Após polêmicas, Shell e Ipiranga aprovam novo briefing da Stock

Depois das polêmicas envolvendo Ricardo Zonta e Thiago Camilo na etapa de Goiânia, a Stock Car promoveu uma alteração nos briefings da categoria a partir da rodada dupla de Londrina, disputada no último fim de semana.

Antes realizadas separadamente entre pilotos e equipes, agora as reuniões com comissários e diretor de prova são feitas de maneira conjunta com dirigentes e pilotos, conforme adiantado em primeira mão pelo Motorsport.com Brasil. E os envolvidos nas controversas punições aprovaram a mudança.

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"Com certeza ficou melhor, porque a informação que o diretor de prova dá aos pilotos tem que ser interpretada da mesma forma pelos chefes de equipe. Com todo mundo junto, o diretor de prova só precisa falar uma vez", disse Zonta.

O piloto da Shell V-Power foi desclassificado da etapa do Velo Città, onde venceu uma corrida. Entretanto, a confirmação do gancho veio apenas no briefing de Goiânia, realizado na quinta-feira anterior àquela rodada dupla.

A decisão causou grande polêmica. Principalmente pela maneira como foi feita, tendo em vista o grande intervalo entre uma etapa e outra, além da divulgação extraoficial a pilotos e chefes de equipe nos respectivos briefings. Detalhe: o 'vazamento' ocorreu sem que a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) houvesse oficializado o gancho previamente à Stock Car, o que causou atrito, já minimizado, entre as instituições.

Agora, porém, os briefings serão unificados. E Zonta aponta mais uma vantagem oriunda da mudança: "Outra coisa importante que às vezes pode acontecer é que, quando forem discutidas questões técnicas, o chefe de equipe vai ficar lá e os pilotos já vão poder sair"

"As coisas do final de semana de corrida, bandeiras, regulamento desportivo e tudo mais, é uma reunião junto com o chefe de equipe. E a reunião técnica com os chefes de equipe pode ser depois do nosso briefing. Tudo isso simplifica totalmente", completou.

Opinião do dirigente

Chefe de equipe da Shell V-Power, Thiago Meneghel, endossou a aprovação de seu piloto. "Tinha algumas posições que eram tomadas em um briefing com os chefes de equipes, que era antes dos pilotos. Depois, quando repassavam essas decisões aos pilotos, eles levantavam outras questões e acabava mudando. E nem sempre a gente tinha essa informação. E estou falando de coisas pontuais, como limites da pista", explicou.

"Com o briefing unificado, um caso como esse foi pautado. Quando informaram as equipes, não vimos muito problema. Mas no meio da discussão com os pilotos, que estão lá dentro guiando, eles falaram ‘não é possível, vai ter hora que a gente vai acabar passando da linha e vai criar uma situação potencialmente de um injusto, de um ser punido e outro não’."

"Por esse tipo de coisa, já era um pedido antigo das equipes fazer um briefing unificado com pilotos e um representante apenas da equipe, porque tinha algumas que chegavam a mandar cinco ou seis pessoas. Agora está mais organizado, dá para elevar a discussão a um outro nível. Os pilotos não costumam ter a paciência que nós temos", ponderou Meneghel.

Segundo o chefe da equipe, a mudança, além de positiva, deve se manter: "Esse primeiro briefing deu certo e a tendência é essa. É uma informação só e todo mundo já faz suas colocações. Assim é melhor. Desconheço outra categoria em que sejam feitos briefings separados".

Ipiranga

Outro importante dirigente da Stock Car concordou com o colega. É o caso de Andreas Mattheis, chefe da Ipiranga, equipe de Thiago Camilo, punido em 20s por queima de largada na corrida 1 em Goiânia (o recurso foi julgado nesta terça-feira e a decisão foi favorável ao piloto, que assume a liderança do campeonato). Mattheis avaliou: "O briefing deste fim de semana, juntando pilotos e equipes, foi muito positivo".

Um dos mais antigos 'chefões' da categoria, Mattheis lembrou que o novo formato já fora utilizado no passado: "Acho que foi muito bom e antigamente já foi assim. Teve uma época que virou muita bagunça e resolveram separar".

Segundo o chefe da Ipiranga, a reunião conjunta enriquece as discussões. "Não houve uma diminuição. Acho que agregar as equipes com os pilotos na verdade deu um resultado mais amplo e mais positivo para todos, inclusive os comissários desportivos e direção de prova", opinou.