Desafios de Cascavel fazem com que carros tenham acertos "como em ovais", diz chefe de equipe
Thiago Meneghel, chefe da Shell V-Power, explica como pista paranaense se difere das outras do calendário da Stock Car
Os pilotos da Stock Car terão dois desafios extras neste fim de semana em Cascavel, onde acontece a nona etapa do campeonato de 2019. A chuva, que está prevista para aparecer em todos os dias de atividade e já deu mostras de sua força nesta sexta-feira, e as características do autódromo Zilmar Beux e seus 3.058 metros de extensão.
Além do Bacião, mítica curva que é uma das atrações do traçado, em Cascavel os pilotos terão que virar sete vezes à esquerda e uma à direita a cada volta, além de se ter a maior média de velocidade de todo o calendário da Stock Car, aproximadamente 173 km/h.
Essas características são únicas, segundo o chefe de equipe da Shell V-Power, Thiago Meneghel, e a preparação dos carros mudam substancialmente, em comparação aos outros traçados e tipos de piso.
“Aqui é uma pista um pouco atípica”, disse Thiago ao Motorsport.com. “Temos apenas uma curva para a direita e todas as outras para esquerda, então isso muda nosso acerto. Tem equipe que até dá para ver o carro inclinado, como se fosse em oval, é tudo assimétrico, buscando otimizar todas as curvas para a esquerda. Você se sacrifica em uma, mas ganha no resto. Isso é um ponto importante e diferente de Cascavel.”
“O outro ponto é que se trata de uma pista muito rápida, com isso, percorremos uma quilometragem maior nas corridas, que são de 40 minutos. Isso traz um consumo maior de combustível, o que muda na estratégia, com o consumo maior, você tem que abastecer um pouco mais e fazer uma parada mais longa do que o normal.”
“Essa é a pista mais rápida do calendário, mas ao mesmo tempo, a velocidade máxima dela é baixa, os pilotos não chegam a colocar a sexta marcha. Então não existem freadas muito fortes, todas elas são suaves, e isso é uma diferença significativa para o piloto. É difícil você ver carro da Stock travando roda, o piloto tem que frear com mais suavidade, carregar mais velocidade nas curvas rápidas como é o Bacião.”
Este cenário poderia ser modificado com a chuva que estará presente no fim de semana? Pela análise de Thiago, tempo e temperatura mudarão poucas coisas.
“Dentro desse contexto, a chuva não interfere muito nessas características. O que acontece é que a pista nunca se mantém nas mesmas condições, sempre tem mais água, menos água, vai piorando ou vai secando.”
“É praticamente impossível você acertar um carro para uma prova na chuva. Com quase 30 Stock Cars andando 40 minutos, a pista muda totalmente. Chuva é meio que loteria nesta história, vai um pouco da sensibilidade do piloto achar o caminho certo do que fazer e buscar o tempo.“
Thiago também ressalta o lado positivo de se ter uma pista com essas características e com baixo consumo de pneus.
“Sem dúvida, eu gosto de pista rápida. Nas travadas, parece que todo mundo fica limitado. Além disso, temos pistas do calendário com consumo de pneus muito alto, então a performance fica em cima do estado deles. O cara que está com pneus gastos está morto e quem não está, vai passando todo mundo. Aqui não, o consumo é mais baixo, se você tiver um carro bem acertado, a diferença é muito grande nessas curvas de alta.”
Temporada histórica
2019 é histórico para a Stock Car, quando a categoria completa 40 anos de existência. Confira todos os campeões - e seus respectivos carros - na galeria abaixo.
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