Ilmor busca parceira para projeto de motor para 2021
Mario Illien, chefe da Ilmor, deseja produzir um motor para o regulamento de 2021, com as condições de que o regulamento ajuste os custos e de uma parceria para financiar o projeto
Ross Brawn, diretor esportivo da Fórmula 1 desde a chegada do Liberty Media, quer encorajar fabricantes independentes a entrar com motores na categoria. A iniciativa é apoiada por times como McLaren e Red Bull, que buscam opções para o futuro.
O ex-chefe de motores da Mercedes na F1, Mario Illien, tem mantido contato com a tecnologia atual atuando como consultor e esteve nas reuniões mais recentes da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) nas quais o novo regulamento de motores tem sido discutido.
A opção favorita é um V6 biturbo com KERS, mas mais estudos foram lançados e não há uma definição. Em entrevista ao Motorsport.com, Illien falou sobre a possibilidade de retornar à categoria.
"Há o desejo de tornar possível a entrada na F1 para fabricantes independentes", disse Illien. "Esta é a razão pela qual estou nas reuniões, para ver se tudo caminha da forma ideal para uma fabricante independente."
"Há a necessidade de simplificar o formato, precisamos reduzir os custos e fazer as corridas melhores, além de um som mais agradável. Se você tem um turbo padrão para todos, você consegue reduzir bastante os custos, certamente", afirmou.
Para Illien, a redução de custos é fundamental para encorajar fabricantes independentes a entrar na F1. "Isso é essencial para que empresas independentes tenham uma chance. E não se trata somente do custo inicial, mas também do custo de desenvolvimento."
"Creio que todos vão desenvolver e progredir, mas as regras devem ser definidas de modo a permitir que se faça grandes avanços com pouco."
O chefe da Ilmor acredita também que restringir o número de motores por ano aumentou os custos de desenvolvimento. "Acredito que é uma questão que precisa ser revisada. No próximo ano, ter três motores é mais caro do que produzir quatro motores.", pontuou.
"Todas as partes novas que você desenvolve precisam passar pelo dinamômetro para que você tenha certeza de que elas vão durar a quilometragem necessária para que você não utilize mais do que três motores por ano. Isso custa caro."
"Acho que nem quatro motores por ano são suficientes. Estamos na metade da temporada e metade do grid já sofreu com problemas nesta área", observou.
Ainda que os custos sejam reduzidos, Illien diz que não fornecerá motores por conta própria, ressaltando a necessidade de uma parceria com uma grande empresa, ainda que não seja uma fabricante de carros - sozinho, o engenheiro diz não ter capacidade financeira de desenvolver um motor.
"É pouco provável, pois alguém precisa cobrir os custos iniciais de desenvolvimento. Você provavelmente precisa de uma grande empresa para ajudar. Se você olha para a Red Bull, eles têm a TAG. Não precisa necessariamente ser uma fabricante de carros, pode ser qualquer empresa."
Além disso, Illien crê que a F1 cometeu um erro ao ir longe demais em direção da relevância para as ruas com o atual regulamento de motores, que vale até 2020.
"Acredito que a relevância para as ruas não é tão importante. Para mim, precisamos correr de fato novamente. Claro que podemos influenciar nos carros de rual de alguma forma, mas acredito que essa relevância é secundária. Se ninguém quer acompanhar a F1 porque é chata, não faz sentido", ponderou.
"A MGU-H é um dos elementos mais caros, sem dúvida. Deveríamos até considerar uma mudança radical, voltando aos motores aspirados, com KERS. Mas acho que isso não está em pauta, apesar de acreditar que o público adoraria isso."
"Especialmente em um momento no qual o mundo está cada vez mais híbrido e elétrico, precisamos ter algo na pista que ninguém tem em casa.
Por fim, Illien reconhece que resolver a questão do som dos motores para 2021 não será uma tarefa fácil.
"É tema complicado, porque quanto mais eficiente um motor é, menos barulho ele produz. Creio que precisamos encontrar um compromisso neste aspecto. Tirar a MGU-H ajudaria um pouco neste sentido. O nível de boost também é um problema, quanto mais você absorve do escapamento, menos som é produzido", completou.
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