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EXCLUSIVO: Átila Abreu crê "100%" que correrá próxima etapa da Stock Car

Piloto da Shell V-Power bateu fortemente durante treino de classificação para a corrida 500 da Stock Car no sábado e acabou vetado pelos médicos para correr no dia seguinte

Átila Abreu

Um dos principais personagens do fim de semana de abertura da Stock Car no Velopark foi Átila Abreu. Ainda no sábado, o piloto de Sorocaba perdeu o controle do seu carro na primeira chicane do circuito, após ter tido a suspensão quebrada. Como resultado do forte impacto, o representante da equipe Shell V-Power teve uma fissura na segunda vértebra lombar (L2).

A princípio, o Dr. Dino Altmann, médico oficial da Stock Car, previu seis semanas de recuperação, o que poderia afastá-lo da próxima etapa no Velo Città.

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Falando com exclusividade ao Motorsport.com Brasil, Átila descreveu como foi o acidente que o tirou da prova histórica da Stock Car.

“O acidente aconteceu de uma forma muito rápida, na parte mais rápida do circuito, na nova chicane da curva 1. Quando eu peguei a zebra, senti que as rodas travaram, mas sem efeito. Logo em seguida, a grama molhada me deu mais velocidade ainda, até chegar ao impacto. Segundos antes, eu tirei as mãos do volante e as deixei cruzada no peito, que é o procedimento ideal quando você vai ter uma batida, e só esperei a pancada. Aconteceu tudo muito rápido.”

“A dor foi de imediato , no momento da batida todo o meu corpo foi projetado para frente, foi um impacto forte, e eu percebi que tinha algo errado porque era uma dor que eu nunca tinha sentido antes.”

“Estava consciente o tempo todo, desci do carro e tentei esticar as pernas, para de alguma maneira aliviar a dor e esperar o atendimento. O treino já estava em bandeira vermelha, mas no momento percebi que era uma dor anormal.”

Carro de Átila Abreu no Velopark

Carro de Átila Abreu no Velopark

Photo by: Duda Bairros

Uma obra que segundo o piloto foi mal feita e a barreira de pneus pequena foram as grandes responsáveis pelo acidente e a contusão nas costas, consequentemente.

“O ponto importante é a obra que foi feita na curva 1, que eu não consigo entender o motivo de terem feito desta maneira. Você já tinha um ponto muito perigoso, muito crítico no circuito, em que todas as corridas têm batidas. É um trecho de alta velocidade estreito e com zebras altas. E ali ficou muito mais perigoso do que era, porque você aumentou a velocidade do trecho, deu mais ângulo à parte interna e mudaram a zebra na saída, tanto que nos treinos, vários carros quebraram, e a quebra da minha suspensão foi em decorrência as passagens em cima das zebras. Ainda mais em um circuito molhado que você tem menos controle, com asfalto mais escorregadio fica mais difícil ainda.”

“Eu não consigo entender porque a obra foi feita desta maneira. Desconheço se os pilotos foram consultados, mas no meu ponto de vista, é que a obra ficou horrível, é uma obra sem sentido. Além disso, os pneus se desmancharam, não estavam presos. E por ser uma área de alta velocidade, a barreira de pneus era muito estreita, você só tinha duas fileiras de pneus. Se o meu caso teve as consequências que teve, foi porque não teve uma barreira de segurança adequada.

Perspectiva frustrada

Mesmo após o forte impacto, o piloto mantinha a perspectiva de correr no domingo, mas os exames feitos no hospital em que foi levado o frustraram desta perspectiva.

“No momento, a dor era muito forte, porém quando fui transportado da pista para o hospital, ela foi diminuindo. Até os exames , fiquei na expectativa das dores diminuírem e poder correr no domingo, o que de fato não se concretizou, quando fizeram os exames, viram que havia uma lesão na L2, e os médicos me proibiram de correr.”

Uma das informações desencontradas era a perspectiva do médico oficial da Stock Car, o Dr. Dino Altmann, que falou em recuperação em seis semanas, o que impediria Átila de correr a próxima etapa. O piloto trabalha com um prazo menor, mas trabalhando para acelerar a recuperação.

“O Dr. Dino talvez tenha feito uma avaliação por cima, talvez tenha conversado com a equipe médica do hospital, mas ele não esteve presente lá comigo, e talvez tenha passado essa previsão. Eu acredito muito que cada caso é um caso, então ele pode ter recomendado seis semanas, outros médicos falaram sobre outros prazos, mas acho que o que vai determinar é a evolução da minha recuperação.”

“Fiquei internado até ontem (segunda-feira) fiz uma bateria de exames e, de fato, foi constatada somente essa lesão e agora já estou trabalhando nessa recuperação. A minha cabeça está muito tranquila, eu acredito sim em um prazo menor, acredito 100% que estarei correndo no Velo Città. Vou fazer todos os trabalhos que sejam possíveis para acelerar esse prazo.”

Recuperação

A partir de agora a rotina de Átila será diferente da que está acostumado, sendo obrigado a fazer exatamente o que os médicos recomendaram se não quiser perder a próxima etapa.

“Essa primeira semana é mais de repouso, até por causa das dores que eu tive, de passar o processo inflamatório e, logo em seguida, estarei passando por algumas sessões de fisioterapia. É uma recuperação que requer um pouco de calma no começo, porque como piloto, estamos sempre em atividade, mas tenho certeza de que isso vai passar rápido e vai me dar energia para voltar ainda melhor.”

“Eu consigo fazer tudo sozinho. Voltei de avião por meios próprios, consigo caminhar. Me liberaram para dirigir carro de rua, estou com um colete que me ajuda a permanecer com a lombar mais ereta possível.”

Apoio familiar

Em um momento crítico como um acidente em corrida, mesmo com as informações chegando com rapidez, a tensão toma conta dos familiares. Neste caso, Átila relata o contato e o apoio de todos.

“Meus pais chegaram na metade do treino, bem na hora em que bati. Mas a equipe, com o Thiago Meneghel, informou eles que eu já tinha falado no rádio que estava com dores nas costas. Eles me encontraram no ambulatório do autódromo e depois seguiram comigo para o hospital. A Renata [Fan, namorada] não estava lá, mas estava em contato o tempo todo com meus pais querendo saber como eu estava. Falei com ela de dentro do hospital antes de fazer os exames, então estavam todos ali mandando boas energias”, concluiu.

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