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Stock Car Interlagos

Artigo: Legal na pista, Corrida de Duplas não conquistou fãs

Mesmo entregando um show poucas vezes visto nos últimos tempos, abertura da Stock Car teve público decepcionante em ‘evento teste’ no sábado

Safety Car na pista em Interlagos
Rubens Barrichello e Cesar Ramos
João Paulo Oliveira e Daniel Serra comemoram a vitória
Rubens Barrichello em Interlagos
Daniel Serra recebe a bandeira quadriculada como vencedor da Corrida de Dupla
Lucas di Grassi e Augusto Farfus
Felipe Massa
Ricardo Zonta/Laurens Vanthoor
Felipe Nasr e Ricardo Maurício
Pneus Pirelli Stock Car Brasil
Ricardo Zonta e Laures Vanthoor
Nelsinho Piquet e Robin Frijns
Carro de Cacá Bueno e Felipe Massa
Felipe Massa

Com um grid de 66 pilotos de alto nível, incluindo brasileiros e estrangeiros, a Corrida de Duplas da Stock Car ofereceu um belíssimo show dentro da pista no último sábado (10) em Interlagos. Tudo começou com a pancada de chuva tropical que caiu no início da volta de apresentação, que deu à prova apenas mais um ingrediente a seu favor.

A corrida que já prometia bastante no seco, virou um dos grandes clássicos da história recente da maior categoria do Brasil, com várias belas disputas. No final, a troca de pilotos velocíssima de João Paulo de Oliveira e Daniel Serra valeu o triunfo. O emocionante segundo lugar de Barrichello/Albuquerque e a grande performance de Ramos/Van der Linde ajudaram a prova a ser ainda mais memorável.

Porém, apesar de ter sido sensacional, a corrida certamente deixou aquele gostinho de “quero mais” em quem se deleitou com o belo show durante os 60 minutos e uma volta. Isso porque a largada – dada em bandeira amarela – e as duas outras intervenções do Safety Car encurtaram a duração bruta da prova. O espetáculo de alto nível que foi visto certamente só teria a ganhar com uma duração maior e mais consistente. Provas disputadas em limite de tempo curto são mais convenientes para a TV, mas têm o potencial limitado. Foi o que vimos.

Além disso, alguns pilotos andaram apenas dez minutos dos 60 devido às ocorrências da corrida. É pouco. Com tantos nomes de peso, isso não deveria acontecer.

Em suma: foi um bom show, mas poderia ser maior e melhor. Uma bela prova que faz jus à história da pista Interlagos, que precisa ser preservada pelas autoridades competentes.

De qualquer forma, o lado esportivo foi a parte boa da Corrida de Duplas – que teve também seu lado negativo.

Feito no sábado como um teste da Vicar (explicado pelo diretor geral Rodrigo Mathias ao Motorsport.com em 2017), o evento, pelo que se viu na visitação, no paddock, nas arquibancadas e nas ruas ao redor não atendeu nem de perto às expectativas público de alguém que frequenta o paddock da categoria.

A divulgação, que deveria ser o principal pilar de uma prova que contrariava as tradições de corridas aos domingos, foi bem tímida. Um grid com 66 pilotos, incluindo Felipe Massa (recém saído da F1), Rubens Barrichello, Felipe Nasr, além das estreias como pilotos regulares de Nelsinho Piquet e Lucas di Grassi, merecia uma promoção muito maior e extensa da organizadora. Com dez ex-F1s no grid, a prova tinha um potencial mercadológico enorme que parece ter sido pouco explorado nos meios de comunicação.

Além disso, o preço dos ingressos não era nada convidativo. A visitação custava entre R$ 150 e R$ 170, com arquibancadas cobertas e descobertas ficando em R$ 70 e R$ 50, respectivamente. O efeito foi tão negativo, que era possível andar com tranquilidade no pit lane enquanto os pilotos atendiam os fãs durante o momento da visitação.

Além disso, o fato de a classificação ter sido disputada na sexta-feira afugentou o público que normalmente comparece nos treinos. Apesar de pouco, posso dizer ele sempre existiu em todas as corridas em que estive. Desta vez, zero. Foi como se o evento tivesse tido um dia a menos praticamente.

Dentro deste fato, vários patrocinadores que dividiam suas credenciais permanentes entre sábado e domingo perderam também um dia de ativação. Poucos chamariam clientes para um evento na pouco acessível Interlagos em dia útil.

Resumindo: se foi um teste, o evento do último final de semana deve ser utilizado de experiência do que a Stock Car não deve repetir. A Vicar continua tendo um campeonato com potencial de crescer muito mais e ser muito mais saudável do que é atualmente. Mathias, que assumiu a gerencia da promotora há pouco mais de um ano, trouxe novidades boas para o campeonato, como o novo formato das rodadas duplas e a criação do HeroPush.

Mas a tentativa de uma prova ao sábado saiu pela culatra. Infelizmente, foi uma ótima oportunidade comercial perdida. Mas a vida não é feita só de acertos. Aguardemos as próximas etapas desta importante 40ª temporada da Stock Car.

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Gabriel Lima
Stock Car
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