seus 33 anos por disputas emocionantes segundo a segundo atravessando o Brasil, uma modalidade em especial tem sido marcada pelo equilíbrio e incerteza antes da largada, o que se mantém para a edição 2025 (26 de julho a 3 de agosto). Presentes no maior rally das Américas desde 2012, os UTVs hoje compõem o maior grid da prova, com mais de 60 duplas inscritas. A lista de candidatos à vitória geral conta com pelo menos uma dezena delas.
Os veículos que surgiram com vocação utilitária logo se tornaram populares mundialmente no off-road. Os modelos mais recentes ganharam câmbio com acionamento por borboletas no volante e aposentaram a correia de transmissão, um dos componentes mais vulneráveis no uso extremo. Ainda assim, exigem uma condução atenta e cuidadosa, especialmente diante da promessa de um percurso exigente e duro. Ao longo dos anos, a modalidade se tornou um passo lógico para quem vem das motos. Não por acaso, vários desses nomes aparecem entre os favoritos.
Caso, por exemplo, de Deni do Nascimento. O catarinense chegou no ano passado ao tricampeonato (segunda vitória consecutiva), ao lado do navegador Gunnar Dums. Se o equipamento é o mesmo de 2024 (o Can-Am Maverick R), está ainda mais desenvolvido. Apesar da forte concorrência, o objetivo não poderia ser outro além de ampliar a sequência.
Outro que começou nas duas rodas (com cinco vitórias) e hoje acelera sobre quatro é Zé Hélio. O paulista, vice da edição passada, terá agora a seu lado Ramon Sacilotti, mais um vindo das motos. Falando em títulos, Jean Azevedo é o maior vitorioso da história do Sertões (sete conquistas, sempre como motociclista). Desde 2023, um dos maiores nomes da história do off-road nacional decidiu se aventurar nos UTVs, como piloto, sócio e gestor de equipe (T+A Rally), e não demorou a mostrar todo o seu talento.
Não há como falar em favoritos entre os UTVs sem citar os Varela. A Família da Poeira conta com os três filhos do 'patriarca' Reinaldo Varela, que este ano alinha entre os carros (na categoria Challenger, reservada aos UTVs). Dois deles - Rodrigo, em 2022, e Bruno, em 2017, já sentiram o gostinho de vencer o Sertões. Gabriel completa o trio.
Mais uma vez a disputa na modalidade terá um gosto internacional. Os portugueses João Dias / Mário Ourives, donos de resultados de destaque no forte cenário do rally raid europeu, tentam se colocar na briga pelos primeiros lugares. A julgar pelo que tem sido a tradição recente, só mesmo ao fim dos 3.334 km de percurso que ligarão Goiânia a Marechal Deodoro (AL) ela estará definida.
Vila
Pelo segundo dia consecutivo a Vila Sertões, montada no Estacionamento do Estádio Serra Dourada, viveu um dia movimentado, com o trabalho das equipes, a vistoria técnica dos veículos e a chegada de boa parte dos pilotos e navegadores. Nesta sexta-feira os motores vão roncar pela primeira vez, no Shakedown - um trecho reservado para que os competidores testem suas máquinas em condicões semelhantes às que encontrarão ao longo do rally. Além disso, uma coletiva de imprensa no Serra Dourada reunirá alguns dos principais destaques desta edição; autoridades e a CEO do Sertões, Leonora Guedes.
"Desde o começo do ano trabalhamos para melhorar o nosso carro; as outras equipes evoluíram e estão muito fortes. Conseguimos avançar na preparação nossa e do equipamento, nossa equipe está muito focada. Com certeza será um rally duro, travado, algo que eu gosto, já que valoriza muito mais a pilotagem. Acredito que esse Sertões será bastante prazeroso e o objetivo é repetir a façanha do ano passado e chegar ao tetra", disse Deni Nascimento.
Zé Hélio também comentou sobre essa edição do rally: "Esse ano completo 30 anos dentro do Sertões, minha primeira participação aconteceu em 1995. Chego com a mesma vontade e determinação para alcançar a linha de chegada. No ano passado estávamos iniciando o desenvolvimento do carro; ele se mostrou competitivo com a vitória e o nosso segundo lugar. Agora posso dizer que estamos em 95% do potencial dele. A briga está boa, várias duplas contam com o mesmo equipamento. Vou andar pela primeira vez com o Ramon, mas já nos entendemos muito bem. Ambos viemos das motos e ele está bastante acostumado a navegar"
"Eu particularmente espero por um rally duro, com especiais técnicas e exigentes, tanto para nós quanto para o equipamento. É o nosso primeiro ano com o Maverick R, ainda estamos aprendendo e desenvolvendo o acerto. Tivemos três provas do Brasileiro para entender seu funcionamento. Com o câmbio no volante o comportamento dele é mais próximo dos carros, em que eu já havia andado, o que me favorece. Estamos com quatro duplas e o primeiro objetivo é levá-los até o fim do rally. O resultado será uma consequência disso", compartilhou Jean Azevedo.
Fred Sabino, da BAND, comenta ida da F1 à GLOBO, KIMI NA ALPINE (?), Max, BORTOLETO, Drugo e McLAREN
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