Alonso ganha em casa: "Somos espanhóis e seguiremos adiante"
Espanhol fala ao TotalRace sobre significado da inesperada vitória em Valência para um país mergulhado na crise
Mais do que uma vitória do espanhol Fernando Alonso na espanhola Valência. Os momentos apoteóticos do piloto da Ferrari - carregando a bandeira de seu país na volta de retorno aos boxes pela primeira vez na carreira e depois estacionando o F2012 diante de uma arquibancada em êxtase - tornaram o GP da Europa um grito de esperança por dias melhores em um país assolado pela crise econômica.
O bicampeão, que largou em 11º para vencer o GP da Europa, em Valência, considera essa uma das mais emocionantes de suas 29 vitórias e, falando ao TotalRace após a prova, demonstrou saber bem o significado do feito em um momento de crise para seu país.
“As emoções vividas hoje foram muito fortes. Estou muito feliz e orgulhoso de ser espanhol em momentos difíceis, na crise por que estamos passando, com muita gente que, pelas condições econômicas, não pode vir aos GPs. E quem vem ao GP dorme nos carros, passa por dificuldades com um sol de 40ºC graus todos os dias para vê-lo passar por um segundo”, lembrou Alonso.
Com dores no pé, Alonso chegou mancando para as entrevistas e falou cercado de membros da Ferrari e torcedores. “Ontem estávamos tristes com a classificação. Queríamos dar algo a eles hoje, mas a vitória era algo impensável. Quando consegui, foi uma celebração e uma corrida muito emotiva para mim, na qual senti sensações muito fortes na volta de retorno aos boxes e no pódio. É a primeira vez que pego a bandeira da Espanha, e foi um pouco por isso. Para dar-lhes um voto de energia e de confiança para todo mundo neste país... somos espanhóis e seguiremos adiante.”
“É difícil expressar em palavras. Ganhar em casa é único, muito especial. Tive a oportunidade de fazer isso em Barcelona, em 2006, com a Renault, e lembro daquele dia perfeitamente. Agora é com essa equipe especial, com as arquibancadas cheias de vermelho e com a Eurocopa acontecendo. Todos nós temos muito orgulho de sermos espanhóis. Em termos de emoção, talvez tenha sido minha melhor vitória.”
“Tínhamos um problema no carro e paramos. Era o lugar certo, talvez, porque havia duas arquibancadas. Demorou um pouco para o carro médico chegar e deu tempo das pessoas falarem algumas coisas para mim e de comemorarmos. Eles queriam que eu pulasse na arquibancada.”
Alonso salientou o fator sorte. Além de ter sido beneficiado pela quebra de Sebastian Vettel, quando era segundo, o piloto da Ferrari foi agressivo em diversas manobras durante a prova.
“Hoje foi uma corrida incrível, tive uma grande largada, lembro de cinco ou seis ultrapassagens que foram muito próximas, em que houve toques, como com Grosjean na relargada. Em todos esses momentos alguma coisa poderia dar errado. Tivemos a sorte do nosso lado e temos de curtir isso.”
Após uma corrida em que tudo deu certo, Alonso destacou o lado imprevisível do esporte e da F-1 em geral pois, após a má classificação, poucos esperavam vê-lo sequer no pódio.
“Isso é F-1. É o melhor que se pode dizer. É imprevisível, como o esporte, que é cheio de altos e baixos. Estávamos tristes ontem pela classificação, mas não se pode desistir porque tudo pode acontecer no esporte em geral, e ainda mais na F-1. As coisas podem dar errado com o carro, a largada, as ultrapassagens, a estratégia. A F-1 é tudo isso.”
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