Cacá Bueno defende: “autódromo no Brasil tem de ser público”
Pentacampeão da Stock Car vê necessidade de pistas serem ao mesmo tempo parques para o público
Com incertezas rodeando os autódromos de Curitiba e de Brasília - que receberia a abertura da Indy no início de 2015 - o automobilismo nacional vem tendo problemas com suas praças.
Em Curitiba, os proprietários da pista localizada em Pinhais planejam vender o terreno para a construção de um condomínio de casas, enquanto que em Brasília a pista foi fechada para reformas em 2014 e, com atrasos no cronograma, jamais foi reaberta.
Com receio do que possa acontecer, Cacá Bueno é cético e não vê muitas opções para o momento do automobilismo nacional.
“É difícil apontar soluções, eu acho que as soluções são investimento e política - uma coisa que eu não gosto”, refletiu com exclusividade ao MOTORSPORT.COM.
“A gente não tem ninguém brigando pelo esporte. A gente tem pessoas brigando pelo futebol, mas brigando pelo esporte no geral não tem. Não me interesso pela política, mas eu sei que falta alguém lá brigando pelas nossas praças esportivas. Falta apoio da confederação e falta um trabalho mais bem feito de quem vive do automobilismo, de tentar estar nos melhores meios de comunicação.”
“Eu respeito e agradeço o espaço que todos os sites, jornais e televisões dão para gente, mas seria importantíssimo a gente quebrar essa barreira. A gente tinha que falar em outros canais. Às vezes o público que está assistindo à um telejornal qualquer não vê Stock Car e tinha que saber que a gente existe também. Isso faria com que naturalmente que a gente tivesse mais autódromos, e melhor infraestrutura.”
Para o pentacampeão da Stock Car, os autódromos deveriam ser de tutela do Estado, e não privados – o que ocorre em Curitiba.
“Os autódromos têm que ser públicos, porque todos os recursos de um evento de um fim de semana de automobilismo ficam para o município, para a cidade, e não para o autódromo.”
“Se você pensar bem, quando a gente vem correr, quase todas as equipes fizeram eventos, contrataram produtoras locais, movimentaram televisão e movimentaram dinheiro. A gente lota os hotéis, lota os restaurantes, lota o comercio, tem aluguel de carro, e tudo isso gera lucro. Ou seja, a área comercial da cidade tem um grande benefício. O evento contrata as meninas de promoção, contrata a montagem da arquibancada, tem os camarotes, bombeiro, ambulância, segurança, resgate e bandeirinha. Por isso, do dinheiro que é gasto em um final de semana de evento, que movimenta a cidade, nada fica para o autódromo. A cidade fica com tudo.”
“Vários autódromos no mundo são parques, como Monza e Nurburgring. O autódromo no Brasil deveria ser considerado como um parque, e aí uma prefeitura no final do ano poderia dizer: ‘eu gastei tantos milhões na manutenção daquele parque esportivo, mas a cidade lucrou cinco vezes nos eventos lá realizados, está aqui’."
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