Di Grassi volta a discordar de acordo Petrobras/McLaren
Em Interlagos, onde fará sua estreia na Stock Car, atual campeão da Fórmula E diz que petrolífera brasileira deveria apoiar automobilismo nacional e pilotos brasileiros
No mês passado, um dia após o anúncio da parceria e patrocínio da Petrobras com a McLaren, Lucas di Grassi disse em seu Twitter que a decisão da empresa brasileira era um “absurdo completo”.
Nesta quinta-feira, no Autódromo de Interlagos, onde se prepara para sua estreia na Stock Car, Di Grassi conversou com o Motorsport.com Brasil e voltou a disparar contra a parceria da estatal brasileira com a equipe inglesa, principalmente após os escândalos de corrupção envolvendo a companhia.
“Uma empresa pública não deveria patrocinar esportes de alto rendimento caros, sendo que não haverá desenvolvimento tecnológico. Eles ficaram três anos na Williams, não forneceram combustível, não forneceram óleo e não alcançaram a performance. Neste contrato com o motor Renault da McLaren, neste primeiro ano, também não vão usar óleo nem combustível Petrobras”, disse.
“Então, eu acho que uma empresa pública, com o escândalo que teve, com o subsídio do diesel, falar que é brasileira otimizada, não é. Ela é otimizada porque detém o monopólio. Se abrisse a concorrência de petróleo seria outra história”, completou.
Para o atual campeão da Fórmula E, o dinheiro investido na equipe de Woking deveria ser revertido em incentivo para jovens que queiram ingressar no automobilismo.
“Uma empresa ineficiente como a Petrobras patrocinar a McLaren, sem desenvolvimento tecnológico e sem apoiar nenhum brasileiro, para mim não faz sentido. Com esse capital investido na McLaren, a gente poderia dar chance para vários meninos, que nunca sentaram em um kart aqui no Brasil”.
“Se ela fosse uma empresa privada, com uma gestão privada e eficiente, que quisesse montar uma equipe e que estivesse em uma situação econômica adequada e gerando lucro, não teria problema nenhum. Agora, uma empresa que perdeu dez vezes o seu valor de mercado nos últimos cinco anos, sem apoiar nenhum piloto brasileiro e o automobilismo brasileiro, apoiar uma empresa inglesa e tirar o capital do país, eu sou contra”.
Di Grassi encerra dizendo que a Petrobras deveria apoiar o automobilismo brasileiro, se quiser estar no esporte a motor.
“Essa é a minha crítica. Não tem nada a ver com a McLaren ou com o fato de não ter piloto brasileiro na Fórmula 1. A Petrobras, se quiser estar no automobilismo, deveria incentivar principalmente o automobilismo brasileiro”, concluiu.
Entrevista para Gabriel Lima
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