Stock Car Goiânia III

Stock Car: Envolvido em polêmica de pneus se defende e crê em “inconformismo” de rivais sobre sucesso de Massa

Thiago Meneghel quebrou o silêncio e falou sobre o processo que carros de sua equipe e da Crown estão envolvidos, após desclassificação da etapa do Velopark, em setembro

Pneus de chuva Hankook

A Stock Car Pro Series realiza neste fim de semana a penúltima etapa da temporada de 2024. Antes mesmo de os carros estarem na pista, uma outra decisão ocorre no campeonato, mas que ocorre a mais de 1.300 km do Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Goiânia.

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Nesta tarde/noite de quinta-feira o STJD fará o julgamento sobre a legalidade dos pneus de chuva das equipes TMG e Crown Racing utilizados na etapa do Velopark, em setembro. As defesas das equipes buscam a reversão da desclassificação dos quatro carros, envolvendo os pilotos Felipe Massa, Rafael Suzuki, Felipe Baptista e Enzo Elias.

Os jogos utilizados no treino de classificação da etapa gaúcha foram levados para a Coreia do Sul, sede da Hankook, fornecedora oficial da Stock Car, e após minuciosa vistoria feita no laboratório da companhia, foi detectada alteração nos pneus considerada fora do regulamento.

Thiago Meneghel, proprietário da TMG e responsável técnico dos carros da Crown, falou com exclusividade sobre o caso e se defendeu das acusações que vêm recebendo das duas equipes em que atua.

Ele revelou que durante o processo, com os pneus do Velopark já despachados para a Coreia do Sul, que procurou a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e a Vicar para esclarecer o trabalho que fez nas borrachas.

“Primeiro a gente se antecipou, procurando a CBA e a Vicar logo após a polêmica do Velopark. Isso foi antes das etapas fora do Brasil, da Argentina e do Uruguai. Mostramos o que a gente fez no pneu. Então, o regulamento é muito claro, fala com muita clareza que é proibido o uso de aditivo químico no pneu, que isso é uma coisa que a gente vem sendo acusado injustamente há algum tempo.”

“Acho que o laudo da fábrica corrobora o que a gente disse. Inclusive é muito claro lá que não foi encontrado nenhum aditivo químico, nenhum componente químico no pneu, além dos que já fazem parte do composto. Lá, naquele momento, eu fiz um pedido para a CBA vistoriar todos os pneus slicks das equipes que a gente utilizou no ano todo. Por sorte, a gente tinha esses pneus todos guardados, nós não fizemos uma devolução de nenhum pneu desse ano.”

“A gente queria ter feito logo na sequência, mas o equipamento (que inspeciona os pneus) estava ‘viajando’. Esperamos quase dois meses para isso e foi feito há 15 dias. Os técnicos que fizeram as medições dos pneus falaram que estava tudo certo, mas que esse relatório ia ser enviado para o fabricante do equipamento na Itália. E esse relatório não saiu, eu não sei o porquê. Não somos nós que temos contato com esse fornecedor, o equipamento não era nosso, era de outra equipe."

"Ele mede algumas propriedades do pneu, a dureza e a viscoelasticidade, que é o estresse do pneu. E esse equipamento é da equipe Full Time, e os próprios técnicos me falaram que estava tudo certo aqui, não tinha nada normal, vamos esperar agora esse resultado."

“A gente procurou a categoria, porque começou a ver muita gente tratando isso de uma maneira errada, indo para a imprensa, com gente que não tem o conhecimento do que foi feito, do que é feito, formando uma opinião, até pilotos que não tem conhecimento técnico, sendo induzido por coisas que não são verdadeiras.”

“E aí eu falei, não, vamos parar aqui com essa história, porque isso aqui é prejudicial para todo mundo, para a categoria. E por felicidade nossa, a Stock Car entendeu, percebeu o que a gente fez, se comprometeu a melhorar o regulamento, que é para isso que a gente está trabalhando.

Carro de Rafael Suzuki

Foto de: Duda Bairros

O X da questão

 O ponto nevrálgico sobre o que foi feito nos carros das duas equipes e o regulamento está nos artigos 15.4 e 15.5 do regulamento técnico da Stock Car.

15.4

Aquecimento dos pneus

Proibido o uso de qualquer equipamento que resulte no aquecimento artificial de pneus durante todo transcorrer do evento, excetuando quando previsto no regulamento particular da prova.

Se autorizado o equipamento será padrão, disponibilizado pelo fornecedor oficial e com uso restrito somente aos pneus para condição de pista seca ("slicks"),

15.5

Uso de aditivos em pneus

Proibido o uso de qualquer tipo de substância que altere as características fisicas, quimicas e/ou mecânicas dos pneus. Proibido o uso de válvulas de controle de pressão de pneus, Ą critério dos Comissários quaisquer pneus novos, lacrados na etapa, poderão ser mantidos em parque fechado a qualquer momento do evento.

Para Thiago, o que sua equipe fez não está proibido no regulamento, com um estudo profundo do próprio time para melhorar o desempenho, mas que estivesse dentro das regras.

“A gente vem pesquisando isso há dois anos, procurando entender. Tivemos uma informação de que isso aconteceu há alguns anos no WEC, e em 2021 a própria Red Bull na F1 usou uma tecnologia parecida. O que aconteceu lá, a partir desse momento, quando eles perceberam o que foi feito, é que a F1 mudou as regras também das mantas de pneu. Agora eles são controlados, são padronizados, eles têm sensores nessas mantas. Inclusive, lá creio que pela regra, você só pode aquecer o pneu uma ou duas horas antes do pneu entrar no carro, não conheço os detalhes.”

“E o que é? Na verdade existem diversas formas de você tratar a borracha, a gente tem um engenheiro que é pós-graduado nisso, e começamos a pesquisar e entender que o mais fácil, o mais comum, é o aditivo químico, isso todo mundo conhece, está claro que não é permitido. Mas há diversas outras formas de se tratar o pneu com aquecimento, com ultrassom, biológico até, com o uso bactérias, então são cinco ou seis formas, eu não sou o especialista disso, mas a gente desenvolveu um procedimento que entendemos que dava algum resultado.”

“Fizemos inúmeros testes, inclusive todo esse processo desse desenvolvimento, que é tema da tese de mestrado, a gente abriu para a CBA e para a Vicar para mostrar o que é, então todas as amostras, todos os estudos, os equipamentos que a gente usou, tudo o que foi feito, e a maneira como encontramos é um procedimento caro e demorado, então por isso também que inviabiliza a gente fazer com os pneus slicks, que são entregues na pista, não dá para fazer no autódromo, além de serem muitos também, são dois jogos novos todo final de semana, então usamos 100 pneus slicks por ano e por carro.

“Então a gente pesquisou, entendeu, resolveu aplicar em um jogo de pneu e a gente estava esperando para testar isso num momento de chuva, infelizmente não aconteceu em treino, aconteceu em classificação, e deu um resultado que foi até surpresa nossa, que a gente esperava que desse um bom resultado, mas foi excelente.”

Thiago Meneghel comemora vitória de Felipe Massa com o piloto no Velocitta

Thiago Meneghel comemora vitória de Felipe Massa com o piloto no Velocitta

Foto de: Duda Bairros

Sucesso de Massa incomoda?

O mandatário da TMG revelou que seu time foi alvo de escrutínio da CBA de maneira intensa durante todo o ano e a motivação para pegar algo errado é o inconformismo do sucesso de Felipe Massa.

“Mas uma coisa entra muito uma questão política na categoria, sabemos que tem muita equipe inconformada com a performance do Massa do final do ano passado para cá. Ele foi visto por uns aqui dentro da Stock Car como um cara que estava aí só para o marketing, e a gente está mostrando que não é. Ele teve uma sequência de pódios no ano passado e está na briga pelo campeonato.”

“Todos os nossos carros estão andando muito bem, o próprio Suzuki aqui, fazendo pole, ganhando corrida, se não fossem as quebras, também estaria na briga do campeonato. Então, isso a gente sabe que cria um certo inconformismo de quem tem um status estabelecido dentro da categoria, que são principalmente quem está polarizando essa história.”

“Isso veio exatamente dessas equipes, acho que não preciso citar ninguém. Primeiro, vieram falar que a gente tinha alguma coisa de eletrônica, nossos carros foram em todas as vistorias do ano, já foram mais de 30 vezes. Teve vistoria que a parte elétrica do carro foi desmontada inteira, o carro picado, o carro levado para a Audace (departamento técnico da Vicar) e não foi encontrado absolutamente nada

“Depois falaram que tinha alguma coisa no combustível, na camisa dos pilotos, que é a água gelada que passa pela camisa deles, que tinha alguma coisa ali, então isso vem acontecendo ao longo do ano e culminou na questão dos pneus.”

“Então, a gente entende que é esse inconformismo de quem está querendo atacar a nossa credibilidade e não simplesmente esclarecer o que está acontecendo. Infelizmente, se você for ver, a categoria é vítima disso e a própria CBA também, a pressão que a CBA passa a receber dessas equipes e pilotos, é uma situação difícil, mas a gente tem confiança que tudo vai ser esclarecido, que eles vão brigar pelo que é certo, pelo que é justo”, completou.

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