Coluna do Vicente Sfeir: Stock Car, uma senhora de 40 anos
Em sua primeira coluna no Motorsport.com, o executivo Vicente Sfeir fala sobre como a categoria está posicionada no automobilismo mundial, bem como o mercado em que atua, com a Shell
São poucas as categorias no mundo que tem uma tradição como a Stock Car, que irá abrir a sua 40ª temporada e disputará a corrida de número 500 neste fim de semana. São poucas as categorias internacionais que conseguem números expressivos assim, basta observar a F1, que chega à milésima corrida na próxima etapa.
A Stock Car é a maior categoria do automobilismo nacional. Com o maior número de empresas de diferentes segmentos fazendo parte do circo, ela tem presença garantida em seis ou sete estados brasileiros, e só não são mais pela falta de autódromos homologados para a competição.
Ao mesmo tempo, a Stock Car conta com um nível de pilotos extremamente alto. Por aqui estão pilotos com passagem pela F1, pelas categorias de acesso da F1 ou que retornam para o Brasil e se mantêm como profissionais em uma categoria extremamente competitiva, com mais de 30 carros no grid. São números impressionantes para uma categoria nacional.
Sabemos das dificuldades econômicas que o país passa e mesmo assim, com o orçamento elevado que a categoria exige, permanecemos com um grande número de carros e empresas, não só expondo suas marcas nos carros durante as competições, mas também ativando seus negócios de forma regional.
Nossa expectativa para esse ano é a maior possível. Entramos de cabeça, com quatro carros, divididos em duas equipes, dando sequência à nossa estratégia de desenvolvimento de jovens pilotos e sem mudar a dupla titular que terminou o ano conquistando sete vitórias nas pistas.
Obviamente também estamos de olho nas ativações em cada etapa. No caso da Raízen, são sete áreas de negócios da companhia ativadas, usando o motorsport e a Stock Car para explorar comercialmente os nossos diferentes negócios. Isso é o que realmente justifica um grande patrocinador fazer parte da categoria.
Carros da Shell para a temporada 2019 da Stock Car
Photo by: Jose Mario Dias
Então, logicamente nossa expectativa é entregar performance na pista, brigar pelo campeonato e ao mesmo tempo explorar a categoria para trazer novos negócios para a companhia.
Posicionando a Stock Car na cena internacional, os fatos de termos um alto nível de pilotos competindo, grandes empresas presentes e grandes ativações nas etapas me faz ter a certeza que não tem nada que diminua a Stock Car em relação às outras categorias mundiais que eu conheço e que a Shell participa. Por exemplo: nossa média de público é superior a 30 mil pessoas por etapa, maior que no DTM, onde existe inclusive um grande investimento das montadoras. Obviamente, estamos muito atrás da NASCAR, que tem um calendário enorme, com 36 etapas, e uma média de público superior a 200 mil pessoas. São essas categorias que temos que nos espelhar para entender essa receita de sucesso de público e ativação, já que são diferentes no ponto de vista de competição.
E tem também a Fórmula E, uma categoria nova de carros elétricos, ainda se posicionando no plano do esporte a motor global. Mas que vem ganhando terreno muito rapidamente como categoria mundial, fazendo ativações inovadoras relacionadas aos seus segmentos que são mobilidade urbana e sustentabilidade.
Acredito que a Stock Car, em um curto prazo, também terá que pensar de que forma consegue ir nessa direção de sustentabilidade. Talvez tendo um motor híbrido para fazer a composição da potência total do motor.
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